Jaques Wagner em 1991-1992: “Solidarizo-me com os nossos conterrâneos da PM”...

Publicado em 07/02/2012 09:19 e atualizado em 10/03/2020 09:26
por Reinaldo Azevedo, em veja.com.br

Jaques Wagner em 1991-1992: “Solidarizo-me com os nossos conterrâneos da PM”. Jaques Wagner em fevereiro de 2012 – BALAS DE BORRACHA E CADEIA para os “conterrâneos da PM”. Ou: O Haiti é logo ali

Este post, meus caros, tem de ser usado como instrumento de educação política da população. Se você ainda não é um abduzido; se ainda consegue resistir ao charme fatal dos petistas, use-o como evidência de um jeito de fazer política. E que jeito é este? Ele pode ser sintetizado assim: OS CRIMES QUE SERVEM AO PETISMO SÃO VIRTUDES; AS VIRTUDES QUE SERVEM A SEUS ADVERSÁRIOS SÃO CRIMES. Vamos ver?

Ontem, em entrevista ao Jornal Nacional, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), afirmou que foi pego de surpresa pela greve da polícia. Bem, milhões de telespectadores ouviram uma mentira, comprovada pelos fatos. Publiquei aqui um post com a imagem do cartaz convocando a assembléia de policias para o dia 31 de janeiro. Ele circulava desde o dia 24. Wagner preferiu se mandar para Cuba em companhia de Dilma Rousseff, deixando o caos atrás de si. Enquanto sujava as suas mãos no sangue de 100 mil cubanos mortos pela tirania, os bandidos começavam a fazer jorrar o sangue dos baianos, já que boa parte dos policiais tinha saído das ruas. Dramatizo? Não! Cem assassinatos na Grande Salvador em miseráveis seis dias — o dobro de uma média já escandalosa! Vamos ver de novo o cartaz? Retomo depois.

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Retomando
Eu já apanhei muito por me posicionar contra greve de policiais.
Onde quer que tenha havido uma, escrevi: “Sou contra”.
Gente que usa armas para impor a sua vontade pratica terrorismo.
Mas Lula? Ah, Lula era a favor!
Jaques Wagner? Ah, Jaques Wagner era a favor. E não era pouco. Vejam esta outra imagem.

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Trata-se de uma reprodução do Diário do Congresso Nacional de setembro de 1992. Ali vocês lêem o fragmento de um discurso do então deputado do PT Jaques Wagner. Atenção! Houve uma greve de PMs da Bahia no governo de ACM, em 1991, e outra no governo de Cesar Borges, em 2001. Quando ocorreu a primeira, eu era redator-chefe do Diário do Grande ABC. Critiquei duramente o movimento, com o meu mantra de sempre: “Gente armada não faz greve!”. Em 2001, era diretor de Redação do site e da revista Primeira Leitura. Escrevi vários artigos contra os métodos a que recorreram os grevistas. E continuo contra em 2012. Mas e Wagner? AH, ELE APOIOU A GREVE EM 1991 E EM 2001! Nesse segundo caso, afirma o ainda líder do movimento, os petistas chegaram a dar apoio material aos organizadores da paralisação. 

Volto à imagem do Diário do Congresso. ACM não perdoou os que tentaram articular a greve. Decidiu puni-los, o que se estendeu até o ano seguinte, 1992. E Wagner fez, então, aquele magnífico pronunciamento, optando pelo proselitismo à beira do caos. Mais do que isso: o deputado sindicalista Wagner incentivava de forma aberta a indisciplina. Destaco alguns trechos:“Em primeiro lugar solidarizo-me com nossos conterrâneos da Polícia Militar do Estado da Bahia, que há aproximadamente dez dias vêm se movimentando juntamente com seus familiares, particularmente as esposas, numa justa reivindicação por melhorias salariais. Infelizmente, a impermeabilidade do Governador do Estado fez com que o Comando da Polícia Militar punisse cerca de 110 militares.”
Como bom petista, apoiava tudo o que servisse para minar a credibilidade de um governo adversário.
(…)
“Acho um absurdo o atual vencimento dos agentes da Polícia Militar da Bahia, bem como o dos oficiais. Entendo que aqueles que têm por tarefa a manutenção da ordem pública precisam ter uma remuneração condizente com o risco de vida a que se expõem todos os dias.”
Notem o apelo sutil à indisciplina justamente dos oficiais. Mas o melhor vem agora.

“Por isso, registro minha solidariedade aos 110 oficiais e policiais militares já punidos e reitero veementemente meu apelo ao Comando da Polícia Militar para que, em vez de simplesmente seguir as ordens do Governador do Estado da Bahia, sempre impermeável às reivindicações do funcionalismo do nosso Estado, tente sensibilizar o Executivo do nosso Estado no sentido de que sejam atendidas as reivindicações das esposas dos militares que, na verdade, estão indo às ruas porque não têm como comprar alimentos para a família”.
Não lhes escapou, obviamente, que o companheiro Wagner estava convidando o comando da PM a se rebelar contra o governador.

O que dizer?
Está tudo aí! Felizmente, não há ninguém, hoje, na oposição tão irresponsável quanto eram Wagner e Lula. Mas também são poucos os responsáveis. Só o DEM se atreveu a fazer a coisa certa. O partido, obviamente, não endossa os métodos empregados pelos policiais em greve, mas chamou o governador às suas responsabilidades, o que os tucanos, por exemplo, até agora não fizeram. Diante de uma descalabro da magnitude que vemos, o partido está calado. Nem mesmo teve a ousadia mínima, não que eu tenha lido ao menos, de indagar por que o governador deixou o estado quando estava para ser decretada a greve — ERA CERTA COMO A LUZ DO DIA —, ausentando-se de suas responsabilidades e largando a Bahia à deriva.

São Paulo, 2008. Ou: Estes são eles!
Na greve de 2008, em São Paulo, CUT e Força Sindical se uniram no apoio a uma minoria de extremistas da Polícia Civil, que resolveram desafiar a lei e marchar, armados para, calculem!, o Palácio dos Bandeirantes! Chegaram a atirar contra homens da Polícia Militar, ferindo um oficial.

Será que a CUT rejeitou os métodos?
Será que a CUT pediu responsabilidade?
Não! O texto de solidariedade da central aos grevistas está aqui. Afinal, estávamos num ano eleitoral, e se dava como certo que o então governador José Serra seria o candidato do PSDB à Presidência em 2010. ERA PRECISO PRODUZIR CADÁVERES EM SÃO PAULO. Não conseguiram. Abaixo, a imagem da página da CUT.

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Não estou falando, não, de um PT longínquo, que ficou perdido lá atrás, num distante 1991 ou 1992, antes da conversão à realidade. Estou falando de um PT recente, de 2008, que ainda está aí, que ainda está aqui. Que mobiliza seus bate-paus nas universidades, nos sindicatos, nos movimentos sociais, na imprensa, em todo canto…

Estou falando do partido que deu apoio aos violentos da USP.
Estou falando do partido que atacou, em nota oficial, a correta ação da PM na cracolândia.
Estou falando do partido que demonizou a polícia e o governo do Estado na reintegração de posse do Pinheirinho.
Estou falando do partido que ainda mantém em sua página no Senado a acusação indecente, mentirosa, de estupro no Pinheirinho.
Estou falando do partido que usa até a marcha de meia-dúzia de maconheiros para satanizar a polícia.Cabe-nos, sim, repudiar de modo veemente, sem qualquer flerte com a desordem, os métodos empregados pelos grevistas baianos. São inaceitáveis. Mas é também inaceitável que se desconsidere a atuação irresponsável do governador Jaques Wagner, que deixou a Bahia a arder e foi fazer turismo ideológico em Cuba, estendendo a viagem ao Haiti.

Ao Haiti?

Como diriam  Caetano Veloso e Gilberto Gil, conterrâneos de Wagner, o Haiti é aqui. O Haiti é logo ali, na Bahia… de Wagner!

