Ambientalismo -- O ataque ideológico ao agronegócio

Publicado em 07/06/2014 22:09 e atualizado em 10/07/2014 15:12
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

Ambientalismo

O ataque ideológico ao agronegócio

A economia brasileira patina, não sai do lugar, apesar de uma política de alta inflação do governo. Se há um setor que vem sendo o “salvador da Pátria”, este é o agronegócio, com exportações de quase US$ 100 bilhões. Mas é justamente o setor mais odiado e atacado por uma ala esquerdista, que tem em Marina Silva seu maior ícone. O que se passa?

Essa perplexidade foi o tema da coluna de Kátia Abreu na Folha hoje. Ela participou de um seminário com um dirigente de uma ONG ambiental que foi o segundo na hierarquia do Ministério do Meio Ambiente quando Marina Silva era ministra do governo Lula (e hoje alguns poderiam pensar que isso faz décadas, quando observam a mesma Marina posando como forte oposição ao atual governo).

A pergunta ficou martelando em sua cabeça: por que essa gente repudia tanto os empresários do meio rural? Ao ver o que os ambientalistas têm a dizer sobre o agronegócio, fica até parecendo que ele é o grande vilão do país, não a locomotiva de seu crescimento nos últimos anos. Por que tanto ódio? Como coloca a senadora logo no título, seria desconhecimento ou má-fé?

Kátia Abreu usa seu curto espaço no jornal para rebater algumas acusações comuns, mas sem dúvida é possível aprofundar bem mais as respostas. Ela rechaça três ataques típicos, que envolvem o uso de agentes químicos, a emissão de gases de efeito estufa e o consumo de água. Diz ela sobre o primeiro deles:

Qualquer leigo percebe que, nos trópicos, o calor, a umidade e a menor diferenciação das estações são muito mais propícias aos insetos e aos diversos agentes patogênicos do que as zonas temperadas.

Assim, se quisermos produzir aqui, temos que conviver com pragas e doenças, combatendo-as com os agentes criados pela tecnologia e certificados pelos órgãos sanitários do mundo e do Brasil.

O caminho mais eficiente para a redução do uso de defensivos químicos é a utilização de sementes geneticamente modificadas que repelem os agentes patogênicos e dispensam os agroquímicos.

Mas o avanço da transgenia entre nós quase foi paralisado na gestão desse dirigente no Ministério do Meio Ambiente. Para ele, o único caminho parece ser não produzir e importar da Europa, matriz dessa espécie de ambientalismo.

Diante disso, podemos voltar à pergunta: trata-se de desconhecimento ou má-fé? Arrisco uma mistura. Vejo, aqui mesmo no blog, muita gente condenando o agronegócio com base em uma visão romântica de mundo. São aqueles que acreditam que seria possível alimentar 7 bilhões de bocas apenas com alimentos orgânicos, por exemplo. Gente que se encantou com o filme “Avatar”, em resumo.

Mas há também a má-fé, o oportunismo, já que o ambientalismo virou um negócio também, e um negócio multibilionário, com muitos interesses em jogo. Manter a chama do medo acesa, incutir verdadeiro pânico nos leigos, como se o planeta estivesse na iminência de uma catástrofe ambiental, e culpar o agronegócio como bode expiatório, isso tudo vende bem e enche muito bolso por aí.

No mais, há o fator ideológico, que jamais pode ser desprezado. Órfãos do comunismo, e com Deus “morto”, muitos encontraram refúgio no ambientalismo radical, que apela ao ecoterrorismo para cuspir no capitalismo, no lucro, na propriedade privada. São os “melancias”: verdes por fora, vermelhos por dentro. O estado será o instrumento de “justiça” contra esses gananciosos “latifundiários”.

Enfim, quando lembramos o que Marina Silva representa, é até compreensível a guinada que Kátia Abreu deu, apavorada com o risco de alguém assim chegar ao poder central. Mas a senadora ignora que o PT também faz parte dessa laia, que Marina foi ministra, afinal de contas, do ex-presidente Lula, e que o candidato atual que melhor representa os interesses desses produtores rurais é o tucano Aécio Neves, jamais a petista Dilma.

Será que é apoiando a reeleição de Dilma que o agronegócio vai se proteger dos ataques ideológicos que vem sofrendo? Não custa lembrar, senadora, que o ministro Gilberto Carvalho é “o cara” do MST dentro do Planalto. Isso não tira seu sono?

