A MORTE DO PT – Segunda parte. Ou: Para não repetir a agonia da ditadura...

Publicado em 25/06/2014 16:07 e atualizado em 16/07/2014 15:34
por Reinaldo Azevedo, + Lauro Jardim, de veja.com.br

A MORTE DO PT – Segunda parte. Ou: Para não repetir a agonia da ditadura

Vamos lá. Escrevi aqui no sábado sobre o fim do poder petista — ou a morte do PT como o conhecemos (não a morte do partido): essa legenda capaz de ditar o ritmo dos acontecimentos, que acredita que pode mesmo ser uma força hegemônica na política, mais ou menos como Gramsci imaginou que seria um Partido Comunista operando no melhor da sua potência. E sustentei que há duas hipóteses para a derrocada petista: a otimista: o partido perde as eleições em outubro próximo, o que espero que aconteça. E a pessimista: Dilma vence a reeleição, consegue mais um mandato, e o país caminha para uma crise de proporções razoáveis.

Batia um papo outro dia com o economista José Roberto Mendonça de Barros, que sabe das coisas e dispensa apresentações. Ele fez uma analogia que me pareceu pertinente, e eu lhe avisei que roubaria a sua imagem (rsss). José Roberto afirmou que a eventual vitória de Dilma lembraria o mandato desastrado — no que concerne à desordem econômica — do general Figueiredo, nos estertores da ditadura. Ou por outra: o modelo já tinha feito água por todos os lados; a coalizão política já era frágil; a sociedade queria outra coisa, mas tivemos de aguentar mais seis anos de um governo que já nascia moribundo, que tinha os olhos voltados para a retaguarda, que se dedicava permanentemente ao trabalho de contenção, não de formulação de políticas públicas com vistas ao futuro.

Ditadura moribunda e democracia são realidades muito distintas, sei disso. O que me interessa nessa imagem do economista é destacar a falência de um modelo e o colapso da coalizão política que o sustentava. O ciclo petista, reitero, chegou ao fim— a questão é saber se o país se encontra com a rapidez necessária com o novo ou se escolherá quatro anos de reacionarismo, olhando para trás.

Acabaram-se as circunstâncias que fizeram a glória da gestão do PT e que permitiram ao partido formar a maior base de apoio do Ocidente: crescimento acelerado da China, juros internacionais baixos, demanda interna extremamente aquecida, folga fiscal e criação de “campeões nacionais” à base de incentivos oficiais. Cada uma dessas facilidades engendrou um discurso político e permitiu que o governo se comportasse de forma dadivosa, cevando uma clientela. Nunca foi, que fique claro, um modelo de crescimento, mas de administração de oportunidades.

À medida que as facilidades deixam de existir, e lá vai algo que parece tautológico, mas que não é, aparecem, então, as dificuldades. O Brasil parou de crescer, e a sociedade se dá conta de que o PT não tem a pedra filosofal da eterna felicidade. Num país ainda com tantas carências, o crescimento pífio, com inflação alta e juros elevados, gera um caldo de descontentamento que cobra, sim, o seu preço político. E ele se traduz hoje na crescente perda de sustentação da candidatura Dilma — o que é um dado auspicioso para um país que precisa mudar.

Há uma conta interessante a ser feita. Dilma concorria em nome de um governo que tinha quase 90% de aprovação em 2010. Mesmo assim, a diferença de votos em seu favor, na disputa com José Serra, foi de apenas 12.041.141 (56,05% contra 43,95%). Prestem atenção a estes dados:

quadro eleitoral

Somadas as diferenças a favor do PT na Bahia, Pernambuco, Ceará, Minas, Rio e Maranhão, temos 12.654.768 votos — superior ao que a petista teve de votos a mais do que Serra no total. São Paulo deu a vitória ao tucano, mas por um placar ainda bastante robusto para o PT. Uma coisa é certa: o partido não conta mais com as facilidades que tinha nesses estados. Em Pernambuco, Eduardo Campos tende a ter uma avalanche de votos; Minas penderá para Aécio; na Bahia, os adversários do PT se juntaram; há um clima anti-Sarney no Maranhão que pode arranhar o petismo; no Rio, o palanque do partido na disputa presidencial está desestruturado por excesso de ambição.