Por Reinaldo Azevedo

 

07/02/2012 às 6:45

Dilma, a devota de “Nossa Senhora de Forma Geral”, escolhe uma notória defensora da legalização do aborto para a Secretaria das Mulheres; já fez dois, confessou, sem que ninguém a tanto a obrigasse

Eu gosto de sinceridade. Pago um preço alto por dizer o que penso, com sabem. A sinceridade na política é uma tolice? Pois é… Eu não sou político.  Leiam o que informa Bernardo Mello Franco, na Folha. Volto em seguida:
*
Amiga da presidente Dilma Rousseff desde a década de 1960 e sua colega de prisão na ditadura militar, a nova ministra Eleonora Menicucci, 67, promete defender a liberação do aborto à frente da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Socióloga, professora titular de Saúde Coletiva da Unifesp e filiada ao PT, ela assumirá o cargo na sexta-feira. Substituirá a também petista Iriny Lopes, que sai para disputar a Prefeitura de Vitória. Menicucci integra o Grupo de Estudos sobre o Aborto e já relatou ter se submetido à prática duas vezes. Ontem, afirmou à Folha que levará sua convicção e sua militância na causa para o governo. “Minha luta pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres e a minha luta para que nenhuma mulher neste país morra por morte materna só me fortalece”, disse.Na campanha eleitoral de 2010, deu-se um evento fabuloso: Dilma Rousseff, então candidata do PT, notória defensora da “legalização” do aborto — ela empregava essa palavra —, mudou o discurso. Setores da imprensa armaram um escarcéu danado, acusando de “reacionários” todos aqueles que, ora vejam!, lembrassem as palavras da própria candidata.

A polêmica sobre o aborto marcou a corrida presidencial de 2010, quando José Serra (PSDB) usou o tema para atrair o voto religioso. Dilma, que já havia defendido a descriminalização da prática em duas entrevistas, disse ser “a favor da vida”, mas afirmou que não faria uma “guinada à direita” para se eleger. A nova ministra anunciou que fará uma gestão de continuidade. Citou como prioridades o combate à violência contra a mulher e à “feminilização da pobreza” e a preparação das feministas para a conferência Rio+20. Ela negou os rumores de extinção da secretaria, que circulavam desde o ano passado. “Digo isso como futura ministra. A secretaria continua com status de ministério e com muita força”, afirmou.
(…)
Voltei

Sim, meus caros! Material impresso por católicos conclamando os eleitores — católicos — a não votar em defensores do aborto foi apreendido. Pessoas foram presas por simplesmente portar um daqueles papéis. Era nada menos do que censura à liberdade de opinião. Os tais setores da imprensa aplaudiram o absurdo! Ninguém, no entanto, seria preso por imprimir um folheto que pedisse votos para defensores do aborto. Esse simples contraste dá conta da estupidez! E, no entanto, o aborto, ressalvadas os casos previstos em lei, é que é ilegal. Foi um momento de puro surrealismo político.

Pois bem! Dilma foi à Aparecida, escoltada por Gabriel Chalita, e passou a ser católica desde criancinha. Chegou até a declarar numa entrevista a Datena que era devota de Nossa Senhora. “De qual”, ele quis saber. Ela inventou uma santa nova: “Nossa Senhora de Forma Geral”… Mais: chamou a santa de a “nossa deusa”. Dilma inaugurava o paganismo católico.

Pois é… Agora a presidente escolhe para a Secretaria das Mulheres ninguém menos do que uma notória defensora do aborto, Eleonora Menicucci, que já confessou, sem que ninguém a tanto a obrigasse, ter se submetido à prática duas vezes. É claro que o cretinismo patrulheiro e fascistóide — os “fascistas do bem!” — já vão se arrepiar: “Vejam que absurdo escreve esse Reinaldo!” Absurdo por quê? Acho que Dilma estava enganando os eleitores, só isso. Ex-militante do grupo terrorista POC (Partido Operário Comunista), também Eleonora disse ter “muito orgulho e muita honra de ter sido presa política na luta contra a ditadura”.

Pois é… As palavras fazem sentido. Muitos se sentem honrados por ter lutado contra a ditadura. Eu mesmo lutei e acho isso honroso. Luto ainda contra outras formas de ditadura, como a de opinião. E continuo a achar honroso. Mas por que a prisão seria uma distinção honrosa? Fica parecendo que os que não foram presos são menos honrados. Não são, não! Até porque a democracia brasileira chegou pelas mãos dos que fizeram a luta pacífica contra o regime e queriam, de fato, democracia. Não era o caso nem de Dilma nem de Eleonora. Ou o Partido Operário Comunista assaltava bancos — ela mesma participou de ações assim — para instaurar no Brasil a democracia?

Podem urrar à vontade. Fato é fato. Lido com fatos.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/02/2012 às 6:43

O PT que privatiza – Partido chega aonde estavam os tucanos, mas 15 anos depois; Infraero como sócia de consórcios é só uma vela para o atraso

Eu sou a favor de privatização até de escolinha de jardim da infância, desde que bem-feita. Dilma Rousseff não só é uma notória, como chamar?, retardadora de parcerias com a iniciativa privada como tem em sua carreira um estrondoso insucesso. O seu genial “modelo” de privatização de estradas federais, que levou Elio Gaspari a flertar com a poesia épica, deu com os burros nos buracos. Escrevi bastante a respeito já. Há muita coisa em arquivo. O resumo é este: antes, o usuário enfrentava buracos sem pagar pedágio; agora, enfrenta-os pagando. Bem baratinho!

O setor de aeroportos estava sob o controle de Dilma quando era chefe da Casa Civil. O caos se instalou, e nada de a privatização sair. Saiu. Mas de um jeito, de novo, meio esquisito. Vamos ver. Eu não sou especialista em privatizações, economista, financista ou o que seja. Sou apenas alguém que cuida de alguns aspectos lógicos dos processos. E costumo flagrar algumas incongruências, não devidamente respondidas pelos especialistas. Antes que entre no mérito, uma nota de ironia.

Que coisa, não? Uma das críticas que os petistas, especialmente a sua facção petralha, faziam às privatizações do governo FHC era o financiamento do BNDES. “Então o próprio estado brasileiro vai financiar o capital estrangeiro?”, indagavam, com aquela inteligência peculiar, esquecendo-se que um dos papéis de um banco de fomento é mesmo esse — desde que seja devidamente remunerado. Transformaram a participação do BNDES nas privatizações um crime, o que ajudou a compor a mitologia vigarista da dita “privataria”. Agora, vemos o organismo a financiar nada menos de 80% da operação. Ah, desta vez, estamos diante de uma autêntica obra-prima.

A Folha traz um pequeno e preciso texto na edição desta terça. Leiam. Volto em seguida.
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Pesos-pesados da administração de aeroportos globais, como os de Cingapura, Frankfurt e Zurique, foram derrotados ontem no leilão dos aeroportos brasileiros de Cumbica, Viracopos e Brasília. Quem levou foram operadores da África e da América Latina, que não administram nenhum dos 30 maiores aeroportos do mundo. Os três grupos vencedores pagarão R$ 24,5 bilhões pela concessão, 347% mais que o lance mínimo. O BNDES financia 80% desse investimento. As concessões serão de 20 anos (Cumbica), 25 anos (Brasília) e 30 anos (Viracopos). A estatal Infraero manterá participação de 49%. Os consórcios são obrigados a manter um investimento mínimo (e mais concentrado) até a Copa-14. A Anac (Agência Nacional de Avião Civil) disse que controlará o reajuste das tarifas.

