Presidente da Petrobras desafia Dilma, diz que já gritou com ela e que se encontra com Dirceu quando quiser, sem dar satisfações

Publicado em 06/09/2011 16:32 e atualizado em 06/09/2011 20:05
do blog Reinaldo Azevedo e Direto ao Ponto, de Augusto Nunes, em veja.com.br

Presidente da Petrobras desafia Dilma, diz que já gritou com ela e que se encontra com Dirceu quando quiser, sem dar satisfações a ninguém. Macho pra chuchu!

A presidente Dilma Rousseff tem duas alternativas: ou mantém José Sérgio Gabrielli na presidência da Petrobras e incentiva a indisciplina e o trato da coisa pública como matéria privada ou o demite para demonstrar que existe uma hierarquia funcional e de valores na República. Afinal, o homem “Gabrielli” se encontra com quem quiser, sem dar satisfações a ninguém — eventualmente, à polícia se o conviva for um bandido. Já o presidente da Petrobras, em horário de expediente, tem de prestar contas de seus atos, sim. Está no cargo por vontade da presidente da República. Não é o entendimento do valentão.

Em entrevista ao site Bahia Notícias, ele afirmou que se encontra com o lobista José Dirceu quando e onde quiser, sem prestar satisfações a ninguém, nem à sua chefe: “Eu sou amigo dele [do José Dirceu] há 30 anos. Vou continuar encontrando com ele na hora que eu quiser e não tenho que dar satisfação nenhuma sobre isso.” Notaram? Não existe exceção para a expressão de altivez de Gabielli. Se a sua chefe, Dilma, lhe cobrar alguma coisa, ele responderá: “Você não tem nada com isso”. Parou por aí? Não! O presidente da Petrobras deixa claro que não reconhece a autoridade de Dilma desde quando ela era ministra. Talvez tenha dificuldade para ser chefiado por uma mulher. Por que digo isso? Leiam o trecho que transcrevo.

BN - Sempre se falou da sua relação conturbada com ela [Dilma]…
JSG - 
Não há relação conturbada. Nós somos duas pessoas que temos um respeito mútuo muito grande, do tempo que ela era do Conselho de Administração da Petrobras. Nós, que tínhamos alguns pontos de divergência, alguns pontos de convergência, sempre nos respeitamos muito. Tivemos posições diferentes. Hoje, ela é presidente da República. Não tenho nem que discutir com ela. Eu tenho que seguir as orientações da presidente da República.

BN - Mas já houve discussões mais acaloradas com ela, não?
JSG - 
Já houve discussões acaloradas. Não é verdade o que publicam, de que eu chorei. É absolutamente mentirosa essa informação, mas ela já gritou comigo, e eu já gritei com ela, como duas pessoas bastante firmes nas suas opiniões. Agora, eu tenho uma enorme admiração pela presidenta Dilma e eu acredito que ela também tenha [por mim].

Voltei
Na melhor das hipóteses, embora isso não esteja absolutamente claro, entende-se que Gabrielli “gritou” com Dilma antes de ela ser presidente, ao tempo em que era do Conselho de Administração da Petrobras. Certo! Ocorre que ela não era “apenas” do conselho: ou era ministra das Minas e Energia — e, portanto, chefe de Gabrielli — ou era da Casa Civil e, portanto, chefe de Gabrielli também.

Notem: a informação de que Dilma já fez o homem chorar não é nova. Por que ele  fez o desmentido (e ele chorou, sim!) só agora? A resposta é simples: decidiu enfrentar a presidente da República e acha que tem cacife para isso. Gabrielli está sob pressão. Dilma já deixou claro que quer saber a agenda do hotel; quer que o presidente da Petrobras explique o que foi fazer no gabinete clandestino do sabotador da Eucaristia. Sua  resposta de agora àquela com quem ele gritava antes: “Vou continuar encontrando com ele na hora que eu quiser e não tenho que dar satisfação nenhuma sobre isso.”

Há cálculo aí. Trata-se de uma guerra de posições no petismo. Dirceu saiu humilhado do 4º Congresso do PT. A presidente Dilma abortou a tal “moção de apoio” ao lobista. Também expressou seu desagrado com a patuscada armada pelo partido, que procurou colar a sua imagem à daquele apontado como “chefe de um esquema criminoso” pela Procuradoria Geral da República. Ele está furioso. Exceção feita ao subjornalismo dos áulicos, ninguém dá bola à sua versão. Então é preciso tensionar o jogo. E é aí que entra Gabrielli.  A aposta é que ela engula o desaforo para não comprar briga com o partido.

Jornalismo
Em sua entrevista, afirmou Gabrielli sobre a reportagem de VEJA:
“Eu tenho que dizer que a matéria da Veja é um absurdo, uma especulação absurdamente inverídica, completamente sem fatos, somente ilações irresponsáveis. Portanto, a matéria da Veja é uma coisa criminosa do ponto de vista jornalístico. É isso que eu tenho para lhe responder.”

Não há ilação nenhuma na reportagem. Nem especulação. Há fatos. “Crime jornalístico”? O PT quer o “controle da mídia” para caracterizar em lei essa modalidade. Os petistas não aceitam a fiscalização da sociedade. Acreditam que ganham nas urnas o direito de se comportar como ditadores.

