Inflação é de serviços, não de alimentos: 70% dos itens sobem mais do que o teto da meta

Publicado em 20/06/2014 20:39 e atualizado em 14/07/2014 16:51
por Rodrigo Constantino, de veja.com.br

Inflação

Inflação é de serviços, não de alimentos: 70% dos itens sobem mais do que o teto da meta

No afã de negar a realidade, os petistas alegam que a inflação é resultado de choques de oferta, principalmente no setor de alimentos. Safras ruins seriam as responsáveis pela alta dos preços, segundo esta ótica. Nada mais falso. A inflação brasileira, produto de medidas deliberadas do governo, está espalhada em diversos setores, principalmente nos de serviços.

O índice de difusão mede quantos itens estão em alta no total. Pois bem: um estudo do Ibre/FGV, publicado na capa do caderno de Economia do GLOBO de hoje, mostra que 70% dos serviços presentes no índice IPCA subiram mais do que o teto da elevada meta nos últimos 12 meses. Desses, 42% subiram mais de 9%!

O acompanhamento dos serviços na última década mostra uma mudança de patamar de preços. Há dez anos, 46% deles tinham avanços maiores que 6,5%. Na época, 15,8% subiam acima de 9%. Hoje, 19,6% têm alta inferior a 4,5%. Em maio de 2005, eram 28,5% nessa faixa.

Estamos falando de uma inflação difusa, cada vez mais espalhada e maior. Isso, nunca é demais lembrar, em um cenário sem crescimento econômico. Ou seja, vários preços sobem quase 10% ao ano em uma economia que não consegue crescer nem 2%! O quadro já é de estagflação.

O estímulo contínuo à demanda por parte do governo levou a esse resultado, em uma economia com baixo investimento e sem ganho de produtividade. O lado da oferta não foi capaz de acompanhar a expansão artificial da demanda, calcada em crédito público farto e gasto público crescente.

O governo segura os preços administrados para conter o índice oficial de inflação, mas esses preços represados são insustentáveis. A inflação não está, portanto, rodando a 6,3% como mostra o índice oficial, e sim perto de 8% ao ano, ou mais. Isso representa uma perda no poder de compra da moeda expressiva para a classe média.

É este o maior desafio do PT nas eleições. Não há como defender o indefensável. A inflação não é uma mazela que caiu do céu, e sim um produto dos equívocos do governo, que foram apontados desde o começo pelos economistas liberais.

O modelo desenvolvimentista, uma vez mais, é um completo fracasso. Mas a equipe econômica discorda, e dá sinais de que pretende insistir nos erros. Como diria o sarcástico Roberto Campos, não corremos o menor risco de dar certo com um time desses cuidando da nossa economia…

Rodrigo Constantino

Tags: estagflaçãoIbre/FGV

 

NO ESTADÃO DESTE DOMINGO:

Inflação reduz idas a supermercados

Para economizar, famílias voltam a usar estratégias de períodos de preços altos: retomam ‘compras do mês’, quando levam mais itens

Com menos dinheiro no bolso, o brasileiro está dando um “jeitinho” para conseguir compatibilizar os gastos obrigatórios de supermercado com o orçamento apertado, a fim de manter itens que passaram a fazer parte da lista de compras em períodos recentes. No primeiro trimestre deste ano, as famílias cortaram em duas vezes as idas aos pontos de venda para comprar alimentos, bebidas e itens de higiene e limpeza em comparação ao mesmo período de 2013. Ou seja, quem ia 10 vezes por mês passou a ir só 8 vezes ao ponto de venda.

Isso é o que revela uma pesquisa do instituto Kantar Worldpanel, que visita semanalmente 11,3 mil domicílios em todo o País para radiografar o consumo de cerca de 80 itens de uso diário. “As famílias estão racionalizando o consumo”, diz Christine Pereira, diretora comercial do instituto e responsável pela pesquisa. 

Ela diz que uma conjugação de fatores desfavoráveis, como a inflação elevada combinada com o menor crescimento da renda e do emprego, além da concorrência dos gastos com itens básicos e com o de outras despesas, como internet e TV a cabo, provocou a mudança no comportamento de compras.

Classes sociais. A pesquisa mostra que o movimento de reduzir a ida às lojas ocorreu em todas as classes sociais, mas com menor intensidade entre os mais abastados, que cortaram uma visita ao ponto de venda. “O consumidor está indo menos vezes ao ponto de venda para comprar, mas está indo mais vezes para pesquisar”, diz o gerente do departamento econômico e de pesquisas da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Rodrigo Mariano. Ele observa que essa estratégia de compra remete a períodos de inflação elevada de décadas passadas e que agora está de volta à cena.