Não estou aqui a dizer que Dilma vai perder a eleição. Não sou pitonisa. Evidencio que a situação, para ela, é bastante difícil. Restou ao PT, insisto neste ponto, a campanha de cunho terrorista contra os adversários e dobrar a aposta no “promessismo” — promessas que, de resto, não serão cumpridas porque não haverá como. O melhor para o Brasil seria a derrota agora, já em 2014. A eventual reeleição da presidente significará a sobrevivência de um modelo que já morreu e do qual o PT não sabe sair porque não tem uma coalizão política para tanto.

Texto publicado originalmente às 5h14

Por Reinaldo Azevedo

 

Piada! O petista Gabrielli afirma, acreditem, que a Petrobras pagou pouco por refinaria de Pasadena! O que é que disseram os belgas mesmo???

Hoje é o dia… E a se a gente pedisse desculpas a José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras? O que vocês acham? Mais do que isso: a gente poderia dar a ele uma medalha de Honra ao Mérito. O valente prestou depoimento nesta quarta à CPI Mista da Petrobras. Afirmou, e nem poderia ser diferente, que nada houve de errado com a compra da refinaria de Pasadena. Até aí, vá lá. Não poderia dizer o contrário. Mas ele foi adiante: disse, vejam que espetáculo, que a Petrobras pagou pouco pela refinaria. Ah, bom! Gabrielli está convicto de que a empresa brasileira passou a perna nos belgas e fez um negocião. Parece brincadeira, mas ele tentava parecer sério.

Com a arrogância costumeira, atacou o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR): “O senhor tem o direito de fazer o espetáculo que está fazendo”. Embora a CPI Mista não se equipare àquela piada que é a comissão do Senado, ainda assim, é composta por uma maioria de governistas, que estão lá, com raras exceções, para aplaudir gente como Gabrielli. A seriedade deste senhor veio a público, com clareza insofismável, na campanha de 2010, quando afirmou, na condição de presidente da Petrobras, que FHC havia tentado privatizar a empresa. É mentira! Isso nunca aconteceu.

A tese de que Pasadena foi baratinha é nova e espantosa. Não é o que os próprios belgas disseram, né? No balanço que está no site da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, a CNP, que comanda o grupo Astra Transcor, dona, então, da refinaria de Pasadena,  afirma que a operação com a Petrobras foi um sucesso “além de qualquer expectativa razoável”, conforme revelou reportagem do Jornal Nacional.

Pasadena balando 2005 sucesso

No balanço de 2006, ano em que a Petrobras efetivamente pagou por metade da refinaria, a Astra teve um lucro recorde. Nesse mesmo balanço, a CNP já fala da cláusula “put option” e da possibilidade de impor à Petrobras a compra da outra metade.

Pasadena cláusula

Vai ver os belgas são muito burros, e José Sérgio Gabrielli, muito inteligente, né? Vai ver comprador e vendedor acharam que aplicaram um belo truque no outro. Considerando o prejuízo que a Petrobras teve de entubar, adivinhem que estava certo.

O respeitado jornal de economia e política belga “L’Echo” noticiou a operação. Destacou que a Petrobras fez um péssimo negócio, “calamitoso”.

Pasadena calamitosa

Chamou os ganhos do grupo belga de “golpe de mestre mantido em segredo”.

Pasadena - jornal - golpe

O dono do conglomerado CNP é o bilionário Albert Frère. O “L’Echo” tira um sarrinho do Brasil, dizendo que o país foi o “grande irmão” de Albert. É um trocadilho: “frère” quer dizer “irmão”, em francês…

Mas, claro!, devemos acreditar em Gabrielli: foi um negocião!

Por Reinaldo Azevedo

 

O golpe no PP: A velha Arena adere aos métodos da velha VAR-Palmares! Como diria Ciro Gomes, “que nojo!”

Huuummm… Daqui a pouco haverá gente elogiando a sagacidade da presidente Dilma — serão as mesmas penas que atacaram o PTB por ter deixado o governo. E por quê? Porque o Planalto se meteu numa conspirata com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, do Piauí. E em que consistiu a operação?