Gabrielli pode até gritar com Dilma e continuar empregado. Mas não vai gritar com o estado de direito e com a democracia. Não vai porque nós estamos aqui.

Gabielli, ouça aqui: “Não, você não pode!” E vai ter de  dar satisfação, sim! Se a sua chefe não cobrar, cobra-o a sociedade, chefe de sua chefe.

Por Reinaldo Azevedo

Inflação avança 0,37% em agosto e já acumula mais de 7% em um ano. Ou: Não dá mais para prender os suspeitos de sempre!

Na VEJA Online:
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,37%, ante uma variação positiva de 0,16% em julho, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas, que iam de alta de 0,27% a 0,40%, com mediana de 0,36%.

Com este resultado, o acumulado do ano fechou em 4,42%, acima da taxa de 3,14% relativa ao mesmo período de 2010 e próximo do centro da meta de inflação, que é de 4,5%. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou variação de 7,23%, o mais alto desde junho de 2005 (7,27%), e acima dos 6,87% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2010, a taxa havia ficado em 0,04%.

O IPCA é o índice oficial utilizado pelo Banco Central (BC) para cumprir o regime de metas de inflação, determinado pelo Conselho Monetário Nacional. Até agosto, o indicador acumula altas de 4,42% no ano e de 7,23% nos últimos 12 meses.

Alimentos voltam a subir
Os alimentos, que haviam registrado deflação de 0,34% em julho, subiram 0,72% em agosto - e causando impacto de 0,17 ponto percentual, o que representa 45% do índice do mês. Entre as altas, as carnes tiveram destaque, com avanço de 1,84% ante deflação de 1,12% no mês anterior.

No setor de habitação, também houve alta de 0,32%, superior aos 0,27% registrados em julho. O destaque do setor fica com o aluguel residencial (de 0,46% para 1,06%), item que exerceu o segundo maior impacto no mês (0,03 ponto percentual), e com a taxa de água e esgoto (de 0,33% para 1,05%).

Entre as quedas do mês, houve diminuição nas despesas com transporte, que apresentaram deflação de 0,11%, ante avanço de 0,46% em julho.

INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também divulgado pelo IBGE, subiu 0,42% em agosto, após ter ficado estável em julho (0,00%). Com o resultado, até o mês passado, o índice acumula altas de 4,14% no ano e de 7,40% em 12 meses. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a seis salários mínimos e chefiadas por assalariados.

Comento

Vai aumentar a pancadaria contra o BC. “Como baixar juros num cenário assim? É… Não sou economista, como sabem, mas não acho que a economia tenha uma lógica tão particular que possa fazer pouco caso dos fatos. Esse índice foi produzido com a taxa a 12,5%, não a 12%, certo? Se há uma tendência de aumento, segundo, então, a metafísica influente, seria o caso de elevar ainda mais os juros. Digam-me cá: com uma taxa de 13%, 13,5%, teria mudado o preço dos alimentos?

Parece que o bom senso indica que não dá mais para tratar o juro só como remédio; ele é também parte da doença. Com 12,5%, a inflação em 12 meses chegou a 7%; trata-se de um modelo que concilia juros estratosféricos com inflação alta — e já apontando para uma desaceleração da economia. Seria o tripé do capeta.

Não dá mais para ficar nessa de “taxa de juros” como panacéia, mandando prender os suspeitos de sempre…

Por Reinaldo Azevedo

Eu, Eu, Eu, o Zé perdeu - Dilma rejeita controle da mídia e pede a ministro que tome cuidado com “cascas de banana” deixadas por Franklin

Por João Domingos, no Estadão:
A presidente Dilma Rousseff quer distância da proposta aprovada no fim de semana pelo PT que trata sobre a regulamentação da mídia. De acordo com informações dos bastidores do Palácio do Planalto, a presidente, além de repudiar por princípio, teme que as propostas que emergiram do 4.º Congresso Extraordinário do PT, realizado em Brasília, minem o apoio conquistado na classe média. “É importante separar a posição do partido da posição do governo”, resumiu ontem o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.

A posição de Dilma sobre os meios de comunicação é a mesma que ela sempre manifestou, seja durante a campanha, seja depois de eleita, disse um de seus auxiliares. Nas suas várias declarações sobre o tema, a presidente disse que o único controle de mídia que ela leva em consideração é o controle remoto, para mudar de programa na TV. “Não conheço outro tipo”, repete sempre que alguém fala do assunto.

Ainda de acordo com informações do Planalto, o governo tem uma agenda que envolve preocupações com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, além de encontrar formas de proteger o País da crise internacional. Tem ainda de evitar que projetos com aumentos das despesas públicas sejam aprovados pelo Congresso.

Além de não dar importância para a proposta feita pelo PT, Dilma orientou Paulo Bernardo a examinar item por item do projeto sobre a regulamentação da radiodifusão, feito pelo ex-ministro Franklin Martins. Segundo informações do Planalto, Dilma disse ao ministro para ter cuidado com as “cascas de banana” do projeto.

Ambiguidade. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o controle da mídia animou muito os petistas, porque, vez por outra, era defendido por Lula, que sempre teve uma posição ambígua sobre o tema. Em uma entrevista, durante seu governo, disse que só chegou à Presidência da República graças à liberdade de imprensa.

