Lula: o capitão que abandona o navio que afunda

Publicado em 26/06/2015 04:00
por Rodrigo Constantino, de veja.com

Lula: o capitão que abandona o navio que afunda

O navio Brasil afunda enquanto o capitão tenta se safar

1912. Titanic bate num iceberg e começa a afundar. O leitor conhece, no mínimo, a ficção com Leonardo DiCaprio. Eis o que nos interessa aqui: o capitão fica no navio. Assume a responsabilidade pelo acidente. Não admite salvar sua pele enquanto tantos inocentes vão morrer por algo que ele próprio poderia, talvez, ter evitado. Era uma época de gentlemanship, de cavalheirismo, onde algo chamado honra tinha muito valor.

2012. Um século depois, portanto. O navio Costa Concordia naufragou na Itália. Seu capitão, Francesco Schettino, é flagrado abandonando o barco e deixando centenas de pessoas em pânico, aguardando resgate. Os tempos mudaram. Mas como prova de que ainda se espera uma conduta mais nobre das pessoas, o capitão foi condenado a 16 anos de prisão por homicídio. Data do naufrágio: dia 13 de janeiro.

Treze também é o número do PT, e seu capitão, Luiz Inácio Lula da Silva, também é afeito a abandonar o navio afundando. Ao contrário de acidentes em iceberg ou rochas subaquáticas, o navio Brasil, pilotado por Lula, está a afundar por negligência do próprio comandante, por total irresponsabilidade. Mas o capitão desconhece o significado de honra, de ética, de cavalheirismo. Vale tudo para salvar a própria pele.

É com base nisso que Lula joga na fogueira até sua criatura, sua “alma gêmea”, que ele alçou ao patamar de comandante (ou comandanta, e bota anta nisso!) de forma arbitrária. Dilma havia pilotado apenas uma pequena loja de bugigangas. A loja foi à falência. No setor público, comandou o setor elétrico. Quebrou também. Mas Lula achava que tinha em mãos uma ótima comandante para o navio. Deu nisso.

O que faz nosso capitão? Acende a fogueira. É o primeiro a jogar a pedra. Acusa o governo e a presidente, como se não tivesse nada com o naufrágio. Foi pego em flagrante tentando sair pela tangente, às escondidas, enquanto o barco ia a pique com milhões de inocentes dentro. Lula tem cidadania italiana. Não gosta do conceito britânico de honra, do código dos cavalheiros. É capaz de detonar sua própria criatura só para salvar sua pele.

O capitão do navio italiano foi para a cadeia. Lula corre o risco de ir para a cadeia também, não por ter destruído o navio Brasil, mas por estar próximo demais da máfia das empreiteiras e ser o maior beneficiado do esquema de corrupção da quadrilha. Desesperado, faz de tudo para sobreviver politicamente, para salvar sua pele, mesmo que precise entregar a de seus “companheiros” no caminho. O PT só pensa em cargos, diz o capitão, como se não tivesse nada com isso, como se fosse diferente, e não o líder da gangue.

Quando um navio começa a afundar, os ratos são os primeiros a abandoná-lo. O molusco virou um roedor desesperado, disposto a tudo para se safar.

Rodrigo Constantino

 

STF valida delação de Ricardo Pessoa, enquanto Lula ameaça o governo para se salvar

Capa Veja Pessoa

Capa da VEJA de meses atrás com Ricardo Pessoa, o homem-bomba para o PT

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), finalmente homologou a delação firmada pelo dono da UTC e chefe do clube do bilhão da Petrobras, Ricardo Pessoa, com a Procuradoria-Geral da República.

Mais um motivo para o desespero de Lula, cuja campanha de 2006 recebeu 2,4 milhões de reais de Pessoa. Ou ao menos deveria ser, já que a delação pode ter sido apenas um teatro armado na PGR para blindá-lo (e fontes já dizem que as citações de seu nome são apenas superficiais).

De qualquer modo, eu havia escrito aqui de madrugada que o encontro do petista com Edinho Silva era baseado em um simples diagnóstico: Lula está irritado com a mulher sapiens Dilma Rousseff porque ela não mandou Sérgio Moro ir plantar mandioca.

