Milho: Com foco na colheita nos EUA, mercado opera pelo 2º dia consecutivo em queda

Publicado em 26/09/2014 13:30

Ao longo das negociações na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho reverteram os ganhos e operam do lado negativo da tabela. Por volta das 12h51 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas de 1,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,24 por bushel, no início da sessão, o valor era de US$ 3,26 por bushel.

Como principal fator de pressão sobre os preços está o avanço da colheita do milho norte-americano, estimada em 7% até o último domingo, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O órgão deverá trazer atualizar os números na próxima segunda-feira (29), com novo boletim de acompanhamento de safras.

Por enquanto, a expectativa é que os trabalhos registrem bom avanço, já que as previsões climáticas apontam para tempo quente e seco. Segundo dados do site Farm Futures, nos próximos 7 dias, há pouca possibilidade de chuvas. Já nas próximas semanas, a previsão é de tempo úmido com temperaturas mais baixas.

Com isso, é cada vez maior o sentimento dos participantes do mercado que a safra dos EUA, estimada em 365,65 milhões de toneladas pelo USDA, possa ficar acima dessa projeção. E desde o início do plantio, com as primeiras estimativas sobre a produção norte-americana, os preços do cereal recuam no mercado internacional. 

Diante desse cenário, muitos analistas não descartam a possibilidade do dezembro/14 alcançar o patamar de US$ 3,00 por bushel. No entanto, o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, sinaliza que nesse patamar os preços não são competitivos no Brasil, nos EUA e outros lugares do mundo.

Além disso, os preços em patamares mais baixos têm feito com os produtores tanto brasileiros, quanto os estadunidenses reduzissem o interesse vendedor. "E, daqui a um mês, quando a colheita nos EUA chegar a 60% ou 70%, iremos voltar a discussão do que plantar na próxima safra, soja ou milho. Nesse momento, a soja é mais competitiva, mas com a situação, pesquisas preliminares já apontam que no próximo ano, a área de milho norte-americano será menor do que a de soja. E a última vez que isso aconteceu foi há 34 anos", explica.

Ainda na visão do consultor, ainda não é possível saber até quando os preços ficarão mais baixos. "Mas os preços baixos estimulam a demanda e o melhor remédio para cotações baixas são cotações mais baixas, pois, dessa forma, limito a oferta e estimulo a demanda. Acredito que o milho tem pouco a perder", completa Fernandes.

Ontem, o USDA divulgou que até o dia 18 de setembro, as vendas para exportação da safra 2014/15 de milho totalizaram 836,3 mil toneladas, contra 659,7 mil toneladas reportadas anteriormente. A quantidade ficou dentro da estimativa do mercado, entre 600 até 900 mil toneladas de milho. No mesmo período, as vendas da safra 2015/16 foram projetadas em 270 mil toneladas.

Ainda nesta sexta-feira, o departamento norte-americano anunciou a venda de 107.188 mil toneladas de milho para o México. Do volume total, 59.309 mil toneladas serão entregues na safra 2014/15 e 47.879 mil toneladas na temporada 2015/16.

Mercado interno

Mais uma semana de poucos negócios registrados no mercado interno brasileiro. Boa parte dos agricultores ainda segura o produto à espera de melhores oportunidades de comercialização. Enquanto isso, as exportações não ganharam ritmo e, até o momento, apenas 7,3 milhões de toneladas do cereal foram embarcadas, contra 11,8 milhões de toneladas registradas no mesmo período de 2013.

Consequentemente, a perspectiva é que as exportações brasileiras não alcancem a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em torno de 21 milhões de toneladas de milho. Frente a esse cenário, os estoques poderão ficar mais altos do que em anos anteriores e impactar na formação dos preços. 

Ainda na visão do consultor, o momento do mercado é favorável aos compradores, que irão utilizar esse período para fazer estoques. “Em contrapartida, o Ministro da Agricultura, Neri Geller, confirmou a continuidade dos leilões de Pepro e o AGF. Com isso, em algumas regiões onde temos uma boa demanda de milho, devido ao mercado de proteína animal, como SP, sul de GO e MG, os preços terão um cenário mais positivo no primeiro trimestre de 2015. Já em outras localidades, com logística travada, a situação é preocupante e é preciso estimular as vendas”, finaliza.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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