Lula carregou essa ambiguidade durante os oito anos de seu mandato. Em agosto de 2004, ele propôs ao Congresso um projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ), com poderes para controlar a mídia. Dizia a proposta que o conselho teria poderes para “orientar, disciplinar e fiscalizar” o exercício da profissão e a atividade de jornalismo - até mesmo para punir jornalistas. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

Vejam isto e me digam se o PT já não tem em mãos a “mídia” com a qual sonha…

Ai, ai…

Vamos lá! Não foi só na Rede TV que José Dirceu — aquele que roubava hóstias aos 14 anos — foi duramente inquirido por certo tipo de jornalismo. O homem concedeu também uma entrevista a Heródoto Barbeiro, do Jornal da Record News. Ninguém vê esse troço. Logo, estou aqui prestando um serviço a entrevistador e entrevistado, divulgando o evento quase clandestino. E por que o faço? Porque, mais uma vez, José Dirceu comprova a tese de que o esquema montado no período do mensalão continua em pleno funcionamento. E vocês terão a chance de constatar isso pelos próprios olhos e ouvidos.

Heródoto, o original grego, é considerado, assim, uma espécie de pai da história. Não se sabe bem quando nasceu — viveu no século V antes de Cristo —, mas é certo que teve tempo de ficar com os cabelos brancos. Estaria aí a dificuldade do Heródoto de agora? O Tablete Santo Antônio prejudicaria o apego à precisão? Talvez amasse mais os fatos quando professor de cursinho  — e de história!

O vídeo segue abaixo. É longo, sei, e ninguém tem tanto tempo a perder com José Dirceu. Mas peço que vocês assistam aos primeiros dois minutos. Volto em seguida.

Voltei
Comecemos por corrigir algumas coisas do que disse o Heródoto de agora para colocá-lo na trilha de seu homônimo mais famoso. Disse o homem da Record News:
“[VEJA] acusou também o próprio José Dirceu de despachar com influentes nomes do governo numa suíte de um hotel e de ter responsabilidade na demissão do ex-ministro Antônio Palocci no início do mês de julho”.

As palavras fazem sentido e, se Heródoto ainda estivesse dando aula de história no cursinho, estaria passando uma informação capenga a seus alunos, o que não faria, creio. Seus poucos telespectadores merecerem o mesmo respeito. VEJA“não acusou José Dirceu de despachar com influentes nomes do governo…”JOSÉ DIRCEU DESPACHOU COM INFLUENTES NOMES DO GOVERNO!!! A palavra “acusação” faz supor que exista algo de controverso, de eventualmente contestável no fato. Não há! Aliás, José Dirceu confessa os encontros. Não teria como negar porque as fotos estão lá, devidamente publicadas.

VEJA NÃO AFIRMOU, É MENTIRA!, que Dirceu teve “responsabilidade” na demissão de Palocci. Aliás, reportagens da própria revista sobre a atuação do ex-ministro pesaram muito mais na sua saída do que qualquer tramóia que Dirceu tenha feito. O que a revista PROVOU é que aquele acusado de “chefe de quadrilha” pela Procuradoria Geral da República mexeu os pauzinhos para impedir até mesmo que Palocci se defendesse; o que VEJA provou é que o tema dos encontros entre os dias 6 e 8 de junho era a queda de Palocci e a nomeação de seu substituto. Aliás, um dos que foram ao beija-mão no gabinete clandestino de Dirceu, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), confessou com todas as letras: à revista: “Num momento tenso como aquele, fui conversar com alguém que está sempre bem informado sobre os acontecimentos”. Outro que foi fazer a genuflexão foi Candido Vaccarezza, que Dirceu queria nomear para o lugar de Palocci, à revelia de Dilma Rousseff — que escolheu Gleisi Hoffmann.

Antes que vá para a parte que interessa da resposta de Dirceu, outra observação: Heródoto lembra que a emissora já havia feito uma reportagem — imagino como… — sobre a matéria de VEJA e que Dirceu já tinha sido ouvido. Como se nota, o homem foi chamado de novo. E tratado com a devida intimidade, sem dúvida: “Você…” Normal entre amigos.

Agora Dirceu
Indagado se está tentando desestabilizar — e o Heródoto com os cabelos mais negros do que os de Iracema faz a pergunta em tom algo jocoso — o governo da presidente Dilma, a resposta de Dirceu é formidável. Faço questão de transcrevê-la (em vermelho). Comento depois:
“Todo mundo sabe que eu sou governista, né?, de quatro costado (sic). Eucoordernei (sic) a campanha do presidente Lula, fui presidente do PT durante sete anos, eu percorri o Brasil em 2009 apoiano (sic) o nome da nossa pré-candidata Dilma Rousseff (…). Sou membro do Diretório Nacional do PT, não participo do governo, não sou nem membro da Executiva. E tenho a minha vida como advogado, como consultor. E luto para que o Supremo Tribunal me julgue, né? Porque eu fui acusado gravemente no Supremo Tribunal Federal, no caso do mensalão, de chefe de quadrilha, não é pouca coisa!, e de corrupto (…). Eu tenho atividade política, sempre tive, eu sou blogueiro, sou militante do PT, viajo pelo Brasil, faço debate, faço conferência, me reúno com governadores, prefeitos, em Brasília também (…)