À tarde, a coluna Radar contou como foi a reunião:

“A conversa de Lula com Edinho Silva ontem, em São Paulo, foi objetiva.

Lula prometeu empenhar-se na defesa do governo, reforçou que não vê como dissociar o governo do PT nem sua figura da de Dilma e, falando abertamente, deu o recado: quer que sejam ouvidos os conselhos e críticas que ele faz, em privado, ao governo.

Edinho Dilma Lula

Edinho, o garoto de recados

Até porque os últimos dias mostraram que é bem maior o potencial de destruição de Lula quando ele os faz em público.”

Em outras palavras: Lula ameaça destruir o governo caso o governo não consiga salvá-lo da Lava Jato.

Se Ricardo Pessoa abrisse o bico de verdade – como queria Sérgio Moro -, Lula precisaria mesmo de uma ajudinha extra.

Felipe Moura Brasil
https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Do time do Lula

Lula e Rui Falcão com senadores atuais e da antiga legislatura: união

Lula e Rui Falcão com senadores atuais e da antiga legislatura: união

Na nota de apoio a Lula divulgada por senadores do PT, não há nenhuma menção a Dilma. Nem haveria por quê.

Ao contrário da Câmara, em que Dilma conta com deputados que lhe são fiéis, o mesmo está longe de acontecer no Senado. Muito pelo contrário.

Lá, todos rezam na cartilha de Lula.

Por Lauro Jardim

 

Recado de Lula

lula e dilma

Lula quer que Dilma ouça suas críticas e conselhos

A conversa de Lula com Edinho Silva ontem, em São Paulo, foi objetiva.

Lula prometeu empenhar-se na defesa do governo, reforçou que não vê como dissociar o governo do PT nem sua figura da de Dilma e, falando abertamente, deu o recado: quer que sejam ouvidos os conselhos e críticas que ele faz, em privado, ao governo.

Até porque os últimos dias mostraram que é bem maior o potencial de destruição de Lula quando ele os faz em público.

Por Lauro Jardim

 

Com medo da Polícia Federal, Lula reclama de Cardozo (e confirma previsão deste blog)

Dias atrás, escrevi no Twitter:

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A coluna Radar, de VEJA.com, informa agora:

“Lula ainda não externou publicamente uma de suas maiores críticas a um integrante do governo, mas logo isso deverá acontecer.

Lula avalia em conversas privadas que falta pulso a José Eduardo Cardozo na condução da Polícia Federal, que, na visão dele, muitas vezes persegue petistas.”

Como queríamos demonstrar: oh, coitadinhos dos anjinhos do PT, perseguidos pela polícia malvada.

Lula está decepcionado com seu companheiro de Foro de São Paulo, incapaz de melar a Lava Jato. Quanto mais demonstra seu desespero, mais assume a própria culpa.

Cardozo Lula

Bons tempos aqueles…

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Guido Mantega confirma a “Quadrilha” do PT, prevista neste blog

Dilma Mantega Arno

Arno, Mantega e Dilma: pedaladas em “quadrilha”

Dias atrás, quando o ex-secretário do Tesouro Arno Augustin transferiu para os bancos a responsabilidade pelas pedaladas fiscais de Dilma Rousseff, eu ironizei aqui no blog:

“Ou seja: Dilma transfere para Mantega, que transfere para Arno, que transfere para os bancos, que transferem para alguém que não tinha entrado na história ainda.

Isto parece a ‘Quadrilha’, de Drummond – um poema profético até no nome.”

Hoje, de fato, Guido Mantega atribuiu as pedaladas fiscais a Arno Augustin.

A defesa que apresentou ao Tribunal de Contas da União diz o seguinte:

“O secretário do Tesouro Nacional estabelece o montante a ser liberado em cada item da programação financeira, determinando que sejam adotadas as providências para operacionalização das liberações de recursos por ele autorizadas”.

Dilma ainda tem 22 dias para explicar suas maquiagens contábeis ao TCU.