Os vencedores de Cumbica foram o consórcio formado por 90% da Invepar (sociedade entre a construtora OAS e fundos de pensão Previ, Funcef e Petros) e 10% da sul-africana Acsa. “O fato de ser um país emergente não diminui ninguém porque, senão, teríamos de ter o complexo de vira-lata eterno. Não temos vergonha de ser emergentes”, afirmou o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt. “São atores perfeitamente possíveis de ganhar e ganharam. Pena que os outros não tenham tido tanta ambição.” O maior aeroporto brasileiro, em Guarulhos, com 30 milhões de passageiros/ano, terá como operadora a Acsa, que trabalha, há quase dez anos, com nove unidades da África do Sul, entre elas a de Johannesburgo e a da Cidade do Cabo. Juntas, recebem 35 milhões de passageiros/ano.

Embora o aeroporto de Johannesburgo seja elogiado pela beleza, o país não primou pela excelência na Copa-10. Jatos executivos lotaram os pátios e voos comerciais tiveram de ser desviados. Houve caso de aviões vindos da Europa que tiveram de retornar em pleno voo. Viracopos, em Campinas, será operado pela Egis, consultoria francesa que administra 11 aeroportos na África (Argélia, Congo, Gabão) e na Polinésia, além do terceiro aeroporto de Paris, o Beauvais, a 55 km da capital francesa. Juntos, têm 13 milhões de passageiros ao ano (menos que Congonhas, que recebe 16,7 milhões). A Egis tem 10% do consórcio, em sociedade com a Triunfo (45%) e a UTC (45%).

Vencedores do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, em Natal, o consórcio formado pela Infravix (construtora Engevix) e pelo operador aeroportuário argentino Corporación América, foi o mais agressivo no leilão, levando Brasília com 675% de ágio.  Com 40 aeroportos na América do Sul e na Armênia, dos quais 33 na Argentina, a empresa tem uma história conturbada em seu país. Venceu o leilão de privatização nos anos 90 pagando ágio elevadíssimo, mas não conseguiu honrar contratos. Com dívidas de US$ 600 milhões e atrasos no cronograma de investimentos, o grupo conseguiu, em 2007, renegociar o contrato, trocando a dívida por uma participação de 20% do Estado. Com a “reestatização”, deixou de pagar a outorga em troca de um porcentual das receitas para o governo.

Voltei
Como se vê, ninguém tem experiência compatível com o desafio. Vai dar certo? Tomara! Ou estamos lascados. Gigantes não costumam abrir mão de bons negócios, assim, por nada.  Essa conversa do ministro sobre “vira-lata” é só bobagem retórica para tentar transformar inexperiência num elemento de exultação.

O “modelo tucano”, como diriam os petistas, também contemplava a participação dos fundos de pensão (todos dominados pelo PT, note-se) e o financiamento do BNDES. Mas não tinha o governo como sócio — como terá o modelo Dilma, por intermédio da incompetente Infraero. A estatal publica em seu site um longo questionário com perguntas e respostas. Uma delas é esta:
Como fica a situação dos funcionários da Infraero que trabalham nos aeroportos concedidos, eles serão demitidos?
Não. Os empregados não serão demitidos. Aqueles que não quiserem trabalhar nas concessionárias, a seu critério, poderão continuar na Infraero. O governo e os sindicatos estão negociando uma ampla rede de benefícios e garantias aos trabalhadores da empresa de modo que o processo seja vantajoso para todos.

Huuummm… Se a nova administradora do aeroporto não quiser trabalhar com o funcionário “x”, ele fica na Infraero, certo? Mas fazendo exatamente o quê? Nesse caso, quem paga o seu salário? Não será certamente a nova empresa formada pelos investidores e pela estatal. Eu estou enganado, ou, no modelo de privatização do PT, a Infraero, na prática, ficou com todo o passivo trabalhista?

A manutenção de 49% das ações nas mãos da estatal é só o PT acendendo uma vela para o atraso, para marcar a diferença — para pior — na comparação com os tucanos. É claro que as empresas que venceram a disputa poderiam ter oferecido muito mais se soubessem que ficariam com 100% dos rendimentos — não apenas com 51%. De todo modo, notem que o “modelo tucano” não entrega a empresas privadas a administração de um patrimônio público, que é o que vai acontecer no “modelo petista”. Afinal, aqueles 49% que pertencem à Infraero estarão sob gestão privada. Eu dou graças aos céus por isso, confesso. Mas e as esquerdas sempre tão zelosas?

Fim de uma vigarice histórica
O PT venceu três eleições fazendo terrorismo com as privatizações. Em 2002, conseguiu convencer amplas camadas do eleitorado de que as formidavelmente bem-sucedidas privatizações da Telebras e da Vale eram um mal para o país. Em 2006 e 2010, acusou seus adversários de quererem privatizar a Petrobras, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Era só terrorismo eleitoral.

Agora, dado o desastre em que se encontra a infraestrutura aeroportuária brasileira, o partido não teve saída e resolveu fazer o óbvio, chegando aonde estavam os adversários que tanto demonizaram, só que com quase 15 anos de atraso. Não obstante, alguns franjas verdadeiramente criminosas do governismo ainda insistem em criar, ora vejam!, a “CPI da Privataria”… É patético!

A privatização dos aeroportos, que é bem-vinda, também é a evidência de uma fraude: a do discurso petista. Vamos torcer para que os aspectos deletérios da operação, como essa Infraero no meio da pista, não comprometam a sua eficiência. Porque seremos nós, como sempre, a pagar o pato.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/02/2012 às 6:41

Alckmin ataca “libertinagem” em aliança partidária e diz que ser oposição é tão patriótico quanto ser governo

Por Daniela Lima, na Folha:
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) usou ontem palanque oferecido pelo DEM para fazer uma crítica velada ao prefeito Gilberto Kassab e seu partido, o PSD. O tucano foi convidado para evento no qual os democratas discutiram estratégias para as eleições municipais em São Paulo e em outros Estados e subiu à tribuna depois que diversos líderes do DEM atacaram o PSD de Kassab. Logo no início de sua fala, o governador enalteceu a aliança histórica entre tucanos e democratas e afirmou: “O meu partido, o PSDB, e o Democratas têm princípios e valores em comum.(…) Nós defendemos a democracia representativa, mas não a libertinagem partidária”.

Alckmin fez ainda um chamado ao papel da oposição. “É tão patriótico ser governo quanto ser oposição. A democracia precisa desse equilíbrio”, disse. As falas foram interpretadas como uma referência à sigla fundada por Kassab e ao jogo político que o prefeito está impondo na sucessão paulistana, onde fez acenos por uma aliança tanto ao PSDB quanto ao PT, principal adversário político dos tucanos na capital.

Aos tucanos, o prefeito ofertou uma coligação em torno de seu parceiro na fundação do PSD, o vice-governador Guilherme Afif Domingos. Sem uma resposta de Alckmin -o PSDB defende candidatura própria em São Paulo-, decidiu oferecer seu partido ao PT para ser vice na chapa encabeçada pelo ex-ministro da Educação Fernando Haddad.

A fala de Alckmin foi elaborada depois que o governador teve um encontro reservado com a Direção Nacional do DEM, no Palácio dos Bandeirantes, domingo à noite. Na ocasião, o tucano ouviu do presidente nacional da sigla, senador Agripino Maia (RN), garantias de suporte na eleição paulistana. No evento, Agripino fez questão de reiterar a garantia. Afirmou que Alckmin foi solidário ao DEM “nos momentos mais difíceis” e arrematou: “Se você não nos faltou, nós não lhe faltaremos”.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 22:17

Sim, claro que vou falar sobre a privatização dos aeroportos

Pois é, queridos. Sou um só. Há quem ache muito. Há quem ache pouco. Não dá tempo de cuidar de tudo. Ainda vou escrever sobre o modo petista de privatizar… Na madrugada sai o texto. Elio Gaspari, o ombudsman de privatarias, certamente está escandalizado… Eu estou um pouquinho, mas deve ser por outros motivos.