Comento
Refaço aqui as perguntas que, de fato, estão na base da reportagem de VEJA, das quais Heródoto, fugindo ao dever jornalístico, se esquivou:
“Por que, então, alguém sem cargo nenhum no governo ou no PT, confessadamente um consultor da iniciativa privada, se encontra com gente do primeiro escalão do governo num quarto de hotel, às escondidas? Por que são as autoridades a visitá-lo — ele, o consultor privado sem autoridade nenhuma — e não o contrário? Considera legítimo que alguém acusado de chefe de quadrilha e de corrupto tenha essa desenvoltura junto ao primeiro escalão antes mesmo de ser julgado? Quantos outros blogueiros e militantes do PT conseguem atrair para o seu local de despacho um ministro de estado e o presidente da maior estatal do país? Acha correto que um simples militante do PT, mas sabidamente “respeitado” no partido (como ele diz ser), debata a queda de um ministro de estado com senadores, à revelia do Planalto? Por que encontros daquela natureza, se dizem respeito ao interesse público e a questões partidárias, não são debatidos na sede do PT?”

Vocês certamente não terão paciência para ir até o fim. Se forem, verão Dirceu a defender que a Câmara não tenha mais poderes de cassar deputados. Ele quer que tudo seja resolvido no Supremo, em julgamentos de caráter criminal. Sabe que isso dificultaria a punição de larápios. Já expliquei por quê neste post neste post. Na Câmara, quem lançou a idéia foi Paulo Teixeira (SP), o líder do PT. Afirmei, então, que era coisa de… Dirceu! Batata!

Para encerrar
O petezada, como vocês viram, quer porque quer o tal controle da mídia. Digam: dadas as entrevistas de Dirceu à Rede TV! e à Record News,  do que os petistas, afinal de contas, reclamam? Dá pra ser mais petista do que isso? A verdade é a seguinte: eles não suportam nem mesmo a isenção dos veículos de comunicação. Eles querem é esse troço que se vê acima. Eles entendem que jornalismo é ação entre amigos. Se não for, então se trata de conspiração.

É a mentalidade de um conspirador, afinal!

Por Reinaldo Azevedo
Contra vagabundo, voto distrital!

Chega de tantos vagabundos na política!

Chega de assistir passivamente ao triunfo dos pilantras!
Chega de ver a República transformada num balcão de negócios!

Considere a possibilidade de aderir ao movimento em favor do Voto Distrital. Não é uma solução mágica. Não é uma panacéia. Precisamos de um ambiente político que seja hostil aos vigaristas.

Por Reinaldo Azevedo
Gurgel rebate afirmação de Dilma e defende reajuste do Judiciário

Por Márcio Falcão e Maria Clara Cabral, na Folha Online:
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, saiu em defesa nesta terça-feira (6) do reajuste salarial do Judiciário e do Ministério Público e rebateu críticas da presidente Dilma Rousseff de que o gasto pode prejudicar a execução de programas sociais e investimentos em saúde e educação.

Segundo Gurgel, a proposta se trata de “mera recomposição de perdas” que neste ano chegam a 25%. O procurador disse que “jamais” o Ministério Público defenderia um reajuste que prejudicasse investimentos sociais.

“É preciso dizer que no final do governo do presidente Lula, houve uma série de reajuste e recomposição de remuneração de diversas categorias do serviço público, sem que isso significasse qualquer retirada, qualquer redução dos recursos que devem ser destinados à prioridades como saúde e educação. [...] Jamais [ o pedido de reajuste] significará reduzir um centavo sequer dos recursos destinados a saúde ou educação.”

Ao enviar ao Congresso as previsões de receitas e gastos para 2012, o governo havia deixado de fora as propostas de reajustes da Justiça, que causam impacto de R$ 7,7 bilhões nos cofres públicos. Pressionado, o Planalto foi obrigado a recuar e a rever sua proposta orçamentária. Dilma, então, enviou uma mensagem ao Congresso reincluindo os reajustes pedidos pelo Judiciário, mas fez uma série de críticas.

Ao citar que encaminhou a proposta “cumprindo dever constitucional”, disse que “várias economias enfrentam problemas por sua situação fiscal, com alto endividamento e deficit públicos”. Gurgel disse que há um diálogo permanente com o Executivo para encontrar a melhor solução. O procurador visitou hoje o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). Ele disse que não tratou do reajuste.

“Não podemos ficar esperando indefinidamente pelo momento propício [para o aumento]. Estamos conversando e não há posição irredutível”, afirmou Gurgel na Câmara. Segundo o procurador, a categoria está disposta a conversar sobre uma proposta de aumento alternativa. Ainda de acordo com ele, o Poder Judiciário e do Ministério Público preparam um ato de mobilização para o próximo dia 21 para pressionar pelo reajuste. Questionado sobre o aumento, Sarney não quis comentar a proposta.

Por Reinaldo Azevedo
A pergunta que não cala

José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, já gritou com Dilma hoje ou manteve algum encontro suspeito, sobre o qual não tem de dar satisfação a ninguém?

Por Reinaldo Azevedo
Pela primeira vez, Obama é reprovado pela maioria e perderia para um republicano. A saída, pra ele, talvez 

A coisa está feia pro lado de Barack Obama, presidente dos EUA. Parece que lhe restará terceiro-mundizar de vez a política do país, recorrendo ao método Luiz Inácio Apedeuta da Silva: “É tudo culpa da herança maldita do meu antecessor”.