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaPolítica

Que inveja de São Paulo!

Nós, cariocas, somos muito “malandros”. Temos bossa nova, ginga, somos a capital nacional do famoso jeitinho brasileiro. Aqui é o local da esquerda caviar par excellence, principalmente nos bairros nobres da zona sul. Achamos ridículos esses paulistas que só pensam em trabalhar, que nem têm praia!

Só há um pequeno detalhe: o Rio tem malandro demais para otário de menos. Isso mesmo: na terra da malandragem, quem tem um olho mata quem tem dois. E o resultado é esse que vemos: favelas por toda parte, empresas que vão embora para outros estados, insegurança acima da média nacional, e o paraíso dos parasitas que só pensam em mamar nas tetas estatais.

Foi no Rio onde Heloísa Helena, do PSOL, teve uma das maiores votações do país! O Rio ama o atraso, ainda flerta com o socialismo chique, tudo isso embalado pelas canções de Chico Buarque, ícone dessa turma. Marcelo Freixo virou herói por aqui. Arriscaria dizer que é no Leblon onde há a maior quantidade de gente por metro quadrado que ainda enaltece as “maravilhas” do modelo cubano!

Toda essa digressão veio à mente ao ler que Geraldo Alckmin, do PSDB, deve vencer no primeiro turno em São Paulo, e que o petista Alexandre Padilha amarga patéticos 3% das intenções de voto, mesmo com toda a propaganda de Lula e do criminoso programa “Mais Médicos”, que importa escravos cubanos de forma ilegal para o Brasil. Vejam o retrato da coisa:

Agora vamos falar do Rio, de nossa cidade maravilhosa? Melhor não. Por aqui, o petista Lindbergh Farias está disputando com razoáveis chances de vitória, num terceiro lugar. Não parece tão bem cotado assim, não é mesmo? Mas vamos ver quem está à sua frente? Marcelo Crivella e Anthony Garotinho! É sério! Esses são os três candidatos liderando as pesquisas para o governo do Rio. É ou não assustador?

Os tucanos, meus leitores sabem, não são liberais, e tenho várias críticas a eles. Dito isso, é inegável a qualidade superior deles em relação aos petistas (algo muito fácil de se conseguir, convenhamos, pois basta não ser um completo canalha ou um mentecapto). O PSDB governa São Paulo há anos. Será coincidência ser este o mais rico estado do país?

Mas a esquerda festiva carioca abomina coisas chatas como resultado prático, preferindo ficar apenas na retórica, no discurso bonito, sensacionalista. Uma boa parte dela se colocou contrária até às UPPs, pois sabemos como adoram odiar a polícia e adorar bandidos, vistos como “vítimas da sociedade”. É muita adoração ao que há de pior na humanidade…

Não resta dúvida de que a natureza foi camarada com os cariocas. Vivemos em uma das cidades mais belas do mundo! O problema é mesmo a nossa mentalidade. É esta que precisa mudar se quisermos preservar o que a natureza nos deu, e viver em um lugar mais próspero, desenvolvido, rico e, portanto, capitalista. Pensem nisso, caros colegas “malandros”.

Rodrigo Constantino

 

CulturaEducação

Feministas da UFRJ fazem perseguição ideológica a professor liberal

Feministas pela liberdade? Nem tanto…

Há algo novo no ar: cada vez mais professores e alunos saem da toca (ou do armário) e se assumem liberais nas universidades brasileiras. Aquilo que foi domínio da esquerda por décadas está ameaçado agora, pois mais e mais gente cria coragem de remar contra a maré vermelha e desafiar a doutrinação marxista. Naturalmente, há forte reação do lado de lá, não acostumado a conviver, de fato, com a pluralidade e diversidade.