Ah, sim: eu defendo a privatização até de Jardim da Infância. Mas fica para depois.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 21:48

JAQUES WAGNER CONTA O OPOSTO DA VERDADE A MILHÕES DE TELESPECTADORES DO JORNAL NACIONAL. VEJO-ME NA OBRIGAÇÃO DE CONFRONTÁ-LO COM OS FATOS

Ai, ai, esse Jaques Wagner

Vi há pouco uma entrevista do governador da Bahia no Jornal Nacional. O petista afirmou, naquele tom baixo-profundo, que foi pego “de surpresa” pela ação dos policiais. Pois é… CONTOU O OPOSTO DA VERDADE A MILHÕES DE TELESPECTADORES. Qual é o meu papel? Confrontá-lo com os fatos.

De surpresa???

Não! De jeito nenhum!!!
Eu não apóio violência de policiais na Bahia.
Eu não apóio violência de meliantes na USP.
Eu não apóio violência do PSTU em São José dos Campos.

E também não apóio mentiras.

Vejam esta nota publicada num blog baiano no dia 28 de janeiro. Ali se informa que a PM poderia entrar em greve. A assembléia estava marcada para o dia 31 de janeiro, e o cartaz convocando o encontro circulava desde o dia 24.Mesmo assim,  Wagner tomou a iniciativa de acompanhar Dilma Rousseff a Cuba no dia 30. A última solenidade da presidente sustentando que nunca antes neste pais houve governo como o do PT aconteceu justamente na Bahia! Wagner foi abraçar os assassinos de Cuba, em companhia de Dilma, e o povo baiano ficou sujeito a seus potenciais assassinos.

Aqui está o cartaz. Infelizmente, governador, como se vê, o senhor contou o oposto da verdade a milhões de telespectadores do Jornal Nacional. EU NÃO ESTOU OPINANDO. EU ESTOU PROVANDO.

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Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 20:53

No planeta Suplicy - Advogada de denunciantes de suposto estupro tem como clientes presos que Gaeco acusa de pertencer ao PCC

Então… Quanto mais eu pesquiso, mais o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), aquele, vai se mostrando uma pessoa séria, responsável, que só abre a boca para ser justo.

Já contei aqui as circunstâncias todas que desmoralizam a sua denúncia de que uma guarnição da Polícia Militar de São Paulo teria estuprado uma mulher no Pinheirinho. Pois bem… Resolvi aqui fazer as minhas pesquisas.

A Polícia Militar prendeu numa área vizinha ao Pinheirinho — não no Pinheirinho — três homens e um menor de 17 anos, acusados de tráfico de drogas e de portar uma espingarda calibre 12. Fez-se o BO. Os presos estavam acompanhados de sua advogada, Aparecida Maria Pereira. Ninguém relatou abuso sexual nenhum. Dez dias depois, eis que surge a “denúncia”, feita ao Ministério Público Estadual e ao notório Suplicy.

Aparecida Maria Pereira?

Pois é… Encontrei reportagens no jornal “O Vale” que mostram que ela é advogada de vários presos que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) acusa de pertencer ao PCC, especialmente Sérgio Augusto Fonseca, conhecido por “Quase Nada”, e Jorge Pereira dos Santos, o “Jorjão”, ligados ao tráfico de drogas em São José dos Campos. Além deles, sua lista de clientes inclui sete outros acusados.

Pois é… Mesmo assim, acreditem, a página do PT no Senado continua a divulgar as acusações e diz que os denunciantes são ex-moradores do Pinheirinho.

É a mentira como método!

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 20:16

Um poeminha para análise dos uspianos do PT, PSTU, PSOL, PCO…

Poema da bala de borracha

VADA A BORDO, CARVALHO!

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 19:35

Agência Brasil reconhece erro em notícia sobre mortes no Pinheirinho; agora falta que portais privados de notícia façam o mesmo!

Escrevi vários posts, como sabem, criticando a cobertura que a agência oficial de notícias, a Agência Brasil, fez do caso Pinheirinho. Uma reportagem em particular foi objeto da minha análise: aquela em que um advogado denunciava a existência de mortos na operação. Qual era o meu ponto? Isso não é mera matéria de opinião, de “lado” e “outro lado”. Coisas assim precisam ser apuradas antes de ser noticiadas. As mortes, como se sabe, não passaram de uma mentira urdida pela militância.

Critiquei o noticiário da Agência Brasil e apanhei muito da petralhada. Eu, afinal, como sabem, seria nada mais do que o porco reacionário a serviço da exploração imobiliária… Não dou bola pra esse tipo de vagabundo. Cobrei publicamente uma posição de Nelson Breve, diretor-presidente da EBC, com quem já trabalhei. Pois bem, vocês lerão, abaixo, um texto em QUE A AGÊNCIA BRASIL RECONHECE QUE ERROU! A essência da minha crítica está contemplada no texto.

ATENÇÃO! Não estou aqui afirmando que a Agência Brasil se corrigiu porque eu cobrei. Ela se corrigiu porque era o certo. Também não estou afirmando que a agência concorda com a parte valorativa das minhas críticas. Eu nunca escrevo para ganhar adeptos ou detratores. Escrevo o que penso ser o correto.

Em tempo: neste particular, a agência oficial está sendo mais correta do que alguns grandes portais que reproduziram aquela matéria infeliz e, até agora, não admitiram o erro. Quanto vocês querem apostar que a rede suja da Internet, financiada por estatais, vai ignorar a admissão do erro? Segue o texto da Agência Brasil.

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Brasília - A Agência Brasil errou no processo de apuração, edição e publicação da notícia OAB de São José dos Campos diz que houve mortos em operação no Pinheirinho, no dia 23 de janeiro. A notícia foi publicada com base em entrevista concedida à TV Brasil pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São José dos Campos, Aristeu César Pinto Neto. No entanto, não houve a devida checagem da veracidade da informação sobre supostos mortos na operação de reintegração de posse da área conhecida como Pinheirinho.

A entrevista foi gravada por uma equipe da TV Brasil que se deslocou para São José dos Campos, mas a parte que denunciava a morte não foi utilizada no noticiário televisivo por falta de confirmação ou comprovação. No entanto, a reportagem da Agência Brasil em São Paulo teve acesso à íntegra da gravação e considerou a informação relevante e suficiente para ser publicada, tendo em vista o advogado ter se apresentado como representante de uma instituição respeitável.

A Agência Brasil, embora tenha atendido a exigência de identificação da fonte da informação, não seguiu os demais procedimentos da boa prática de apuração, como recomenda o Manual de Jornalismo da Radiobrás, que ainda está em vigência.

“O jornalismo deve procurar o equilíbrio. O equilíbrio é o cuidado de ouvir os principais envolvidos e de apurar os aspectos mais importantes da notícia, para reportar os acontecimentos com objetividade. Ao apurar um fato, o jornalista deve analisar o interesse de cada pessoa ou grupo a ele relacionado. Tem que se perguntar quem é o afetado pela notícia e ir além da velha agenda de fontes, trazendo novos interlocutores para comentar o tema.

Ouvir sempre dois ou mais lados distintos de uma questão é fundamental  para a equidade e para o desenvolvimento do trabalho de qualidade que a Radiobrás se propõe a fazer. Fontes da sociedade civil organizada devem ser consultadas e cidadãos não organizados devem ser considerados. A edição tem que se estruturar  de maneira igualitária e seguir o bom senso. Cada personagem deve ocupar um tempo proporcional a sua importância relativa dentro da notícia. Quem foi criticado deve ter chance de responder”, diz o texto.

O Manual de Jornalismo da EBC, que está em fase de revisão, é claro ao exigir rigor nesse tipo de apuração. “Toda denúncia deve ser confirmada antes de ser publicada. A apuração de uma denúncia deve manter o seu caráter jornalístico, ou seja, a intenção de buscar informação para o cidadão não se confundir com a atuação da polícia, do Ministério Público ou de qualquer outro ente oficial de investigação. Se a denúncia tiver origem no trabalho do Jornalismo da EBC e não estiver publicizada por qualquer outro meio, deve-se conceder ao denunciado um prazo até 24 horas para sua manifestação”, diz o texto.