Um dos nossos muitos obamistas diria: “E não é?Lá, isso é verdade!”  Temos bons críticos no lulismo no Brasil que seriam “lulistas” nos EUA… A crise na economia americana — que é uma crise nos países ricos, que põe Obama em palpos de aranha — não tem nada a ver com as guerras de Bush. Isso é tolice. Aliás, se faltassem guerras a Obama, ele inventou a sua própria, não é mesmo? Vamos ver no que vai dar. O eleitorado americano nunca foi chegado a esse negócio de transferir responsabilidades. Se o sujeito se apresenta para a tarefa, é porque sabe o que fazer. Se não sabe, que dê lugar a quem saiba. Era assim ao menos. Mas nada como um fraco rei para espalhar maus costumes…

Segundo pesquisa Wall Street Journal/ NBC News, 44% dos americanos aprovam a atuação de Obama, mas 51% a reprovam. Ente os mil entrevistados, 44% disseram que pretendem votar num republicano nas próximas eleições, contra 40% que dariam mais um mandato ao democrata. É a primeira vez que a reprovação é maior do que a aprovação e que Obama “perderia” a eleição. Para 73%, o país está na direção errada, e 70% acham que a economia vai piorar. Um alento para o presidente: boa parte acredita que isso se deve à pesada herança do governo anterior. Vale dizer: a terceiro-mundização da política, à moda Apedeuta, talvez salve Obama, o fraco rei…

O presidente americano fará amanhã um discurso no Congresso para anunciar um plano de recuperação do emprego e de incentivo à economia. Vamos ver se fala como presidente ou como candidato. É o primeiro que está comprometendo o desempenho do segundo. Será que o segundo conseguirá dar as esperanças que o primeiro não consegue alimentar?

Por Reinaldo Azevedo
O PT tem duas alas: a ideológica e minoritária, que é contra a liberdade de imprensa, e a oportunista e majoritária, que também é!!!


Leia editorial do Estadão:
Início do conteúdo

Controle, não: ”democratização”

O 4.º Congresso do PT acabou cedendo à firmeza com que a presidente Dilma Rousseff, contrariando seu antecessor, tem repudiado a ideia de “controle social” da mídia, e rebaixou de “diretriz” partidária para mera “moção” convocatória o texto que agora é a posição oficial do partido a respeito do assunto. Ficou então combinado que não se fala mais em “controle social” da mídia, expressão politicamente inconveniente porque indissociável da ideia de censura, e os petistas passam a lutar pela “democratização” da imprensa.

A nova palavra de ordem não quer dizer absolutamente nada - e até por isso é tão perigosa para a liberdade de imprensa quanto a anterior -, mas satisfaz as duas tendências que, dentro do PT, não se conformam com a liberdade que os veículos de comunicação têm para denunciar as bandalheiras da companheirada no governo. São elas a ala minoritária, ideológica, de esquerda radical e totalitária, e por isso contrária por definição à liberdade de imprensa; e a ala majoritária, populista, pragmática, que sob o comando de Lula manda de fato no partido e está exclusivamente preocupada em se perpetuar no poder, e por isso tem horror a ver suas lambanças estampadas na mídia.

O PT já não é mais o mesmo desde 2002, quando foi editada a Carta aos brasileiros, que pavimentou o caminho de Lula em direção ao Palácio do Planalto. Desde então, passou a dar por não dito tudo o que afirmara antes e colocou seu destino nas mãos habilidosas do grande manipulador das massas. Eleitoralmente deu certo. Mas é conveniente salvar as aparências. Assim, o lulopetismo aliou-se às principais lideranças políticas, financeiras, industriais, comerciais, da alta sociedade, etc., mas continua atacando as elites. Meteu a mão na massa para garantir a “governabilidade”, mas sustenta que o governo Lula se notabilizou pelo “combate implacável” à corrupção. Está fazendo o que pode, e bem, nas áreas econômica e social - se não forem levadas em conta as graves deficiências na educação e na saúde -, mas escancara a incompetência da máquina governamental partidariamente loteada para gerenciar projetos de infraestrutura.

É a divulgação pela mídia dessas ambiguidades e contradições, e das muitas pilhagens do dinheiro público que não param de vir à luz, que incomoda terrivelmente os petistas, fisiológicos ou ideológicos. Daí a obsessão com o controle social - perdão, com a “democratização” dos meios de comunicação.

O PT promove deliberada confusão entre os conceitos de marco regulatório e controle social das comunicações. O marco regulatório é um conjunto de disposições legais que disciplinam as atividades em áreas que dependem de concessão estatal, como a radiodifusão e a telecomunicação. O “controle social” é conceito em que está implícita não apenas a regulação da propriedade e do funcionamento, digamos, técnico, dos instrumentos de comunicação, mas sobretudo dos conteúdos veiculados. É pacífica a necessidade da modernização do marco regulatório das comunicações no País, defasado em relação aos avanços tecnológicos das últimas décadas. Mas a questão dos conteúdos diz respeito à liberdade de expressão e ao direito à informação, fundamentos de uma sociedade democrática e, nessa medida, intocáveis. Mas é claro, e fica mais uma vez evidenciado pelas conclusões de seu 4.º Congresso, que não é assim que pensa o PT.