Ora, o PP, descendente direto da Arena, o partido que apoiou a ditadura militar, aderiu aos métodos de decisão que vigoravam na VAR-Palmares, um dos grupos terroristas a que pertenceu Dilma: o centralismo democrático. Em “esquerdês”, o que quer dizer “centralismo democrático”? É o poder que detém o comando do partido para tomar decisões terminativas, sem espaço para contestação e sem consultar ninguém. Lênin o adotou como um dos pilares do comunismo revolucionário. Qual é a base, digamos, teórica e moral desse método? É simples: o “partido” (no caso, o comunista) representa o povo. Se representa, seus dirigentes são a encarnação máxima desse povo, certo? Logo, quando o comando decide, é como se o povo decidisse. Ainda que dê a impressão do contrário, é o método que vigora também no PT. Adiante.

O PP está rachado. Se o apoio a Dilma fosse posto em debate, seções importantes do partido resistiriam; tenderiam a dizer “não”. Boa parte, com chance de ser a maioria, queria a neutralidade. O que fez, então, o ínclito Ciro Nogueira? Pôs em votação uma resolução que conferiu à Executiva Nacional o direito de tomar a decisão, sem consultar mais ninguém. Deixou lá os convencionais com cara de bobos. É o que se chama “golpe”. E o comando decidiu apoiar Dilma e pronto!

Que coisa espetacular! Diga-se em favor dos comunas que todos os membros do partido concordavam com o centralismo democrático. No caso do PP, não! A reação foi de revolta. Ângela Amin, vice-presidente da legenda, nem foi consultada. Disse que vai recorrer à Justiça contra a convenção, contando com o apoio da senadora Ana Amélia, hoje favorita na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. Também o atual governador de Minas, Alberto Pinto Coelho, foi feito de bobo. Ele é um dos que defendem a neutralidade, a exemplo do presidente de honra da sigla, senador Francisco Dornelles (RJ) — na verdade, ele queria o apoio a Aécio, mas achava que um partido neutro contemplaria a maioria.

Quem entregou o jogo foi o ministro das Cidades, Gilberto Occhi. “Houve um almoço com a presidente em que o PP confirmou o seu apoio”. Entenda-se por PP a direção do partido, a mesma que deu o golpe. Ora, se prometeu, tem de entregar, né? E o ministro tentou filosofar: “Divergências acontecem em todos os partidos, é fruto da democracia no país”. Na sua concepção de democracia, quem é contra não tem direito nem a voz nem a voto. Finalmente, a VAR-Palmares impôs seus métodos à Arena.

Como diria o pensador Ciro Gomes, “que nojo!”. E que fique claro, para arrematar: é evidente que aqueles que não querem apoiar Dilma não vão apoiar Dilma. E ponto! O que Nogueira negociou com  o PT, sabe-se lá em quais termos, foi um minuto e pouco no horário eleitoral gratuito. 

Por Reinaldo Azevedo

 

Em ano eleitoral, Dilma dá novas áreas à Petrobras sem fazer licitação

Na Folha:
Em ano eleitoral, o governo Dilma adotou uma medida para fortalecer a Petrobras. Anunciou nesta terça-feira (24) que irá contratar a estatal para produzir petróleo em quatro campos do pré-sal, sem licitação. Segundo estimativas, há potencial para produção de 10 bilhões a 14 bilhões de barris nas novas áreas cedidas, nos campos de Búzios e Florim, no entorno de Iara e a nordeste de Tupi.

A decisão foi anunciada após reunião do Conselho Nacional de Política Energética no Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff, que pela primeira vez chefiou o encontro, convocou os principais ministros da área econômica e a presidente da Petrobras, Graça Foster, para finalizar os termos do acordo. “A Petrobras passa a ter para explorar uma quantidade de petróleo extremamente significativa, o que a transformará em uma das maiores empresas com reservas de petróleo do mundo”, disse Dilma sobre a medida.

Os quatro campos já são explorados pela estatal sob o regime de cessão onerosa, pelo qual ela recebeu o direito de produzir 5 bilhões de barris. Em troca, paga uma taxa à União de R$ 74 bilhões, utilizados para aumentar a participação da União na estatal. As novas áreas serão exploradas sob regime de partilha, em que os os lucros pela produção de óleo são divididos entre empresa e União –o governo fica com 76,2%. Segundo o governo, a licitação de uma área já em exploração pela estatal poderia ser questionada na Justiça.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