Neste caso, a denúncia estava publicizada, não apenas em redes sociais, mas até na imprensa internacional, que, antes mesmo da Agência Brasil, já mencionava a suposição de mortes. No entanto, a gravidade da denúncia requeria ao menos outra fonte fidedigna que a corroborasse.

Faz-se necessário assegurar aos nossos leitores que não houve má-fé da Agência Brasil ao publicar a matéria. Tampouco houve submissão desta agência a qualquer interesse de natureza política. O que ocorreu foi um erro jornalístico diante de uma situação de poucas e controversas informações em uma situação tumultuada.

A gravidade dos fatos e a urgência em noticiar informações sobre o assunto também levaram outros veículos a noticiar a possível ocorrência de mortes no conflito de Pinheirinho. É o caso do jornal britânico The Guardian, que informou ter recebido informações da mídia social que tratavam o despejo como um “massacre” e sobre a ocorrência de mortes não confirmadas.

“Ao longo do domingo [22], sites de mídia social estavam cheios de relatórios apocalípticos de um suposto “massacre” na comunidade. Um e-mail, enviado aos meios de comunicação internacionais, afirmou que havia relatos de que pessoas haviam sido mortas. A maior rede de TV do Brasil, a TV Globo, descreveu o despejo como “uma operação de guerra”, publicou o jornal britânico, na segunda-feira (23), às 15h27.

A matéria da Agência Brasil foi publicada às 17h30.

As informações controversas, no entanto, não justificam a falta de rigor nos procedimentos de apuração da notícia. No mesmo dia, às 22h15, a Agência Brasil publicou a matéria Terreno do Pinheirinho deve R$ 16 milhões em impostos, diz prefeitura de São José dos Campos, na qual o prefeito do município, Eduardo Cury, negava a ocorrência de mortes.

No dia seguinte, a Agência Brasil publicou uma reportagem com a negação da existência de mortes. A matéria Autoridades negam que tenha havido morte durante desocupação em São José dos Campos foi publicada às 14h01 de terça-feira, dia 24.

Para evitar o mau entendimento do leitor, a Agência Brasil ainda anexou à primeira matéria, que tratava da possibilidade de mortes, o link da segunda, que desmentia a informação. Além disso, cuidou de acrescer à primeira matéria uma explicação sobre o ocorrido.

A Agência Brasil reconhece, no entanto, que uma vez publicada uma informação, mesmo de uma fonte supostamente crível, sem a devida checagem, foi cometido um erro de difícil reparação. Ampliado pelo fato de o título da notícia não ter deixado claro que a informação era do presidente da Comissão de Direitos Humanos, e não da OAB.

Reconhece também que a tentativa de correção do erro no noticiário seguinte foi insuficiente. Deveria ter sido enfatizada para alcançar a mesma amplitude da denúncia incomprovada.

Por isso, a Agência Brasil está reorientando seus profissionais e revendo seus procedimentos internos para evitar que erros como esse ocorram novamente em seu noticiário.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 19:10

VEJAM COMO UMA BALA DE BORRACHA DEMOCRÁTICA DO PT PRODUZ AQUELE VERMELHO VERDADEIRAMENTE REVOLUCIONÁRIO…

Vejam esta foto de Raul Spinassé, da Agência A Tarde/AE. Volto em seguida.

bahia-ferido

Este rapaz é uma dos manifestantes que entraram em confronto com forças de segurança federais em frente à Assembléia Legislativa da Bahia. Levou um tiro de bala de borracha no rosto. Não estou certo, mas acho que não há sede de um Poder Legislativo — municipal, estadual ou federal — cercada pelo Exército desde o fim da ditadura. Se não me engano, a última vez se deu no governo Figueiredo, quando se declarou “estado de emergência” no Distrito Federal.

O PT sempre contribuiu para inovar a democracia.

De novo: eu não apóio greve de gente armada.
Quem apoiava era Lula.
Quem apoiava era Jaques Wagner!

Por que este silêncio do Carvalho???

Acima, vocês vêem um manifestante sofrendo as conseqüências do jeito petista de fazer as coisas. Como é mesmo a fala de Gilberto, o Carvalho, sobre o Pinheirinho? Relembro:
“É uma questão de método que se utiliza quando há um problema. Ou você parte para o método democrático de ouvir e resolver no diálogo ou vai para o enfrentamento armado sem levar em conta a necessidade de respeitar a dignidade daquelas pessoas.”

Acima, há um ferido real no conflito. Agora comparem a sua imagem com esta, do tal Paulo Maldos, assessor pessoal de Carvalho, que estava fazendo proselitismo no Pinheirinho e diz ter recebido uma bala de borracha. Não fez BO nem quis fazer exame de corpo de delito. Saiu por aí exibindo as balas como um troféu. Às gargalhadas.

paulo-maldos-foto-tres

 

Encerro
E aí?

Imaginem se o PSDB ou DEM estivesse no poder em Brasília ou na Bahia. O Frei Davi, daquela ONG Educafro, diria que, em meio a tanta gente, os racistas decidiram dar um tiro na cara logo de um negro. Mas este negro não será protegido por Frei Davi. Afinal, ele está do lado errado da força…

Sim, o segredo de aborrecer é dizer tudo. E não há a menor possibilidade de que eu não diga!

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 18:37

PSDB quer que Mantega se explique no Senado

Por Gabriel Castro, na VEJA Online:
Depois da demissão do ministro das Cidades, Mário Negromonte, que caiu na semana passada após cinco meses na corda bamba, Guido Mantega, da Fazenda, se transformou no pivô de mais um embate entre governo e oposição. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), pediu nesta segunda-feira à Comissão de Assuntos Econômicos da Casa a convocação do ministro e do ex-presidente da Casa da Moeda, Luiz Felipe Denucci, demitido por suspeita de irregularidades no cargo. Mantega se transformou em alvo porque, embora tenha sido informado dos desvios em 2010, só exonerou o subordinado neste ano por ordem da presidente Dilma Rousseff.   “O ministro deu uma explicação confusa sobre o caso. De qualquer forma, ele confessou que a indicação é partidária. Ou seja, é o sistema de loteamento que desqualifica a atividade, porque esse é um cargo que exige qualificação técnica”, diz o líder tucano. Denucci, que foi indicado para o cargo pelo PTB, acabou perdendo o apoio dos correligionários durante sua gestão.

Embora tenha concordado com a ida de outros ministros ao Congresso, o governo não pretende aceitar a convocação de Mantega: o temor é que a exposição do petista gere instabilidade na economia. “Fica mal porque isso revela que o governo tem ministros de primeira classe e segunda classe”, afirma Alvaro Dias.

O episódio deve se transformar na nova batalha entre governo e oposição. Na Câmara, o PPS também vai pedir uma acareação entre Mantega, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), e o presidente do PTB, Roberto Jefferson. Cada um apresentou uma versão diferente sobre o episódio. Os deputados tucanos também irão pedir a convocação de Mantega, mas isso só deve ocorrer depois do carnaval, quando as comissões estiverem funcionando.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 17:50

Cadê você, senador Crivella? Quero ouvi-lo!

O senador Marcelo Crivella (PRB) foi eleito pelo povo do Rio de Janeiro. É bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Pertence ao partido controlado por essa denominação. É sobrinho do chefão da Igreja, Edir Macedo, que também é dono de emissoras de televisão.

Três prédios caíram no centro do Rio, ceifando vidas. Segundo culto da Igreja de que Crivella é um medalhão, foi tudo obra do demônio por causa de fiéis que deixaram a Universal. Não entendi a lógica, confesso. Se a igreja de Macedo é de Deus, por que o capeta mataria aqueles que a abandonaram? Deveria estar feliz. O contrário é complicado; imaginem o rabudo ameaçando: “Se você sair da Igreja do Macedão, eu o mato”. Nesse caso, o chifrudo seria, então, um aliado do bispo. Estranha teologia. Mas volto.