Um caso recente ilustra bem isso. O diretor do Instituto Liberal, Bernardo Santoro, que dá aula na UERJ e na UFRJ, foi vítima de uma perseguição ideológica liderada por um grupelho feminista que, acima de tudo, demonstra total falta de senso de humor (marca registrada dos “revolucionários” e “fascistas do bem”). Abaixo, ele mesmo explica em maiores detalhes o que aconteceu:

Esclarecimento sobre o print apresentado pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ:

Em primeiro lugar vou explicar como a história toda surgiu. Alguns alunos da graduação e da pós-graduação da UERJ, meus amigos, reclamaram que estavam sendo perseguidos pelo movimento feminista na UERJ pelo seu perfil conservador. Achando que essa reclamação era um exagero, fiz uma brincadeira com esses amigos dizendo que eles deviam agradecer pelo fato do feminismo ter existido, pois isso teria libertado o homem do sistema patriarcal também e criado um sistema que lhes favorecia muito. Essa clara brincadeira com amigos conservadores, fora do âmbito da UERJ e da UFRJ, foi deturpada de maneira sórdida pelo “Coletivo de Mulheres da UFRJ”, e seria vista como uma brincadeira se não fosse por esse parágrafo, escrito pelo Coletivo: “Bernardo é conhecido por citações pejorativas em sala de aula contra diversos movimentos sociais que buscam uma sociedade mais igualitária e recentemente tem intensificado seus ataques públicos contra as mulheres e o movimento feminista, em especial o das mulheres da faculdade de Direito da UERJ”.

Nunca, em momento nenhum, citei pejorativamente movimentos sociais ou ataquei mulheres e o movimento feminista, especialmente dentro da faculdade de Direito da UERJ ou da UFRJ. Pelo contrário, sou conhecido por minha defesa do contraditório e abertura democrática a todos os alunos. Pode perguntar a qualquer aluno marxista meu e ele atestará que a aula é marcada pela pluralidade e respeito ao pensamento diferente. Essa mentira foi feita, de acordo com pessoas que já se propuseram a testemunhar publicamente, pela aluna Maria Clara Bubna e jogada para o Coletivo da UFRJ, que a divulgou sem prévio esclarecimento.

Abro parênteses para falar dessa aluna. Desde o primeiro momento a aluna antipatizou comigo sem nenhum motivo que não fosse ideológico, e mesmo com toda a minha paciência, ela se recusava a ir às aulas. Contando com a aula de ontem, em todo o período foi apenas a terceira aula assistida por ela. Ela injuriava o professor constantemente seja ao vivo (com testemunhas), seja pela internet (com prints).

O auge das calúnias foi a alegação, pela internet, de que o meu contrato seria ilegal por conta de decisão judicial (que, diga-se, não abarca o contrato do professor), e sugerindo que houve favorecimento pessoal nessa contratação, o que põe em xeque a idoneidade de toda a Direção da Faculdade de Direito da UERJ, em especial o Vice-Diretor João Eduardo Pereira e o Coordenador da Graduação, Gustavo Siqueira, que foram membros da banca que aprovou o professor em concurso.

Destaco também que o grupo de esquerda vinculado a essa aluna acusou de discriminação contra mulheres o prof. Marcello Ciotola (com print – UERJ e UNESA) e o prof. Paulo Emílio de Macedo (sem print, pois foi apagado antes – UERJ e UFRJ), sem falar em nomes, pois eles são professores efetivos, e eu, um reles professor substituto.

No mesmo dia, extremamente aborrecido pelas calúnias levantadas contra ele e contra a Direção da Faculdade de Direito, declarei em sala que quem quisesse poderia não assistir as aulas e que eu aprovaria os alunos com nota mínima. Três alunas aceitaram, Maria Bubna e outras duas, em e-mail enviado a mim. Respondi, já de cabeça fria, que não poderia, por razões acadêmicas, aprová-las sem avaliação, motivo pelo qual daria um trabalho para as três alunas fazerem, e enviei o texto que é um resumo da matéria toda para esse trabalho, o que foi aceito. Inclusive, avisei que elas poderiam frequentar A AULA A QUALQUER MOMENTO E FAZER AS PROVAS AO INVÉS DO TRABALHO. Uma das alunas mudou de ideia e vai fazer as provas, o que foi motivo de muita alegria para mim. Esse mesmo rito de avaliação foi o utilizado para a aluna Malu Brito, que por problemas de deficiência auditiva, tinha dificuldades de acompanhar a aula. Eu, inclusive, me dispus a dar aulas particulares para ela fora do período de aula, mesmo sem ser pago para tal.