Uma ideia mais clara da maneira peculiar como os petistas entendem o que seja liberdade de imprensa está explicitada nas declarações do presidente do partido, o ex-jornalista Ruy Falcão, em entrevista concedida durante o congresso. Visivelmente irritado com a insistência das perguntas sobre o assunto, Falcão foi particularmente infeliz: “Estou dizendo quinhentas vezes: não vamos controlar conteúdo, somos contra censura, contra versão única de fatos. E defendemos a livre expressão de pensamento, inclusive para que vocês possam claramente fazer as suas matérias sem qualquer tipo de injunção empresarial”. Para Falcão, portanto, os jornalistas, principalmente quando estão fazendo denúncias ou expondo fatos que não interessam ao governo, estão a serviço de interesses vis. Felizmente, o exercício do bom jornalismo não depende das garantias dadas pelo líder petista.

Por Reinaldo Azevedo
Paulo Bernardo, o controle da “mídia” e um conceito errado de democracia


O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, vem dizendo e fazendo coisas sensatas no que respeita ao tal “controle da mídia”. Não é o momento, porque nunca é, para começar a falar bobagem. Abaixo, ele reafirma que o governo não tem a disposição — até porque seria inconstitucional — de propor qualquer forma de censura. Mas diz um troço bastante impróprio sobre a democracia. Quando eu retomar o trabalho no começo da tarde, explico o que Bernardo ainda não entendeu sobre o regime democrático. E é momento, porque sempre é, de aprender coisas novas. Leiam o que vai no Globo

Por Evandro Éboli e Adriana Vasconcelos, no Globo:
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, rebateu nesta segunda-feira as críticas feitas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em relação à proposta de regulação da mídia discutida no IV Congresso Nacional do PT, realizado no fim de semana. Segundo o presidente da ordem, Ophir Cavalcante, a postura do PT sobre o assunto assusta, podendo representar uma forma de censura, o que seria um risco para a liberdade de imprensa e a democracia.

“É um erro da OAB, que não deve ter lido o texto (da moção do PT) e deveria saber que a Constituição não permite fazer controle de conteúdo jornalístico. Com certeza a avaliação da OAB foi baseada no ouvi dizer”, disse o ministro.

Bernardo também saiu em defesa da decisão do PT em levar às ruas o debate sobre a regulação da mídia , mas disse que ainda não há prazo definido no governo para o envio desse projeto de lei ao Congresso Nacional. Bernardo afirmou que ainda está analisando a proposta elaborada pelo ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social), da gestão Lula, e que o texto, antes de ser fechado, será submetido a consulta pública.

“O PT tem legitimidade para tomar suas decisões e apontar os caminhos nessa questão. Assim como PMDB, o PP, o PSDB. O governo tem um programa, que foi defendido pela nossa candidata na campanha eleitoral, que resultou em um conjunto de ideias dos partidos, e tem suas prioridades”, disse Paulo Bernardo ao GLOBO.

O ministro fez a defesa do texto elaborado por Franklin Martins.”O anteprojeto (de Franklin Martins) não estabelece nenhuma forma de controle prévio e nada que, nem de longe, possa se assemelhar à censura. Nenhuma lei conterá dispositivo que cause embaraço a plena liberdade de informação. A Constituição veda, estritamente, qualquer tipo de restrição nesse sentido”, disse Paulo Bernardo, que falou sobre a consulta pública: “Deixa o pau quebrar no debate público e depois analisaremos”.

Bernardo negou que o governo agiu durante o congresso do PT para evitar que o partido adotasse uma resolução sobre regulação da mídia. A moção aprovada tem um peso bem inferior. “A moção tem nove páginas. É uma moção complexa. Se fosse discutir no plenário, para fazer votação, precisaria de uma tarde toda. Assim, era mais fácil de obter consenso”.

O ministro admitiu que a moção é uma forma de pressão do PT sobre o governo.”É bem possível que seja uma pressão no governo. Se for perguntar pro Rui Falcão (presidente do PT), ele vai dizer que não.”

Por Reinaldo Azevedo
Álvaro Dias e Jarbas Vaconcelos criticam tentação autoritária do PT


No Globo:
A proposta defendida durante o IV Congresso Nacional do PT, no final de semana, de criar um marco regulatório da mídia , foi duramente criticada nesta segunda-feira pelos senadores Alvaro Dias (PSDB-PR) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Para ambos, a proposta do PT está relacionada às denúncias de corrupção que ganharam destaque nos jornais nos últimos meses. Os dois também citaram matéria da revista “Veja” - bastante criticada pelo partido - que acusa o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu de tentar desestabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff.

“Quando as denúncias explodem nos principais veículos do Brasil, fala-se em regulação da mídia, como se desejássemos amordaçar a imprensa para que a corrupção pudesse campear fagueira na clandestinidade do submundo do governo”, declarou Alvaro Dias na tribuna do Senado.

“Não queremos uma imprensa governista. Já basta a cooptação que o governo fez com os chamados movimentos sociais, que viraram meros apêndices do PT. Toda vez que algum malfeito petista aparece nas páginas dos jornais e das revistas, a cúpula do PT se apressa em ressuscitar o chamado marco regulatório da mídia, nome pomposo para um verdadeiro tribunal inquisidor da comunicação que os petistas querem implantar no Brasil”, criticou Jarbas Vasconcelos.