Apesar de ir menos vezes ao ponto de venda, a pesquisa mostra que o consumidor, quando vai às compras, está levando mais itens. Na média, houve um crescimento de 7% no número de itens adicionais comprados a cada visita ao supermercado no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. As classes D e E estão puxando para cima essa média, com acréscimo de 12% na compra de itens adicionais a cada visita.

Marcha à ré. “As classes D e E não andaram para trás”, afirma Christine. Segundo ela, apesar terem menos dinheiro no bolso, o peso do consumo de alimentos e bebidas no orçamento das famílias dessas camadas sociais é muito alto, chega a 35%, em comparação a 18% nas classes A e B e 29% na classe C. Por isso, a concorrência entre o gasto com itens básicos e outras despesas nas classes D e E é menor. Além disso, ela observa que as classes com menos renda não excluíram itens incorporados recentemente à lista de compras.

Pratos prontos congelados, sucos prontos, limpadores, fraldas, por exemplo, que são itens que envolvem praticidade, continuaram sendo as estrelas do consumo no primeiro trimestre, segundo a pesquisa.

Para manter a compra desses itens que têm preços mais elevados comparados aos básicos, o consumidor tem procurado embalagens menores que permitem o acesso ao produto, mas com um desembolso menor. Um exemplo típico é o refrigerante de marca, lembra Mariano, da Apas. “O consumidor, que antes levava para casa a embalagem de dois litros, compra agora a de um litro, mas não deixa de comprar.”

Enquanto as embalagens fracionadas de itens mais caros ganharam a preferência do consumidor, são as embalagens maiores as mais procuradas para compra de itens básicos, revela a pesquisa. “As embalagens econômicas, do tipo leve três pague dois têm sido as preferidas”, diz o gerente da Apas.

Além de embalagens maiores ou menores, dependendo do produto, de um número menor de visitas ao ponto de venda, a mudança do cenário econômico fez com que os hipermercados e as lojas de atacado voltassem a ganhar a preferência do consumidor. Esses formatos de loja oferecem mais descontos no preço, diz Christine. 

Segundo a pesquisa, no primeiro trimestre, o volume de vendas nos atacados cresceu 26% em relação ao mesmo período de 2013, seguido pelos hipermercados, com 11%.

 

O Nacional-Socialismo Petista e o ensurdecedor silêncio da imprensa

Joseph Goebbels, marqueteiro do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista

Muitos já sabem da tal “lista negra” que o vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, publicou no site oficial do partido, com o nome de nove colunistas ou formadores de opinião que seriam “inimigos da pátria”. O que mais choca nesse episódio nem é a atitude do PT, esperada para quem não é alienado e não hibernou no Alasca nos últimos 12 anos. O mais impressionante é o ensurdecedor silêncio da imprensa.

Algo desta feita era para despertar reação firme de todos os principais defensores da liberdade de imprensa no país. Era para ser tema de editoriais, para ter uma notícia estampada na primeira página, chamando a atenção de todos os leitores para a absurda tentativa de intimidar críticos do governo. Mas não tivemos nada disso. Tivemos um conivente silêncio. O descalabro foi simplesmente ignorado, como se não fosse notícia relevante.

Reinaldo Azevedo, um dos citados na lista do PT, usou sua coluna de hoje na Folha para fazer seu alerta, chamando as coisas por seus nomes. O paralelo é evidente: estamos diante de uma prática autoritária, típica de regimes que jamais toleraram as divergências democráticas. Os nazistas agiram da mesma forma:

É calúnia e difamação, mas isso é para o tribunal. Falas como a do sr. Cantalice têm história. Fiz uma tradução do discurso proferido por Goebbels no dia 10 de fevereiro de 1933, 11 dias depois de Hitler ter assumido o cargo de chanceler. Seu alvo era a “imprensa judaica”, que acusava de “ameaçar o movimento Nacional-Socialista”. Advertiu: “Um dia nossa paciência vai acabar, e calaremos esses judeus insolentes, bocas mentirosas!” Cumpriu a ameaça.

À lista de Cantalice seguiu-se um previsível silêncio na própria imprensa –vai ver somos mesmo os “judeus insolentes” da hora. Mais uma advertência de Goebbels para quem está aliviado por ter sido poupado: “E, se outros jornais judeus acham que podem, agora, mudar para o nosso lado com as suas bandeiras, então só podemos dar uma resposta: ‘Por favor, não se deem ao trabalho!’”.