A função de um senador é propor coisas que melhorem a vida do estado que representa — entenda-se: a vida de sua população. Quero saber o que o fiel Crivella sugere para o Rio: aumento da fiscalização sobre a intervenção nos prédios ou exorcismo para espantar os demônios?

Pode-se também votar uma lei proibindo os fiéis da Universal de deixar a igreja. Aí prédios não cairiam mais.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 17:28

Por que este silêncio do Carvalho?

Eu acho que o governo federal tem de restaurar a ordem na Bahia, já que o governador Jaques Wagner é incompetente para fazê-lo. E defendo que se deixe claro, ainda mais claro, de uma vez por todas, que gente armada não faz greve nem se amotina, sob pena de expulsão sumária da corporação e processo. Pronto! É isso o que eu acho. QUEM GOSTA DE INVESTIR NO “QUANTO PIOR, MELHOR” É PETISTA. Quem usa o caos para atingir os adversários é Lula, é Jaques Wagner. Adiante.

Cadê o ministro Gilberto Carvalho?
Cadê a ministra Maria do Rosário?
Cadê a presidente Dilma?
Cadê o ministro José Eduardo Cardozo?

Este último, eu sei, foi pra Bahia. Mas onde estão as declarações dos valentes, que opinavam com impressionante ligeireza quando o tema era cracolândia ou Pinheirinho?

Imaginem se o caos baiano estivesse instalado em São Paulo. A essa altura, haveria canalhas falando na necessidade de intervenção federal — não esta informal, branca; refiro-me a intervenção pra valer mesmo.

Em 2008, na greve decretada por uma extrema minoria da Polícia Civil em São Paulo, parlamentares petistas foram às ruas se solidarizar com os… grevistas  — como Lula e Jaques Wagner fizeram em 2001…

Agora, com o caos instalado em terras baianas e com uma centena de mortos — MORREU GENTE COMO MOSCA NA BAHIA, NÃO DO PINHEIRINHO!!! —, os petistas estão mudos! Vai ver ainda buscam um jeito de culpar o PSDB, FHC e, claro!, José Serra!!!

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 17:12

Ministério Público Estadual desmente ao menos uma das mentiras contadas pelo senador Eduardo Suplicy; agora falta desmoralizar as outras

Já relatei aqui a indignidade em que se meteu o senador Eduardo Suplicy, notório defensor de humanistas como Cesare Battisti e seqüestradores de empresários, ao acusar uma guarnição da PM de ter cometido estupro na operação de desocupação do Pinheirinho. Como deixei claro, a ação a que se refere:
a) não aconteceu no Pinheirinho;
b) não aconteceu no dia da desocupação;
c) a denúncia é feita por pessoas detidas com considerável quantidade de droga e uma espingarda calibre 12;
d) a advogada dos presos acompanhou o Boletim de Ocorrência e não denunciou violência sexual nenhuma;
e) a operação ocorreu às 3h30 da manhã, e o BO foi lavrado às 4h, meia hora depois; não obstante, segundo o petista, a sessão de estupro teria durado quatro longas horas;
f) a denúncia surge só 10 dias depois da suposta ocorrência.

Como Suplicy é Suplicy — inimputável porque tem a imunidade parlamentar, atrás da qual se esconde, e porque amplos setores da política confundem sua aparência de idiota clínico com sua essência (e idiota não é!) —, ele sai denunciando o suposto estupro aos quatro ventos, maculando a honra de uma instituição e atacando a reputação de policiais que são pais de família. É asqueroso!

Leiam agora trecho do que informa o Portal G1. Volto em seguida:

O Ministério Público de São Paulo divulgou uma nota negando que suposto abuso cometido por policiais militares relatado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no plenário do Senado, na sexta-feira (3), tenha ocorrido no terreno conhecido como Pinheirinho, em São José dos Campos, no interior paulista. A investigação sobre os abusos corre em segredo de Justiça.

A Polícia Militar também descartou que o caso tenha acontecido durante a reintegração de posse, iniciada em 22 de janeiro. A desocupação terminou no dia 25 do mês passado. Na ação 32 pessoas foram detidas.

Procurado, o senador afirmou ao G1 nesta segunda que a PM estendeu a operação do Pinheirinho para áreas próximas em busca de traficantes e que a declaração foi dada neste contexto. “Não houve engano algum. A operação de desocupação do Pinheirinho se estendeu a bairros vizinhos, como o Campo dos Alemães”, disse.

O comandante da Policia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, declarou ainda na sexta que a corporação investiga uma ação de 12 PMs das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), porém eles não serão afastados por conta das discrepâncias entre as versões apresentadas pelo senador e pelos policiais. Os policiais foram chamados para apurar uma denúncia de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, na madrugada do dia 23 de janeiro, no Campo dos Alemães, área vizinha ao Pinheirinho. Camilo repudiou a maneira como o assunto foi trazido à tona.

No sábado (4), o governador Geraldo Ackmin também negou que o suposto abuso sexual tenha ocorrido no Pinheirinho durante a reintegração de posse. “Isso vai ser investigado e esclarecido. Não foi no Pinheirinho, foi fora. Não foi no dia da reintegração, foi depois. A queixa só foi feita dez dias depois, mas nós vamos apurar rigorosamente. Com absoluto rigor”, declarou Alckmin.

O MP confirmou que o senador acompanhou duas vítimas durante depoimento e que ele obteve cópia das declarações. “Os fatos narrados no depoimento não ocorreram na localidade do Pinheirinho, recentemente desocupada em cumprimento à reintegração de posse”, diz  a nota divulgada na sexta. A promotoria investiga o teor das declarações.
(…)

Encerro
Os doutores do Ministério Público vão me perdoar a franqueza, mas sei muito bem como são feitas certas notícias e as salsichas, para lembrar frase famosa atribuída a Bismarck. Se o MPE está apurando uma denúncia, não tem de fazê-lo em parceria com um parlamentar petista, notório detrator da política de segurança do estado de São Paulo. Se uma cópia do depoimento lhe foi fornecida, isso contraria a boa prática de um promotor.

De todo modo, tudo vai ser apurado. Observo que o conjunto de mentiras de Suplicy foi vazado na sexta. A primeira das inverdades só é negada na segunda, depois de a acusação render abertura de páginas nos jornais e de a PM ser convocada a provar a sua inocência.

Esses setores da imprensa deveriam se envergonhar de servir como meros porta-vozes do petismo. Em alguns casos, trata-se de subserviência voluntária e ideológica; em outros, cuida-se de relações comerciais mesmo: noticia-se o que quer o cliente.

Notem: flagrado na patuscada, Suplicy não se dá por achado. Sabe que pode continuar a contar a mentira sem que nada de ruim lhe aconteça.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 16:14

Aprenda o que é “operação de guerra”, Gilberto Carvalho; aprenda o que é barbárie, presidente Dilma!

 

Grupamento especial da Policia Militar chegando ao local da greve - Fernando Amorim/Ag. A Tarde

Grupamento especial da Policia Militar chegando ao local da greve - Fernando Amorim/Ag. A Tarde

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A tropa de choque da Polícia Militar se juntou, na manhã desta segunda-feira, aos homens do Exército, das Forças Armadas e da Polícia Civil no cerco à Assembleia Legislativa da Bahia - Fernando Amorim/Ag. A Tarde

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 Blindado do Exército próximo à Assembleia Legislativa da Bahia, onde estão os grevistas - Fernando Amorim/Ag. A Tarde

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Blindado do exército reforça o patrulhamento de Salvador durante a greve da PM - Lúcio Távora/Ag. A Tarde

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O presidente da Aspra (Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia), Marco Prisco, na sede da Assembleia Legislativa, onde está desde a noite de terça-feira (31) - Lúcio Távora/Ag. A Tarde

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 15:50

BA: grevistas entram em confronto com as tropas federais

Na VEJA Online:
Um grupo de PMs grevistas que estava do lado de fora da Assembleia Legislativa da Bahia entrou em confronto com as forças de segurança que cercam o local nesta segunda-feira. Ao menos 1.000 homens do Exército, da Força Nacional de Segurança e da Tropa de Choque da Polícia Militar cercam o prédio em Salvador, onde os PMs acampam com suas famílias desde terça-feira, dia em que deram início à greve. Os grevistas do lado de fora avançaram contra as tropas, que reagiram com balas de borracha e bombas de efeito moral. Mais cedo, houve confronto entre as forças federais e os familiares dos grevistas nesta manhã, quando parentes de PMs tentaram entrar no local. As tropas dispararam balas de borracha contra os manifestantes.