Dias chegou a comparar o PT a um comerciante desonesto: “Eu poderia popularizar um pouco a crítica, afirmando que o PT, neste momento, se parece com aquele comerciante desonesto, que vende produto falso, faz propaganda enganosa e tenta driblar o Conar e o Procon. É o que eu vejo nessa tentativa petista: driblar a opinião pública”.

Os dois senadores destacaram ainda que a ascensão do PT se deveu à liberdade de imprensa e ao espaço que recebeu na imprensa. “Considero, portanto, uma manifestação de ingratidão ímpar o PT, no poder, amaldiçoar a imprensa, como vem fazendo especialmente nas últimas semanas, inconformado com as denúncias de corrupção no governo”. afirmou Alvaro Dias.
(…)
Vasconcelos disse ainda que vai ser um “um adversário ferrenho de qualquer proposta que pretenda limitar a liberdade de imprensa, um dos pilares da democracia”.

Por Reinaldo Azevedo
A farsa da farsa não prospera. Também… Quem é que vai, a não ser os suspeitos de sempre, se mobilizar por Dirceu?

Desta vez, a coisa ficou no vácuo, rodou no vazio, não prosperou nem como farsa. A tese da “conspiração da mídia”, que chegou a seduzir alguns imbecis em 2005, não mobilizou ninguém, a não ser a rede a soldo da Internet.

Pouca gente acreditava nessa tolice há seis anos, é evidente. É que se tratava, afinal de contas, de defender o Luiz Inácio Apedeuta da Silva, e aí se considerava que mesmo a mentira tinha um caráter, assim, ético…

Agora, muita gente, mesmo lá no lado escuro da força, deve ter se perguntado e concluído: “Esperem aí: vamos ter de entrar nessa de novo por José Dirceu??? Ah, não vale a pena!!!” Pô, notem bem: os lucros do consultor são privados, e o desgaste da tese bucéfala, socializados entre os companheiros…

E o que deveria ter a gravidade de uma cruzada política está entrando para o anedotário.

Por Reinaldo Azevedo
Contra a censura: “Se os petistas não querem ser fiscalizados, eles que falem isso abertamente à sociedade”

Por Andréia Sadi, do Portal G1:
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), criticou nesta segunda-feira (5) o projeto de marco regulatório da mídia, defendido em resolução política do PT, aprovada neste domingo. Para o tucano, o PT “se esconde atrás do marco, mas na verdade o projeto é censura”.

“Se eles não querem ser fiscalizados, eles que falem claramente para a sociedade, não se escondam atrás do marco. Na verdade, isso é censura”, afirmou.

Neste domingo, o PT aprovou uma “campanha forte” para aprovar as regulamentação dos meios de comunicação. O marco regulatório é um projeto elaborado no governo Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ex-ministro Franklin Martins, mas que está sendo revisado pelo atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. “O PSDB não tem qualquer sintonia com esse projeto”, disse Nogueira.

O presidente do PT, deputado Rui Falcão, afirmou que a proposta de regulamentação da mídia tem por objetivo assegurar a liberdade de imprensa e o direito à opinião e não implica censura de conteúdo.

Voto aberto
Após reunião, o líder anunciou que a bancada do PSDB decidiu apoiar proposta e abolir o voto secreto durante votações na Câmara, só mantendo o sigilo para eleições de componentes da Mesa da Casa.

Na semana passada, o líder do PSDB afirmou que não estava “convencido” de que o voto aberto para processos de cassação, por exemplo, seria a melhor solução.

Nesta segunda, ele afirmou que a posição foi tomada pela bancada e, portanto, será defendida.
“Quando você faz uma reunião de bancada, você ouve todo mundo. A conversa caminhou naturalmente por essa posição. A gente refletiu que o PSDB quer se identificar cada vez mais com a sociedade e quer liderar esta campanha junto com ela”, disse.

Segundo ele, a posição será defendida quando for retomada a votação, em segundo turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC ) que discute o tema na Câmara. A proposta já foi votada em primeiro turno, em 2006, mas aguarda segundo turno para seguir para o Senado.

Por Reinaldo Azevedo

Caras e caros, é, sim, possível “fazer alguma coisa”; na verdade, é possível fazer bastante. Vai aqui um convite

Caras e caros,

Diante de tudo o que nos desagrada no Brasil, especialmente a política e os vigaristas que infestam a área, a gente pode ter duas posturas básicas: organizar-se para fazer alguma coisa — sem que isso se torne um objetivo de vida, é claro, porque, afinal, não somos políticos — e deixar tudo como está, reclamando de vez em quando com os amigos: “Pô, com esse pessoal que aí está, não dá; você viu o que fez aquele ladrãozinho de hóstia?”

Não estou convidando ninguém para ser militante político — até porque eu mesmo não sou mais, já lá se vão quase 30 anos. Sou um indivíduo com algumas convicções e com a ventura de poder expressá-las a milhares de pessoas. Muitas concordam com o que lêem, outras tantas repudiam vivamente. Assim é o regime democrático — este que o PT tem tentado engessar há décadas.

É claro que um país melhor se faz com pessoas melhores do que algumas que andam por aí. Precisamos de mulheres e homens decentes. Mas é necessário também mudar a MOLDURA INSTITUCIONAL, de modo que o SISTEMA seja hostil aos picaretas, aos vigaristas, aos trambiqueiros.

