Milho: Mercado opera em alta diante da previsão de chuvas nos EUA

Publicado em 28/04/2014 12:43 e atualizado em 28/04/2014 17:28

Nesta segunda-feira (28), as cotações futuras do milho trabalham em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). Os preços da commodity dão continuidade ao movimento de alta iniciado no último pregão e, por volta das 11h48 (horário de Brasília), registravam ganhos entre 1,25 e 2,25 pontos. O contrato maio/14, que na semana passada trabalhou abaixo do patamar de US$ 5,00 por bushel, era comercializado a US$ 5,09 por bushel.

As previsões de clima para os Estados Unidos têm influenciado as cotações do cereal nas últimas semanas. Na manhã desta segunda-feira, a agência internacional Bloomberg divulgou que a previsão é que haja precipitações nos estados de Iowa e Wisconsin, durante essa semana.

Além disso, as chuvas, juntamente com as baixas temperaturas devem reduzir o ritmo dos trabalhos nos campos. Segundo informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o plantio do milho alcançou 6% até o dia 20 de abril, volume menor do que a média dos últimos cinco anos, de 14%. O órgão deverá anunciar novo boletim de acompanhamento de safras ainda hoje.

Na visão do consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, a média da área cultivada a ser divulgada pelo departamento deveria ficar próxima de 30%, mas a estimativa é que esse número fique em torno de 20%. “Se tivermos mais 7 dias de chuvas, a situação começa a complicar. Até o dia 22 de maio, a área semeada com o grão deve ficar em 85% e se o clima ajudar os produtores norte-americanos conseguirão finalizar o cultivo do grão. Na previsão alongada, as previsões não mostram um mês de maio tão chuvoso nos EUA”, afirma.

Alguns participantes do mercado já especulam sobre uma possível transferência de área de milho para a soja na safra 2014/15 no país. Diante das condições desfavoráveis, a expectativa é que os produtores migrem para a cultura da soja. No entanto, o consultor relata que essa é uma situação que não deve acontecer de forma tão expressiva nesta safra. 

Em contrapartida, a demanda pelo produto norte-americano segue firme. Ainda hoje, o USDA reportou as vendas semanais de milho em 1,156.332 milhões de toneladas na semana encerrada no dia 24 de abril. Na semana anterior, o número foi de 1,633.180 toneladas (número revisado). 

Ainda segundo informações do departamento, no mesmo período do ano passado, as vendas totalizaram 295.795 toneladas. Já no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, as vendas somam 27,991.018 toneladas, frente as 12,247.293 toneladas acumuladas no ano safra anterior. 

De acordo com o pesquisador do Cepea, Lucílio Rogério Alves, com a demanda pelo milho norte-americano forte, consequentemente há uma redução nos estoques do país e faz com os importadores se voltem ao Brasil. “Ao mesmo tempo, somente o Brasil terá oferta a partir de julho até setembro, quando começa a entrar a safra dos EUA no mercado. Conseguiremos entrar em um período antes da disponibilidade efetiva do produto norte-americano”, diz.

Mercado interno

Ainda segundo informações do pesquisador, os preços estão estáveis e as negociações da produção de milho seguem mais lentas. Nesse momento, os compradores saem do mercado à espera de uma oferta no mercado interno maior a partir do segundo semestre, com a colheita da safrinha, enquanto que os vendedores evitam os negócios tendo em vista uma valorização nos preços no cenário mundial. 

Enquanto isso, a queda de braços entre as duas pontas ajuda a manter as cotações de milho estáveis em importantes regiões produtoras do país, cerca de R$ 30,00 a saca. “Do ponto de vista dos compradores, a aposta é que uma menor taxa de câmbio e um excedente de oferta maior nos EUA, apesar da redução na área cultivada no país, poderia dificultar as exportações do Brasil e com uma oferta interna maior poderia pressionar os preços. Na ponta vendedora, a expectativa é que o atraso no plantio norte-americano reduziria a produção e a menor área cultivada no Brasil, com condições climáticas desfavoráveis poderia afetar a produção, situação que elevaria os preços”, explica Alves. 

Até o momento, as lavouras, em importantes regiões produtoras do país, apresentam boas condições, apesar dos problemas pontuais. E para que haja uma valorização nos preços do cereal no mercado interno, seria necessária uma modificação no cenário, como a ausência de chuvas no Mato Grosso, ou até mesmo, a possibilidade de geadas em algumas regiões do Paraná ou no Mato Grosso do Sul. 

“Algo assim poderia alavancar os preços, mas a tendência é de mercado equilibrado e não prevalecendo nenhuma das pontas, compradora ou vendedora. As cotações cainham para uma estabilidade para os próximos 4 a 5 meses”, acredita o pesquisador.

Nesta segunda-feira, a saca é negociada a R$ 31,00 em Campinas (SP) CIF, já em Cristalina (GO), o valor de negociação é de R$ 24,50 a saca. Já em Campo Mourão (PR), a saca é comercializada a R$ 27,00, no MT, em Lucas do Rio Verde, o valor é de R$ 19,00 e em Unaí (MG), a saca é negociada a R$ 26,00. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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