Com o apoio das tropas federais, o governo baiano tenta desocupar o prédio, além de cumprir 11 dos 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça baiana contra os líderes do movimento, que estão no local - o soldado Alvir dos Santos foi preso na madrugada deste domingo. O abastecimento de energia elétrica na Assembleia foi cortado por volta das 19 horas deste domingo. As tropas federais fizeram incursões no entorno do edifício, usando, entre outros veículos, os blindados Urutu do Exército, que chegaram ontem à cidade, e helicópteros. A iluminação de alguns pontos e dos holofotes instalados do lado externo é mantida por geradores de energia, usados para casos de emergência.

O Exército fechou todo o acesso à região da Assembleia. De acordo com a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, o general Gonçalves Dias, comandante da 6º região militar, e a PM estão negociando com os grevistas, mas não há previsão de resolução do conflito.

Os policiais grevistas dizem não querer confronto com as tropas do Exército ou com os 40 integrantes do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (PF), que chegaram neste domingo a Salvador para cumprir os mandados de prisão. Contudo, avisam que vão responder eventuais atos de violência com violência. Além do Exército, homens da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar estão nas proximidades da Assembleia. Segundo o tenente-coronel Márcio Cunha, responsável pela área de Comunicação do Exército, depois do isolamento da área, os mandados de prisão serão cumpridos.

“Nosso objetivo não é invadir o Assembleia”, afirmou Cunha. “Fizemos uma operação de isolamento para garantir a ordem na região com o objetivo de permitir o livre trânsito no centro administrativo da Bahia para que as pessoas pudessem trabalhar e exercer suas funções no local”. O tenente-coronel informou que uma equipe da Secretaria de Segurança Pública do estado está dentro do prédio realizando as negociações, “que estão evoluindo gradativamente”, garantiu. “Houve um confronto com algumas pessoas que tentaram entrar no perímetro de isolamento, mas foi um incidente rápido e sem feridos. Queremos manter o clima de harmonia”.

O pedido para a desocupação do prédio da Assembleia foi feito no domingo à tarde pelo presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo, ao general Dias. Nilo disse que “os trabalhos legislativos precisam voltar à normalidade e que a Assembleia não pode ser usada como abrigo para foragidos da Justiça”. O deputado falou ainda que o pedido partiu dele mesmo e não do governador.

Cerca de 300 PMs amotinados aglomeram-se na frente da Assembleia. “Chamem seus colegas, esta é uma noite fundamental para nossa luta”, disse o líder da greve, Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), em discurso feito por volta das 21h30. De acordo com Prisco, o comando da PM do Estado teria feito uma proposta pelo fim do movimento e da ocupação. “Falei com o coronel (Alfredo) Castro (comandante-geral da PM) e ele propôs anistia total e irrestrita a todos os companheiros grevistas, a incorporação de duas gratificações aos salários e a revogação de todos mandados de prisão, menos o meu”, disse, aos PMs que estão no local.

Em seguida, Prisco perguntou aos grevistas se aceitavam essas condições. Eles negaram. Segundo o governo, porém, não foi feita nenhuma proposta aos amotinados. “A única proposta do governo é: voltem a trabalhar”, rebateu o secretário de Comunicação, Robinson Almeida. “Os mandados de prisão serão cumpridos, mais cedo ou mais tarde. Isso já saiu da esfera do Estado, é uma determinação do governo federal.

Onda de crimes
Desde terça feira, 31 de janeiro, quando começou a greve da Polícia Militar na Bahia, a Secretaria de Segurança Pública do estado registrou 96 homicídios, de acordo com os boletins diários divulgados pelo órgão. Somente nesta segunda-feira, quatro mortes foram contabilizadas, todas no município de Camaçari. Neste fim de semana, foram 36 homicídios.

Aulas suspensas
Por causa da greve, grande parte das escolas de Salvador não funcionaram. “Nós resolvemos orientar as escolas para que não abrissem as portas enquanto a greve não terminasse”, afirmou o professor Natálio Dantas, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia. “Ontem, fui convidado para uma reunião com integrantes do governo e da Polícia Militar, que deram a orientação para que as escolas retomassem as aulas hoje. No entanto, vamos manter a suspensão e o ano letivo ainda não começará até que a greve termine ou que eles tenham condições de garanti a segurança em cada escola”. O maior preocupação, segundo Dantas, não é a segurança interna, mas na rua, fora das instituiçãoes de ensino.

Por Reinaldo Azevedo

 

06/02/2012 às 15:23

Num culto da igreja de Macedo, ficamos sabendo que foi o demônio que derrubou os prédios do Rio só para se vingar de ex-fiéis… Com a palavra o senador Crivella, que é membro da igreja, sobrinho do dono da igreja, filiado ao partido da igreja

Os evangélicos sabem que este é um blog que preza os cristãos de todas as denominações. Não faz tempo, escrevi aqui alguns posts sobre a disposição do PT, anunciada pelo ministro Gilberto Carvalho, de disputar influência com os evangélicos, como se o partido fosse uma igreja…

Circula na Internet um vídeo que, a meu ver, NÃO REVELA A CONVICÇÃO DOS EVANGÉLICOS. Também não devemos confundir todos os fiéis da Igreja Universal do Reino do Deus com o que se verá. A esmagadora maioria dos crentes de todas as igrejas, inclusive aquela a que pertenço, a Católica, não pode responder pelo eventual oportunismo de seus dirigentes.

Num culto da Universal, um suposto demônio, com o estímulo e o beneplácito do pastor, diz que foi ele quem derrubou os prédios do Centro do Rio. E sabem por quê? Porque haveria lá um ex-obreiro e ex-pastor da Universal. Entende-se que, como desistiram da igreja, então receberam uma punição, que teria matado até quem nunca havia pertencido ao grupo.
Assistam. Volto em seguida.

Voltei
Vidas se perderam, como sabemos, naqueles desabamentos. Famílias estão marcadas para sempre. A Universal do Reino de Deus comanda a Rede Record e a Record News, empresas de comunicação que operam em estreitíssima ligação com o governo federal. Não conto aqui nenhuma novidade. A igreja também tem um partido, o PRB. No Rio, a sua principal expressão é o senador Marcelo Crivella. A legenda pertence à base do governo federal, do governo estadual e do governo municipal.

Ora, é forçoso que se pergunte ao senador Crivella: o senhor também acha que foi o demônio que derrubou os prédios do Rio porque dois fiéis de sua igreja teriam decidido deixar a igreja? Esse também é o pensamento do PRB e da TV Record? O nome disso é exploração vil da tragédia. Notem que o vídeo já está com legenda em espanhol. É uma peça de divulgação e proselitismo. Imaginem o escarcéu que se faria se tal barbaridade fosse pronunciada na Igreja Católica ou no culto de alguma outra denominação com menos poder de fogo na mídia.

A Universal, via TV Record, tem hoje pessoas que atuam na imprensa, sempre mobilizadas para “bater” nos inimigos do rei — ou dos reis… Não dou a mínima. Também é inútil tentar jogar os evangélicos contra mim porque eles sabem muito bem o que penso. Quem defende, por exemplo, o aborto não sou eu. Comigo, demônio não se cria…  Há uma outra penca de vídeos relacionados a este em que se garante que os que deixam a Universal acabam morrendo. Os fiéis de uma igreja, católica ou evangélica, não podem ser mantidos pelo medo e pelo terror.