Quando fiquei sabendo que a aluna foi a responsável pela difamação feita pelo Coletivo de Mulheres da UFRJ, decidi processá-la criminalmente, por ser meu direito de cidadão contra o verdadeiro bullying feito pela aluna durante todo o tempo. Isto posto, procurei sim a aluna para discutir a possibilidade de desligamento da mesma da matéria, e nunca obtive retorno, mas nunca exigi, em momento nenhum, sua saída, e a aluna, inclusive, compareceu pela terceira vez no semestre na aula de segunda passada. Esse sentimento perpassa pelo mesmo motivo pelo qual juízes são suspeitos de julgar inimigos no processo civil (art. 135,I do CPC). E é isso que a aluna tem se mostrado perante mim: ser minha inimiga, mesmo sem nenhum motivo aparente, pois sempre fui condescendente com os atos levianos da aluna. Portanto, com essa ação, estava PROTEGENDO a aluna, e não o contrário, por entender que não há mais condições de se manter um relacionamento profissional ou acadêmico com a mesma.

Lembro, nesse ínterim, que a aluna ignorou por completo todas as repercussões que suas ações infundadas poderiam trazer para mim, que possuo uma esposa que não pode trabalhar porque precisa cuidar do noso filho, que é uma criança especial (autismo).

Vale ressaltar ainda que a totalidade de alunos meus na UFRJ foram em minha defesa em manifestação online e que estão averiguando a possibilidade de fazer um grande abaixo-assinado em minha defesa, mesmo já estando de férias.

Nesse tempo também recebi ligações de números privados que nada falavam, um evento acadêmico em que eu participaria criticando a reforma agrária foi cancelado por falta de segurança e continuam as ameaças a todo evento que participo, inclusive uma ameaça de invasão à minha defesa de dissertação de mestrado, nesta sexta, que terá segurança reforçada.

Por fim, destaco que tudo o que foi escrito aqui está amplamente documentado, com prints ou testemunhos, e será entregue à Direção das faculdades em questão ainda nessa semana para que as providências cabíveis sejam realizadas.

Na UFRJ o Centro Acadêmico de lá retirou as acusações após entrevistar mais de 30 alunas minhas e todas afirmarem que sou um ótimo professor e de caráter ilibado.

Meu único erro nessa história toda foi ter sido condescendente com ela o tempo todo. Quando ela me caluniou dizendo que meu contrato era ilegal e insinuaram que eu era não-concursado, eu deveria ter levado o caso para a direção imediatamente. Quando eu descobri que ela era a responsável pelo post difamatório do coletivo de mulheres da UFRJ, ao invés de amigavelmente tentar terminar o nosso vínculo, deveria ter entrado com um processo administrativo contra ela. Ao invés disso, ela usou a minha boa-vontade e minha compaixão contra mim.

Na UERJ, o Centro Acadêmico entrou com um pedido de sindicância e afastamento preventivo, que foi aceito. Eu fiz uma defesa que era interrompida o tempo inteiro pelo Diretor, e os chefes de departamento deixaram claramente sua antipatia por mim, por questõres políticas, e por isso pedi exoneração, mas mudei de ideia. Agora vou lutar e vou até o fim. Antes do evento, se ouvia pelo corredor coisas do tipo “é uma ótima oportunidade para mostrarmos que essa faculdade tem sim uma posição ideológica”.

 

EducaçãoLei e ordem

Tiros na UnB? Ou: Democracia contra a violência

UnB: caminho certo à direita

O texto abaixo foi escrito pelo professor Roberto Ellery, e merece divulgação, pois não podemos compactuar com esse tipo de prática dentro das universidades brasileiras:

Democracia contra a Violência

Em um espaço de dois dias a comunidade da UnB foi surpreendida por duas notícias aparentemente desconexas mas que guardam relação entre si. A primeira foi a invasão do gabinete do reitor por alunos que participam da assistência estudantil da UnB, a segunda foi mais um Happy Hour (HH) que saiu do controle, desta vez com direito a tiros em pleno Instituto Central de Ciências (ICC). Os estudantes que estão na assistência estudantil tem várias demandas legítimas que devem ser analisadas com a devida atenção pelas instâncias representativas da UnB, festas existem nas melhores universidades do Brasil e do mundo e não existe uma boa razão para não existam na UnB. Porém nada justifica a afronta e o desrespeito as regras e as instâncias deliberativas da universidade.