Pronto! Já escrevi o que queria, menos uma coisa: “Goebbels, vai tomate cru!”.

Os jornalistas acovardados que tentam se esconder, se calar ou simular uma “imparcialidade” e um “neutralismo” para não entrar para a lista do PT agem como todos aqueles que fizeram vista grossa ao avanço nazista, na esperança de que não fossem alvos da horda dos bárbaros. Preciso mesmo lembrar que não funcionou?

Fecho com a célebre passagem do pastor alemão Martin Niemoller:

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse.”

Há, também, caso a mensagem por algum incrível motivo não tenha ficado clara o suficiente, o poema de Eduardo Alves da Costa, “No Caminho, com Maiakóvski”, que diz:

Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. 

Em regimes autoritários que incitam a perseguição aos “inimigos”, o mais perigoso nem sempre é o próprio governante. Pode ser o vizinho rancoroso, o rapaz ressentido ao lado, o fracassado invejoso, o jovem “revolucionário” imbuído do fanatismo ideológico, o soldado da seita, o vândalo mascarado em busca de um pretexto para extravasar toda a sua fúria e rebeldia, seu niilismo e seu ódio. Eis aí o ovo da serpente…

Rodrigo Constantino

 

DemocraciaLiberdade de ImprensaPolítica

A lista do PT: partido apela para táticas cada vez mais autoritárias

Lista negra

Que o PT não tem nenhum apreço pelo convívio democrático com as divergências qualquer um já sabe – ou deveria saber. Mas o partido vem apelando cada vez mais, fruto do desespero com a crescente rejeição ao governo Dilma. O ápice das táticas autoritárias ocorreu quando o vice-presidente do partido decidiu publicar no site oficial uma “lista negra” com nove formadores de opinião considerados “inimigos da pátria”.

Reinaldo Azevedo, um dos citados, foi o primeiro a reagir, mostrando que não haverá recuo diante da clara tentativa de intimidação pelo PT. Azevedo acrescentou ainda outro texto mostrando como os jornalistas “neutros”, que pedem mais “moderação” nas críticas ao PT, acabam fazendo o jogo sujo do partido autoritário.

Esses não precisam temer, pois o PT sabe quem os “critica” tentando, no fundo, defendê-lo. São aqueles que condenam as práticas ilegais e os “malfeitos” do PT, mas logo em seguida citam os tucanos também, e concluem que são todos parecidos. Isso é música para os petistas, do partido mais corrupto e autoritário de todos.

Hoje foi a vez de Demétrio Magnoli, outro que foi incluído na lista, reagir. Em artigo publicado no GLOBO, o sociólogo mostra como o PT partiu de forma escancarada para a estratégia da intimidação, tentando por tabela pressionar a imprensa independente a ficar mais “pianinho” e “maneirar” nos ataques. Ou seja, calar esses “malditos” colunistas da lista negra do PT. Diz ele:

O partido que ocupa o governo decidiu, oficialmente, produzir uma lista de “inimigos da pátria”. É um passo típico de tiranos — e uma confissão de aversão pelo debate público inerente às democracias. [...] O artigo assinado por Alberto Cantalice, vice-presidente do partido, acusa “os setores elitistas albergados na grande mídia” de “desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior” e enumera nove “inimigos da pátria” — entre os quais, este colunista. Nas escassas 335 palavras da acusação, o representante do PT não cita frase alguma dos acusados: a intenção não é provar um argumento, mas difundir uma palavra-de-ordem. Cortem-lhes as cabeças!, conclama o texto hidrófobo. O que fariam os Cantalices sem as limitações impostas pelas instituições da democracia?

O artigo do PT é uma peça digna de caluniadores que se querem inimputáveis. Ali, entre outras mentiras, está escrito que os nove malditos “estimulam setores reacionários e exclusivistas a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes”. Não há, claro, uma única prova textual do crime de incitação ao ódio social. Sem qualquer sutileza, Cantalice convida seus seguidores a caçar os “inimigos da pátria” nas ruas. Comporta-se como um miliciano (ainda) sem milícia.

Em comum, esses nove citados têm apenas as críticas contundentes ao governo federal. As divergências são enormes, mas todos respeitam o debate democrático, ao contrário do próprio PT. Esse tipo de lista, produzida – repito – pelo vice-presidente do partido em seu site oficial, é coisa de regime fascista. E o PT ainda gosta de acusar os outros de fascistas…

Rodrigo Constantino

 

Lei e ordem

Criminosos mascarados voltam a depredar propriedade alheia: onde estão os artistas engajados?