O “inferno astral” de Dilma às vésperas da campanha

Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
Em dezembro do ano passado, quando o Datafolha realizou sua rodada final de pesquisas sobre a sucessão presidencial em 2013, a presidente Dilma Rousseff marcava 47% das intenções de voto no cenário contra seus futuros adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Como o porcentual de brancos, nulo e indecisos atingia 23%, era possível afirmar que a petista seria reeleita no primeiro turno. Mais: na época, as sondagens mostravam que Dilma recuperava aos poucos a popularidade perdida na esteira das manifestações que tomaram o país nos meses anteriores. No último levantamento de campo feito pelo instituto, em junho, Dilma marcou 34%. Seus oponentes ainda patinam para subir, mas o desempenho da petista já não assegura a vitória no primeiro turno. Há menos de duas semanas, Dilma ouviu xingamentos e vaias das arquibancadas durante a abertura da Copa do Mundo em São Paulo e, no último sábado, teve seu nome oficializado na corrida eleitoral em uma tensa Convenção Nacional do PT. No evento, coube ao presidente do partido, Rui Falcão, verbalizar a preocupação que aflige dez entre dez dirigentes petistas às vésperas do início da campanha: “Já se tornou lugar comum dizer que esta eleição será a mais dura, a mais difícil de todas. E os fatos mostram que sim”.

Rui Falcão estava certo. Nos últimos dias, até arranjos que a equipe de Dilma dava como garantidos começaram a ruir. Em menos de uma semana a presidente-candidata foi abandonada pelo PTB, que anunciou apoio a Aécio Neves, foi surpreendida pelo movimento “Aezão”, no Rio de Janeiro, e agora tenta desatar nós que colocam em risco o apoio de siglas como PP e PR. O primeiro realizará sua convenção amanhã, mas sequer convidou Dilma para o evento, num sinal claro de que ela não é unanimidade. O segundo adiou a decisão para o próximo dia 30 e já deixou claro seu recado: o apoio à chapa petista está condicionado a mais cargos em seu quinhão predileto no governo federal, o ministério e as autarquias dos transportes.

Nem mesmo o PMDB facilitou a vida da presidente: a convenção do partido que definiu apoio a Dilma teve votação foi muito mais apertada (59% a favor) do que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), planejava. Nesse caso, os entraves estarão em palanques estaduais importantes, como Bahia e Ceará. Não é por acaso que os próprios petistas veem nessa a disputa eleitoral mais difícil desde 2002.

Por Reinaldo Azevedo

 

Eleições 2014

O vice

aécio e aloysio

Aloysio próximo da vice de Aécio

Faltam cinco dias para o PSDB anunciar o nome do vice de Aécio Neves. Hoje, a parada está praticamente definida.

Pela ordem, os candidatos a candidato são Aloysio Nunes e Ellen Gracie. Entre os dois, 90% de possibilidade de ser Aloysio.

Os tucanos só não o anunciam antes por causa das convenções partidárias que ainda restam. Numa palavra, é prudência tucana.

Por Lauro Jardim

 

Governo

Ele vai à luta

Relação difícil com evangélicos

À disposição para conter revolta no Congresso

O Palácio do Planalto entendeu o altíssimo nível de insatisfação do Legislativo com o decreto de Dilma Rousseff estabelecendo que o governo deve consultar conselhos populares sobre ações da administração federal. Gilberto Carvalho foi encarregado de contornar o problema.

Carvalho reuniu-se ontem com Renan Calheiros e se colocou à disposição para ir ao Congresso debater o a medida. Não por acaso. Na Câmara e no Senado já foram apresentadas propostas para derrubar o decreto de Dilma.

Gilberto Carvalho sugeriu que, durante a tramitação desses projetos, o Senado faça audiências públicas sobre o tema. Além disso, já marcou uma visita com Henrique Eduardo Alves, na terça-feira de manhã. Foi nos alvos certos.

Tanto Renan como Henrique Alves bateram publicamente na decisão de dar poderes aos conselhos populares por meio de um decreto, em vez de incluir o Parlamento na discussão, enviando um projeto de lei ao Congresso.

Henrique Alves continua entalado:

- Na terça-feira, vou ouvir o ministro e reiterar o que penso. No fim da reunião, vou tomar uma decisão, ver o que vou fazer sobre isso.

Por Lauro Jardim

 

Partidos

Clima péssimo

Em busca de flashes

Em busca de flashes

É péssimo o clima na Convenção do PP, que acontece neste momento em Brasília. Os quadros do partido que pegam o microfone para reforçar o apoio à candidatura de Dilma Rousseff ouvem a enorme vaia que toma o auditório.