Mas a ‘Quadrilha’ petista já está explicada.

QUadrilha

Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

Impagável! Urna eletrônica contradiz ao vivo comparsa de Maduro e aumenta suspeita de fraude na Venezuela

como-votar-psuv-28j-maduro-rodriguez-2Onde está Dias Toffoli numa hora dessa?

Foi só o “ex”-advogado do PT e presidente do TSE maldizer a aprovação do voto impresso no Brasil que as urnas eletrônicas da Smartmatic mostraram seu perigo na Venezuela, onde, segundo Lula, tem “democracia até demais”.

Em evento com o ditador Nicolás Maduro, aliado do PT, o prefeito socialista de Libertador, Jorge Rodríguez, do PSUV, foi mostrar à população como usá-las nas eleições primárias do partido em 28 de junho de 2015 e ignorou ter sido desmentido pelas próprias urnas.

Rodriguez, em sua explicação inicial, enfatizara que “o mesário não pode desbloquear a máquina porque o que desbloqueia a máquina é a impressão digital do eleitor”, ao que Maduro aproveitou para fazer propaganda do suposto “mais transparente” e “melhor sistema eleitoral no mundo”.

No entanto, após digitarem o número de identificação de um eleitor que não estava presente (Barnabas Audillo), uma ministra no papel de mesária (Maria Cristina Igreja) colocou a sua impressão digital e a máquina foi ativada.

O certo, claro, seria que a máquina não fosse ativada por detectar que a impressão digital não coincidia com os dados do eleitor.

Rodriguez ainda entrou com o número de identificação de outra eleitora, Justina del Carmen Hernandez, mas pediu que Diosdado Cabello colocasse a sua impressão digital, que novamente ativou a urna eletrônica sem quaisquer problemas.

As redes sociais explodiram em críticas e ironias ao vídeo, que põe mais uma vez em cheque a transparência da votação, comandada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Eleitores venezuelanos contrários à ditadura amiga do PT querem votos em cédulas, em lugar das urnas da Smartmatic, a mesma empresa responsável pelas máquinas usadas no Brasil.

Mas Dias Toffoli não recomenda a “intervenção humana” (da oposição).

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Venezuelanos protestam contra a armadilha

A propósito:

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Felipe Moura Brasil ⎯ https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

 

 

“Você não tem medo, Reinaldo, de que as pessoas…” Não! No dia em que eu tiver medo, paro de escrever. Ou: Renovando um mandato de mais nove

Recebo uma mensagem gentil de um fã antigo do blog, que pede que seu nome seja preservado, até porque não tem apelido e é pessoa conhecida.

Segundo ele, ao afirmar que não há motivos para a recente decretação de prisões preventivas, corro o risco de me “queimar”, embora ele diga estar convencido de que estou certo. Escreve: “Conversei com [cita o nome de um jurista], e ele me diz que você tem razão. Mas será que vale a pena ter razão nesse caso?”.

Vai mais longe: “Parece claro que, entre todas as empreiteiras, a Odebrecht e a OAS eram as mais próximas de Lula e do PT”. Ele usa uma imagem forte: “Parece que os empreiteiros todos estavam unidos para criar as obras monumentais do Terceiro Reich Petista, sem contar as vantagens no exterior, especialmente para o Odebrecht”.

Transcrevo um pouco mais:
“Eles [está se referindo, nesse caso, aos petistas] tentaram eliminar a oposição, censurar a imprensa e destruir reputações. Sempre em parceria com os empreiteiros. Será que estes pensaram, alguma vez, na democracia, no Estado de Direito, nas leis, nessas coisas todas que você evoca agora?”

A resposta, meu caro NM, é “não!”. Acho que não pensaram. Sim, enquanto os empreiteiros ficavam andando de braços dados com Lula pra cima e pra baixo, os agentes do petralhism0 se encarregavam de destruir reputações por aqui — e eu sempre fui um dos alvos prediletos dessa gente. E sou ainda. Lula chegou a me premiar com uma citação no V Congresso do PT.