Um “manifestante” mascarado é apenas um criminoso comum que se julga um revolucionário

Deu na Veja:

A marcha convocada nesta quinta-feira pelo Movimento Passe Livre (MPL) para “comemorar” um ano da revogação do reajuste nas tarifas de transporte público terminou com o mesmo roteiro lamentável que marcou os protestos de 2013: o ato que começou tranquilo na região da Avenida Paulista degenerou em destruição de estabelecimentos comerciais, agências bancárias e carros estacionados pelo caminho.

Segundo a Polícia Militar, o ato começou às 15 horas na Paulista com cerca de 300 pessoas e foi crescendo ao longo do percurso. A PM estima que 1.300 pessoas participavam da marcha quando as pistas da Avenida Rebouças foram bloqueadas, no final da tarde. Da aglomeração, surgiram os vândalos mascarados de sempre, que atacaram quatro agências bancárias e depredaram um carro de reportagem. Houve tumulto, mas os próprios integrantes do MPL conseguiram conter a confusão. Era o primeiro sinal de que convocar uma marcha política rumo à Zona Oeste, no dia em que a principal operação de segurança pública da cidade era patrulhar as imediações do estádio Itaquerão, na Zona Leste, palco de um jogo da Copa do Mundo, poderia acabar mal.

Três horas depois, enquanto a marcha estacionou na pista local da Marginal Pinheiros e montou uma barricada queimando catracas de papelão, os black blocs reapareceram e quebraram carros e as instalações de concessionária de veículos usando extintores, paus e pedras. Veja um dos vídeos:

Pergunto: é isso que essa gente chama de “protesto”? Onde estão os artistas engajados? Qual a diferença entre isso e bandidos comuns? Por acaso o verniz ideológico do anticapitalismo muda alguma coisa? Por esses marginais entoarem palavras de ordem retiradas de algum manifesto anarquista ou comunista qualquer, isso faz deles algo além de criminosos?

Alguém em sã consciência realmente acha que invadir uma loja particular e depredar carros é uma “manifestação”? Quem “pensa” assim é mesmo um caso perdido de estupidez crônica e lavagem cerebral. Mas tenho certeza de que todos esses artistas e “intelectuais” que aplaudem os black blocs mudariam rapidamente de opinião se o carro destruído fosse o seu próprio, não é mesmo? No olho dos outros pimenta é refresco, certo?

Os defensores dos black blocs vão aguardar alguma outra morte de algum inocente para se manifestar? Precisamos de mais um Santiago Andrade para constatar o óbvio ululante, que essa turma é criminosa e perigosa? Onde estão Caetano Veloso, Marcos Palmeira, Wagner Moura e tutti quanti, para repudiar esses atos criminosos e pregar o respeito às leis?

Com o tempo, ficará cada vez mais claro – se já não está reluzente o suficiente – que os black blocs representam apenas o caos, a desordem, o niilismo, a violência gratuita, tudo isso mascarado pelo ímpeto “revolucionário”. Os artistas engajados e os “intelectuais” poderão simular uma distância tática depois, quando uma vez mais a coisa sair do controle. Mas enquanto houver liberdade de imprensa, aqui estaremos nós, colunistas independentes, para refrescar suas memórias e esfregar em suas caras de pau o que eles efetivamente defendem: a baderna criminosa!

Rodrigo Constantino

 

Economia

Retrocesso – coluna na Veja impressa

Segue um trecho de minha coluna na Veja impressa desta semana. Para ler na íntegra, basta se tornar assinante aqui.

Retrocesso Veja imag

 

 

HumorPolítica

Campanha nova: Vá ao jogo, Lula. Vai!

A tocha da covardia

Em sua coluna de hoje, Nelson Motta faz um apelo ao ex-presidente Lula: que deixe a vaidade de lado e coloque a paixão em primeiro plano. Ou seja, que abandone o medo das vaias e vá ver o jogo do Brasil no estádio. Diz o colunista:

Quem não deve estar tão feliz é Lula, que trabalhou tanto pela Copa e ajudou o seu Corinthians a construir um estádio, que adora futebol, mas não vai assistir a nenhum jogo porque tem medo de ser vaiado, como nos Jogos Pan-Americanos de 2007, embora atribua a vaia a uma conspiração de César Maia, que teria até treinado milhares de militantes da prefeitura para vaiá-lo… rsrs.