Esse demônio é mesmo um canalha!
Esse demônio está mentindo!
Esse demônio merecia é cadeia!

Edir Macedo já apareceu na televisão defendendo o aborto em nome da Bíblia e com um chicote para expulsar o capeta do corpo de um gay. Agora, chegou a vez de ligar a tragédia dos prédios do Rio a problemas internos de sua igreja.

A população fluminense, especialmente a carioca, tem o direito e a obrigação de perguntar ao senador Crivella, sobrinho do dono da Universal e bispo da Igreja, se ele também está convicto disso.
Um das características de Macedo é sempre dar mais um passo depois de ter chegado ao limite do tolerável.

PS - Não publicarei comentários que ataquem os evangélicos e os fiéis das igrejas (inclusive da Universal). Este é um blog que respeita a liberdade religiosa e que repudia a exploração oportunista da tragédia e da ignorância.

Por Reinaldo Azevedo

 

Cadê Gilberto Carvalho? “Operação de guerra” é o que se vê na Bahia, governada pelo PT. “Barbárie”, presidente Dilma, são 86 assassinatos em 6 dias só na Grande Salvador

Sim, sempre começarei um texto sobre este assunto assim:  ACHO QUE GENTE ARMADA QUE FAZ GREVE TEM DE SER PUNIDA! Que os servidores dessa área busquem outras formas de protesto e reivindicação! Sempre fui. Em qualquer estado, em qualquer governo. Quem defendia greve de policiais era Lula; quem a financiava era Jaques Wagner, quando ambos estavam na oposição. Em 2001, o agora governador contribuía até financeiramente para o “movimento”; agora, ele articulou com as forças federais a prisão dos líderes grevistas. Em 2001, insuflava os militares a se rebelar contra um governo do PFL; em 2012, o Planalto, comandado por seu partido, manda helicópteros sobrevoar a Assembléia Legislativa para intimidar os grevistas. O que mudou? Ora, o PT, agora, está do outro lado do balcão! Greve contra seus adversários é virtude; greve contra os petistas é um crime que tem de ser punido com prisão. Por que sou diferente deles também nisso? Eu era contra em 2001 — e escrevi contra — e sou agora. ATENÇÃO! O objeto deste texto é outro. Esta abertura serve para deixar bem claro um ponto de vista e para expor, ainda outra vez, o espetáculo de vigarice política dessa gente. Vamos ao ponto.

Se vocês recorrerem à área de procura do blog, ali ao lado da fotinho daquele senhor simpático, verão desde quando escrevo sobre a escalada de violência na Bahia. Os primeiros textos são de 2009 (as palavras-chave são “homicídios, Bahia” — sem vírgula e aspas). Parecia-me evidente que algo andava muito mal no Estado. Houve uma verdadeira explosão de homicídios. O estado era só o caso mais escandaloso, mas não era único, diga-se. As mortes cresceram de forma acentuada no Nordeste nos últimos anos, com raras exceções.

Ter boa memória é uma dádiva. Eu tenho. No dia 9 de julho de 2010, com base nos dados do Mapa da Violência, fiz a minha própria tabela sobre a evolução dos homicídios nos estados brasileiros, comparando os números do último ano do governo FHC (2002) com os de 2007 — depois de cinco anos, portanto, da gestão Lula. E PERCEBI QUE A VIOLÊNCIA NO NORDESTE HAVIA CRESCIDO DE MODO ASSUSTADOR. Revejam a tabela. Reparem que o maior salto havia acontecido justamente na Bahia: 97,7%. Caía por terra o mito de que a responsável pela violência é a pobreza. Não é, não! O Nordeste foi a região que mais cresceu no período. Aí alguns cretinos resolveram inverter a equação e sustentar que o crescimento é que gera violência. Vejam. Volto depois.

 

tabela-homicidios

Voltei
Observem que, em cinco anos de governo Lula, mesmo sem uma miserável política pública de combate à violência, o índice de homicídios caiu 11,57% no país. Pois é… Quem respondeu por aquela queda? São Paulo, onde houve uma queda de 60,5%. Entenderam? A polícia deste estado, que vive sendo demonizada pelo governo federal, respondia praticamente sozinha pela queda do índice nacional de homicídios.

Mas voltemos à Bahia. Alguém dirá: ‘Reinaldo, em 2007, Wagner estava no governo havia apenas um ano”. É, eu sei. Só que, daquele 2007 para cá, os mortos saltaram de 25,7 por 100 mil habitantes para 37,7 (2010) — um salto de 32%. Isso quer dizer que o governo federal — Lula — assistiu inerme à explosão de violência no Nordeste, e Wagner foi particularmente desastroso na Bahia. Abaixo, segue outra tabela, com dados de 2000 e 2010. Os homicídios cresceram 300% na Bahia, que pulou no 23º lugar no ranking dos estados que mais matam para o 7º. São Paulo fez a trajetória inversa: do 4º para o 25º. A capital paulista é aquela em que menos se mata hoje no Brasil.

homicidios-ranking-estados-1

homicidios-ranking-estados-2

Qual o segredo?
Os tontos, os que desprezam os dados, os que ignoram a verdade, os que preferem a ideologia aos fatos (e vou lhes contar na tarde desta segunda uma historinha escandalosa, protagonizada por um brasileiro ongueiro, lá na Venezuela…), gostam de afirmar que São Paulo logrou tal êxito por causa do Estatuto do Desarmamento e das campanhas dos governos petistas para recolher armas!!! Uau!!! E por que isso tudo teria sido eficiente em terras paulistas, mas não nas baianas?

Porque isso é falso! São Paulo diminuiu drasticamente os mortos sabem como? Metendo bandido na cadeia — com 23% da população, tem 40% dos presos. O estado não prende muito. O resto do país é que prende pouco. O resultado é este que se vê. É claro que há algo de muito errado na Bahia mesmo quando os policiais estão trabalhando. O governo de Jaques Wager é incompetente para meter bandidos na cadeia. Isso não tem a ver apenas com a eficiência do policiais: é preciso que se indague QUE DIABO DE POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA ESTÁ EM CURSO NO ESTADO. O número de homicídios disparou depois da greve. Mas já era um descalabro antes dela.

Operação de guerra e barbárie
Gilberto Carvalho, o ministro boquirroto, está vendo agora o que é uma “operação de guerra”. É aquilo que está em curso na Bahia. Os blindados estão nas ruas; helicópteros sobrevoam a Assembléia Legislativa; as tropas da Força Nacional de Segurança fazem a patrulha; um destacamento da Polícia Federal caça os grevistas. Dilma pode constatar a “barbárie” nos 86 corpos. É claro que o movimento tem de ser duramente reprimido, como tinha aquele de 2001, que chegou a ser financiado pelos petistas!

A BAHIA NÃO PODE RECOBRAR A VELHA NORMALIDADE, NÃO!
Atenção, cidadãos baianos de bem, a esmagadora maioria! Não permitam que o governador Jaques Wagner apenas recobre a “normalidade” de seu governo porque se trata de uma normalidade anormal. É preciso começar a operar na anormalidade do padrão Wagner, com seus 37,7 mortos por 100 mil habitantes — muito acima da média naciona, já assombrosa.

Uma greve de polícia é sempre um evento desgastante, sim, que traz grandes riscos para a sociedade. Mas a onda de homicídios que se seguiu à paralisação dos policiais indica que a política de segurança pública do governo petista é um desastre.

Transforma a Bahia numa praça de guerra, ministro Carvalho!
Leva a barbárie às ruas, presidente Dilma!

PS: Sim,  os petralhas ficam irritados comigo. Não sou doce de coco. Podem me odiar à vontade. Mas que tal contestar os números?

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo

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