Os estudantes tem representação nos conselhos superiores e podem levar a esses conselhos avaliações a respeito de toda e qualquer decisão da reitoria, inclusive as decisões relativas as normas para festas, funcionamento da assistência estudantil e a decisão de responsabilizar os estudantes envolvidos em outras manifestações. Ao partir para ação direta, no caso da invasão, e ao ignorar as regras de convivência, no caso dos HH, os estudantes não estão apenas afrontando o reitor e os diretores da UnB, estão afrontando a própria democracia.

Não é aceitável que grupos insatisfeitos com decisões tomadas dentro dos trâmites legais, portanto democráticos, se sitam no direito de impor suas demandas, mesmo que legítimas, por meio da força e da intimidação. Tudo fica mais grave por não se limitar a UnB ou algumas grandes universidades, é uma questão nacional. Vivemos um momento onde as mais diversas demandas são utilizadas para justificar ações de força que usam a violência visando atender os interesses dos grupos demandantes. Esse tipo de procedimento é incompatível com estado democrático e de direito, é incompatível com a vida civilizada, é incompatível com os interesses da maioria da população.

Por tudo isso parte da comunidade da UnB resolveu reagir. Não queremos impedir manifestações pacíficas, não somos contra as festas, não somos contra as demandas específicas deste ou daquele grupo. O que nos une é a necessidade de reagir em defesa da democracia. Acreditamos que a defesa intransigente da democracia é a forma mais adequada de combater os atos de violência dentro e fora da UnB. Só o compromisso radical com a defesa da democracia, inclusive com os mecanismos democráticos de fazer valer a lei, pode nos resgatar do atual estado de violência generalizada. Peço a todos que tenham possibilidade que compareçam segunda-feria, 9/6, à reitoria da UnB as 10:00h da manhã para apoiar nosso ato: Democracia contra a Violência.

 

Economia

O analfabetismo econômico de Lula. Ou: O PT quer insistir no erro e dobrar a aposta

Arno Augustin: esse é o tamanho do Pibinho…

É um espanto! Ou não. O mesmo Lula que disse ontem que é preciso endurecer o combate à inflação, pois o governo não pode ser tolerante com este patamar elevado, afirmou que é preciso expandir o crédito ao consumo, justamente uma das causas da elevada inflação. Esquizofrenia ou analfabetismo econômico?

O ex-presidente, em evento em Porto Alegre,cobrou da equipe econômica mais crédito ao consumo, e se dirigiu diretamente ao secretário do Tesouro, Arno Augustin, o mesmo que causa calafrios nos investidores justamente porque não demonstra nenhuma responsabilidade fiscal. Disse Lula:

Arno, um dia você vai ter que me explicar por que, se a gente não tem inflação de demanda, por que a gente está barrando crédito. Porque com o crédito todo mundo vai à luta, o comércio vai à fábrica, a fábrica vai produzir, melhora a vida de todo mundo. Sem crédito ninguém vai a lugar nenhum.

Não satisfeito, o ex-presidente comparou o Brasil com os países quebrados da Europa, como se aqueles fossem uma boa meta para nós:

Nós podemos chegar a 80% do PIB de crédito, a 90%, não tem nenhuma importância. Tem país com 120%. Nós não temos problema de dinheiro para investimento. Mas por que não tem investimento? Não tem porque o país não quer vender nada. Se está diminuindo a demanda, por que eu vou investir? Se tem dinheiro à vontade para investir mas não tem gente para comprar, eu não vou fazer. Não temos que ter medo. Temos que ficar um pouco mais afoitos agora. Apenas seguir a rotina técnica não dá mais certo. Tem que colocar um pouco do charme do compromisso social para a gente melhorar a situação.

Entende-se o desespero de Lula, pois o discurso absurdo foi feito no mesmo dia em que saíram as novas pesquisas do Datafolha, mostrando a continuidade na tendência de queda de seu “poste”, a presidente Dilma. Mas é, ainda assim, chocante ver como os petistas conseguem ignorar toda a lógica e experiência econômica acumuladas ao longo de séculos.

Para Lula, é o crédito artificial, criado “ab ovo”, “ex-nihilo”, do nada, pela simples vontade política, sem lastro na poupança doméstica, que estimula o consumo. Este, por sua vez, puxa mais investimentos para expandir a oferta e atender a nova demanda. Lula descobriu o moto perpétuo do crescimento, a máquina de fazer riqueza, em que basta apertar um botãozinho e “bum”, faz-se prosperidade!