Eu posso ir mais longe: se o modelo petista não tivesse feito água e se a sociedade brasileira não tivesse reagido, pondo um freio aos celerados, não teriam sido os empreiteiros, como estamos vendo, a acender uma vela pela sobrevivência da democracia. Eu não tenho nenhuma ilusão a esse respeito. Nem sobre eles nem sobre comandantes de outros setores da economia, igualmente mesmerizados pelo lulo-petismo e igualmente bem-sucedidos em obter vantagens do estado, pagando caro por isso, mas sendo, por sua vez, muito bem remunerados.

A penúria intelectual das elites econômicas no Brasil merece um estudo. O discurso mais anticapitalista que já ouvi saiu da boca de um empresário multimilionário. Pior: no caso em questão, nem era por pragmatismo cúpido. Era por falta de clareza mesmo.

E não, NM, eu não tenho vocação para Madre Tereza de Calcutá. Não estou agora querendo posar de mártir compreensivo, que estende a mão a quem andou errado. O meu cristianismo não se mistura com cimento e concreto armado. O meu ponto, neste blog, ao longo de nove anos, tem sido outro. Não mudei.

Eu não acredito em saídas fora das leis democraticamente pactuadas, nem que seja para “pegar” meus adversários ou inimigos — julgo não tê-los, mas não posso falar pelos outros. Eu não estou fazendo juízo político das ações do sr. Marcelo Odebrecht, dos demais representantes da sua empresa ou dos diretores da Andrade Gutierrez. E o mesmo valeu para os envolvidos das demais empreiteiras — defendi habeas corpus para eles também.

Estou me referindo é ao conjunto de leis democraticamente pactuadas, fora das quais não há saída. E, se saída parecer, é só um engano porque o processo acaba resultando em anulação, como já se viu outras vezes.

Eu não posso entender, como faz o juiz Sergio Moro, que se cogite de não decretar a prisão preventiva de alguém desde que a empresa à qual ele pertenceu rompa todos os seus contratos com o governo. Não condescendo porque a) isso não está na lei; b) abarcaria também contratos que não estão sob suspeição. Não tenho como aceitar, sem escrever a respeito, que se mande alguém para a cadeia, entre outros motivos alegados — e nenhum de acordo com o Artigo 312 do Código de Processo Penal —, porque o governo não tornou inidônea a empresa de que ele é dono.

Uma investigação que se quer tão rigorosa e conscienciosa, como é a Lava Jato, certamente não precisa recorrer a subterfúgios e atalhos extralegais para, ao fim do processo, punir os culpados.

Sim, eu me preocupo com esse momento por que passa o país. Dia desses, li a entrevista de um procurador ligado a essa operação que pregava nada menos do que a refundação da República. Ele me parecia, assim, aquele Lula lá da década de 80… Digamos que precisemos disso: espero que o Ministério Público não queira ser o Robespierre dessa narrativa.

Ademais, meu queridíssimo NM, eu realmente não me importo, acredite, com o que vão pensar este ou aquele. Tenho a graça — creio que seja fruto do meu trabalho — de escrever apenas e tão-somente o que penso. Se, como diz você, os empreiteiros ora enrolados eram os construtores do “Terceiro Reich Petista”, que, então, paguem por isso, na medida do crime cometido, de acordo com a lei.

Eu não entrego a nenhum ente deste mundo o poder de aplicar as leis segundo a sua conveniência ou a do suposto bem coletivo, quando essa aplicação fere os códigos que as abrigam. E também não delego essa tarefa ao Ente Superior, que tem mais com o que se ocupar.

De resto, mesmo para “pegar o Lula”, há que ser de acordo com a lei. Até porque uma das coisas que mais me causam horror nos “petralhas” é seu absoluto desprezo pelas instituições. EU HONRO A MEMÓRIA DO MEU BLOG. EU HONRO O MEU ARQUIVO.

Essa sempre foi a minha escolha em nove anos de blog. Essa será a minha escolha nos próximos nove. E por mais nove seria não fosse para tão clara certeza tão curta a vida.

Texto publicado originalmente às 22h39 desta quarta

Por Reinaldo Azevedo

 

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Fonte:
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