Pobre Lula, que imaginou desfrutar da “sua” Copa na Tribuna de Honra, assistindo à vitória da seleção brasileira e ovacionado pela multidão, vendo televisão em São Bernardo com dona Marisa. Para quem adora futebol não pode haver pior castigo.

A vaidade vai vencer a paixão? O que é uma vaiazinha diante de um jogão? Vai, Lula, vai!

Aproveito a deixa para lançar uma nova campanha: Vá ao jogo, Lula. Vai! Nós, brasileiros da “elite branca”, estamos ansiosos por sua presença lá, queremos mostrar todo o nosso carinho por uma pessoa tão preocupada com os pobres. Não seja covarde! Não tenha tanto medo. Vá ao jogo, Lula. Vai!

Rodrigo Constantino

 

Guerras

Presidente da Colômbia afirma que governo brasileiro teve papel “muito construtivo” na negociação com guerrilheiros. Qual?

Deu na Folha:

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta quinta-feira (19) que o Brasil teve um papel “muito produtivo” e “construtivo” no diálogo entre seu governo e o ELN (Exército de Libertação Nacional). Segundo ele, o país “ajudou muito desde o princípio”.

Santos foi reeleito em segundo turno no último domingo, após ter ficado atrás de Oscar Iván Zuluaga na primeira votação. Candidato de seu ex-aliado e atual desafeto, Álvaro Uribe, Zuluaga defendia a interrupção das negociações com as Farc. Santos usou a abertura das conversas com a ELN como trunfo na disputa.

“Não tenho palavras para agradecer o Brasil por seu papel e sua ajuda nesse processo, que caminha na direção correta”, disse Santos, após encontro na manhã de hoje com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada.

Na semana passada, o governo da Colômbia anunciou que está em processo de conversa, desde janeiro, com o ELN, segunda maior guerrilha do país. Em comunicado conjunto, o Brasil foi um dos países citados por sua “boa vontade e compromisso” nesse tema.

“Nós temos acordos de confidencialidade com o ELN para não divulgar detalhes, e por isso, me perdoem por não dar detalhes. Mas o que posso dizer é que o Brasil [teve um papel] muito construtivo”, disse Santos.

Não pode divulgar detalhes por acordo de confidencialidade? Só posso dizer uma coisa: sacanagem! Nós queremos saber que papel “construtivo” foi esse do governo brasileiro. Teria alguma ligação com a proximidade ideológica do PT com o ELN? Teria algum elo com o fato de ambos, PT e ELN, participarem do Foro de São Paulo?

O Exército de Libertação Nacional da Colômbia, afinal, é uma organização guerrilheira de inspiração comunista, inspirada principalmente na revolução cubana, a mesma que até hoje recebe elogios e afagos do PT, incluindo a presidente Dilma.

O ELN atraiu muitos adeptos da Teologia da Libertação também, aquela excrescência que mistura Cristo com Marx, e que tem em Leonardo Boff um representante no Brasil. Novamente, uma turma muito próxima do PT.

Em outras palavras, o governo do PT ajudou na intermediação com um camarada. O presidente Santos, agora reeleito por pouco, tem adotado a estratégia de “conversa de paz” com sequestradores e traficantes, o que é um grande equivoco, em minha opinião. Álvaro Uribe sabe melhor como lidar com essa turma.

As “conversas” com os criminosos do ELN, por intermédio do PT, que teve um papel relevante segundo o presidente da Colômbia, seriam um prenúncio de como o PT pretende lidar com criminosos do MST, MTST ou mesmo PCC? Será que amanhã teremos “negociações” pacíficas com os bandidos do PCC, para que entrem (diretamente) para a política?

Sou “old fashion”, meio como Clint Eastwood, e prefiro o moto americano: com terroristas não se negocia. Bola fora de Santos, e uma pena que os colombianos tenham escolhido esse caminho em vez de insistir na repressão e punição aos criminosos.

O tempo dirá se essa estratégia vai funcionar, ou se demonstra profunda ingenuidade e covardia de uma turma cansada da batalha. Como disse George Orwell, o jeito mais rápido de terminar uma guerra é perdê-la. Acho que os colombianos fizeram tal escolha. E contaram com todo o “construtivo” apoio do nosso governo, que sem dúvida não ignorou os anseios de seus camaradas do ELN…

Rodrigo Constantino

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Blog Rodrigo Constantino (VEJA)

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