Não passa pela cabeça de Lula que foi exatamente o aumento de crédito sem lastro, principalmente voltado ao consumo, que trouxe a volta da alta inflação. Sem aumento de poupança e sem investimentos que aumentem a produtividade, decorrentes da maior poupança, esse crédito acaba apenas produzindo inflação e mais importação, derrubando a balança comercial também.

Lula acha que o rabo balança o cachorro, não o contrário. O Zimbábue seria o país mais rico do mundo se isso fosse verdade. Aliás, não haveria mais miséria no planeta se bastasse usar bancos públicos e governo para expandir crédito sem lastro e, com isso, criar mais demanda que criaria sua própria oferta em seguida. É um equívoco tão primário que ruborizaria um aluno do primeiro ano de qualquer faculdade de economia, menos da Unicamp.

O ex-presidente ainda pintou Augustin como um sujeito ortodoxo, que exerce com firmeza o papel de tesoureiro, protegendo o cofre dos anseios políticos:

Se depender só do pensamento do Arno, você não faz nada. Não é por maldade dele não, é que um tesoureiro de um sindicato é assim. A nossa tesoureira dentro de casa, que é a nossa mulher, também é assim. Elas não querem gastar, só querem guardar. Mas tem que gastar um pouco também.

Gastar um pouco? Esse governo só faz gastar! É muito escárnio, muita inversão. Qualquer investidor, qualquer analista de mercado sabe que Arno Augustin não goza de nenhuma credibilidade justamente porque é gastador, não “muquirana”. Mas Lula quer mais veneno ainda. Quer repetir 2010, com aumento irresponsável de gastos para eleger Dilma, sendo que o cenário hoje mudou completamente.

Não satisfeito com o resultado catastrófico da “nova matriz econômica”, o PT quer dobrar a aposta. Sai de baixo se essa gente continuar no poder!

Rodrigo Constantino

 

EconomiaEmpreendedorismoIntervencionismoLiberdade Econômica

Abílio Diniz pede para governo ajudar parando de atrapalhar

Fonte: Folha

O ministro intervencionista de Luíz XIV, Colbert, teria reunido um grupo de comerciantes e perguntado o que mais o governo poderia fazer para ajudá-los, quando um deles diz: saia da frente! A história, verdadeira ou não, está na origem da expressão “laissez-faire”, que simboliza a defesa do liberalismo econômico.

Isso veio à mente ao ler anotíciade que o empresário Abílio Diniz pediu para o governo parar de atrapalhar as empresas. Vindo de quem vem, o pedido fica ainda mais interessante, pois Abílio foi um grande entusiasta do governo Dilma no começo. Sua ficha já vinha caindo, entretanto, e ele recusara convite informal para ser ministro do Desenvolvimento. Agora, pelo visto, o desapontamento é total:

Em meio às comemorações de 70 anos da Sadia, o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, disse que o governo tem que parar de atrapalhar as empresas.

“Só esperamos que o governo não atrapalhe. O que precisamos é de regras claras e sem mudanças no meio do jogo”, disse, ao criticar medida provisória 627, convertida na lei 12.973.

A MP altera a maneira como as companhias com produção no exterior são tributadas. Segundo o texto, toda empresa brasileira que produza fora do país precisa aferir o lucro por meio de uma subsidiária nacional, e ser tributada internamente.

Isso significa que o lucro externo será tributado pelas regras brasileiras, cujo Imposto de Renda pode chegar a 34% do lucro bruto.

“Essa MP está ameaçando os investimentos que fizemos no Oriente Médio”, afirmou Luiz Fernando Furlan, membro do conselho da BRF, empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão.

Abílio ainda teria se irritado com a ajuda especial que o grupo JBS tem recebido, inclusive para compras no exterior. ”A BRF é muito forte, muito estruturada, e com pouca participação do governo. Sou contra qualquer ajuda do governo”, afirmou. E merece aplausos por isso.

De fato, o governo muito ajuda quando não atrapalha. Eis uma mensagem que ainda precisa conquistar muito mais adeptos no Brasil, país cuja mentalidade predominante ainda deposita uma confiança ingênua e absurda no estado como locomotiva do progresso. Sai da frente, governo! Sai da frente, PT!

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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