A propósito, o notório Paulo Octávio, ex-governador-relâmpago do Distrito Federal, preso pela Polícia Federal na primeira semana deste mês e solto quatro dias depois, marcou presença no evento.

Sem a menor cerimônia, Octávio está buscando flashes e microfones para garantir alguma exposição.

Por Lauro Jardim

 

Rachado, PP empurra para Executiva e não define apoio à reeleição de Dilma

Presidente da legenda, senador Ciro Nogueira conseguiu aprovar uma resolução às pressas para delegar à Executiva do partido a decisão sobre apoio na disputa à Presidência

Marcela Mattos, de Brasília

O senador Ciro Nogueira em Brasília

PRESSÃO – O senador Ciro Nogueira, presidente do PP: resolução aprovada às pressas para evitar desembarque do partido à candidatura de Dilma Rousseff (Luiz Alves/Agência Senado)

O Partido Progressista (PP) deu mais um exemplo nesta quarta-feira da divisão que cerca os principais aliados da presidente Dilma Rousseff às vésperas da largada oficial da campanha. Pressionado pela ala da sigla que não aceita a adesão à candidatura à reeleição de Dilma, o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), aprovou uma resolução que empurra a decisão para a Executiva do partido – e, portanto, para a cúpula comandada por ele.

Para assegurar o apoio do PP, o Palácio do Planalto firmou o compromisso de manter o cobiçado Ministério das Cidades, um dos maiores orçamentos da Esplanada, sob o comando da sigla. Em troca, o PP repassará seus quase um minuto e vinte segundos para a campanha eleitoral de Dilma na televisão.

A Convenção Nacional foi marcada por vaias e bate-boca. Delegados partido chegaram a propor a votação de uma moção de apoio ao tucano Aécio Neves, adversário de Dilma nas eleições. Em seguida, sufocados pela decisão de Ciro, prometeram recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para invalidar a resolução.

“Não me parece que a continuidade que aí está seja no sentido de mudar o país. Está claro que o Brasil precisa de um processo de limpeza ética”, disse o deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ).

Leia também: PP: o partido que virou para-raios de escândalos
Dilma demite ministro para ter o PR na aliança

O presidente da legenda, que declara abertamente apoio a Dilma, ignorou as manifestações e aprovou sua resolução que delega poderes à Executiva para “escolher candidatos à presidência e/ou a vice-presidência” e para “apoiar qualquer candidato à Presidência da República, inclusive compartilhar o tempo destinado à propaganda eleitoral no rádio e na televisão”. Na saída do evento, Ciro Nogueira esquivou-se de perguntas de jornalistas e se limitou a dizer que a decisão foi “democrática”.

“O Ciro demonstrou despreparo, não teve capacidade de ouvir os convencionais do PP. Lamentavelmente, nenhuma tese foi acolhida pelo presidente, que demonstrou arrogância e prepotência. Ele está conduzindo o partido a um buraco negro”, criticou o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Diniz Pinheiro. O presidente do partido também foi chamado de “vendido” pela ala dissidente.

A senadora Ana Amélia Lemos, candidata ao governo do Rio Grande do Sul, afirmou que cabe aos convencionais, e não à Executiva, deliberar sobre o tema. “O que saiu daqui é a demonstração clara do inconformismo por não aceitarmos a imposição de uma vontade de maneira pouco democrática. Hoje nós queríamos a neutralidade”, disse.

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Fonte:
blog de Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, existe um ditado que diz: “O peixe morre pela boca”.

    Órgãos de imprensa estão enjoados de divulgarem palavras do ex-presidente e, em seguida vem um batalhão de séquitos dizerem que não foi “bem aquilo” que “ÉLE” (note o acento agudo na 1ª vogal) disse.

    Diante dessas situações criadas pelo fato de que o mesmo não se contém quando de posse de um microfone. Nos segundos, minutos e tempos gastos matutando, penso ter achado uma solução; vamos lançar uma “vaquinha”, igual àquelas que foram feitas para pagar a multa dos mensaleiros, para comprar um aparelho de última geração de karaokê e presenteá-lo para ele se divertir, sem incomodar as pessoas.

    A última história de “disse, mas não disse” foi na convenção do PT dia 21, onde “ÉLE” chamou a presidenta de “criatura”.

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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