É o caso do VOTO DISTRITAL. Avaliem essa idéia. Informem-se a respeito. No dia em que o país, os estados e as grandes cidades forem divididos em distritos e em que essas regiões delimitadas elegerem O SEU REPRESENTANTE — de modo que ele tenha de prestar contas àquela COMUNIDADE DE MORADORES, DE CIDADÃOS, DE INDIVÍDUOS —, haverá um aumento inevitável da moralidade da política. A razão é simples: o eleito terá de prestar contas de seus atos.

Hoje, o deputado federal, o deputado estadual e o vereador — COM RARAS EXCEÇÕES — só dão satisfação à corporação a que pertencem, ao lobby que os elegeu, ao financiador de campanha; os  cidadãos — TODOS NÓS — que se danem.

A reforma política está em debate na Câmara. O relator é o deputado Henrique Fontana (PT-RS). Seu texto foi parido na mente divinal de José Dirceu. Com a proposta do PT, o que já era ruim ficaria ainda pior.
- Fontana inventou o sistema proporcional misto, com eleição de metade dos representantes por meio de voto em lista; os eleitos ficariam ainda mais distantes dos eleitores;
- Fontana quer financiamento duplo de campanha, público e privado, avançando uma vez mais no bolso dos cidadãos;
- Fontana inventou um sistema de distribuição de recursos que vai acabar privilegiando o seu partido, o PT, e o PMDB.

Estão querendo, em suma, usar a reforma política para perpetuar tudo o que não presta na política brasileira e que gera esse sistema indecoroso de toma-lá-dá-cá, em que os larápios se fartam.

Entrem na página Eu voto distrital e se informem a respeito do movimento dos que propõem um outro desenho institucional. Políticos que quiserem aderir à proposta são bem-vindos, sim, mas ela é, antes de mais nada, um movimento de cidadãos:
- cidadãos indignados com a corrupção;
- cidadãos indignados que acham que é possível mudar;
- cidadãos que querem mudar para aprimorar a democracia;
- cidadãos que querem aprimorar a democracia porque, assim, os recursos públicos chegarão, de fato, àqueles que precisam.

Avaliem essa idéia. Considerem a possibilidade de assinar o manifesto em favor do voto distrital. Dificilmente se conseguirá mudar alguma coisa para 2012. Que seja para 2014, então. Que seja para 2016, 2018… Ainda que eles consigam aprovar a sua reforma criminosa, não podemos desistir. Eles, afinal, contam com a nossa desistência para que possam, então, consolidar os desmandos.

O voto distrital é a vontade do cidadão se impondo às corporações. Recorram às redes sociais para espalhar essa idéia. Vamos dizer a eles que NÓS SOMOS CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA POLÍTICA!

Por Reinaldo Azevedo

da coluna Direto ao Ponto, de Augusto Nunes:

Um jantar, uma quermesse e um concerto aquecem o inverno dos voluntários da pátria

A menos de um mês do começo da primavera, três eventos marcados pela animação dos convivas esquentaram o inverno dos voluntários da pátria. A estação festiva foi aberta em 23 de agosto, com o jantar que reuniu no Palácio do Jaburu, em torno da presidente Dilma Rousseff, um buquê de prontuários do PT e do PMDB. A beleza da segunda-dama Marcela Temer foi realçada pela maioria das mulheres presentes. Na sexta-feira, mais de 2 mil representantes do que há de pior nas diferentes tendências petistas participaram em Brasília da abertura do 4° Congresso Nacional do PT. José Dirceu, disfarçado de José Dirceu, foi mais aplaudido que a dupla Lula e Dilma. No último sábado, Paulo Maluf comemorou seus 80 anos de vida em liberdade com um concerto de música clássica na Sala São Paulo. Procurado pela Interpol, o aniversariante foi escoltado por uma guarda de honra pluripartidária.

As restrições impostas à imprensa impediram que os três eventos fossem devidamente documentados por fotógrafos. Para matar parcialmente a curiosidade dos leitores, a coluna publica na seção O País quer Saber uma amostra composta por dez imagens. Clique em cada uma para ver os retratados com mais nitidez. E diga o que achou.

Veja o mapa das manifestações contra a corrupção programadas para o Dia da Independência em 35 cidades

Fernanda Nascimento

No começo eram algumas dezenas de insatisfeitos com a safra de escândalos envolvendo ministros, figurões do segundo escalão e empresários clientes do governo. Com o uso da internet, os descontentes se multiplicaram por ao menos 17 estados. E resolveram acrescentar aos festejos do Dia da Independência, neste 7 de setembro, manifestações contra os assaltos impunes aos cofres públicos. Mais de 130 mil inconformados prometeram no Facebook participar dos atos de protesto programados, por enquanto, em 35 cidades brasileiras.

Por se tratar da primeira mobilização de tal porte nas redes sociais, é impossível saber quantos cumprirão a promessa. Mas nenhum leitor do site de VEJA poderá alegar que não compareceu por ignorar que a cidade onde mora estava no roteiro dos protestos. No mapa abaixo, aparecem as principais manifestações programadas para esta quarta-feira. Para conferir os locais dos eventos e acessar os grupos de discussão no Facebook, basta clicar na cidade.



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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo

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