Grãos iniciam mais uma semana com leve recuo em Chicago

Publicado em 16/12/2013 06:52

Nesta segunda-feira (16), a semana, novamente, começa negativa para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. No pregão eletrônico, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos da commodity perdiam entre 4,50 e 5,75 pontos; milho e trigo também recuavam. 

O final do ano se aproxima e a necessidade da apresentação de resultados positivos por parte dos fundos para seus investidores incentiva os movimentos de vendas e as realizações de lucros. 

Além disso, o mercado está à espera de novidades para que possa definir melhor um caminho para os preços dos grãos. Acontece, nesta semana, a reuniao do Federal Reserve (Fed - o banco central norte-americano) que definirá os rumos do pacote de medidas de estímulo à economia e isso também traz volatilidade aos negócios. 

Apesar desses recentes recuos, analistas seguem afirmando que trata-se de um movimento pontual e que não deve se estender por muito tempo, já que o quadro fundamental permanece sem alterações, com escassez de oferta nos Estados Unidos, altas exportações e uma demanda mundial bastante aquecida. 

Veja como fechou o mercado nesta sexta-feira (13):

Após dia negativo, soja consegue fechar o dia com leves altas

A semana terminou com a soja em terreno misto na Bolsa de Chicago, com os vencimentos mais próximos registrando uma ligeira alta. O mercado trabalhou em queda durante toda a sexta-feira (13), mas conseguiu encerrar os negócios indicando uma recuperação após dois pregões consecutivos de baixa. As cotações mais próximas conseguiram se manter acima dos US$ 13 por bushel, mas o maio/14, referência para a safra brasileira, fechou valendo US$ 12,95, subindo 0,75 ponto. 

Os investidores observaram um dólar mais forte, intensas realizações de lucros típicas de final de ano, uma maior aversão ao risco e ainda os rumores de possíveis cancelamentos de compra de soja da China criando um cenário negativo para as cotações. Entretanto, o recuo desta sessão foi bem menos intenso. Para os analistas, essa baixa dos preços é um movimento temporário já que, entre os fundamentos, nada mudou e não há espaço para perdas maiores. 

Os boatos sobre as compras chinesas ainda não foram confirmados. "Isso tem sido uma praxe, todo ano há essa sinalização de cancelamento de compras para interferir em Chicago (...) Os chineses são muito hábeis, fizeram boas compras para garantir suas posições. Mas agora o país pode observar para  ver se garante suas compras ou se vai buscar um produto mais acessível em termos de preços, provavelmente aqui na América do Sul", explicou Leonardo Mussury, analista de mercado da Bocchi Adminsitradora de Negócios. 

Por outro lado, para o analista, essa deve ser uma pressão momentânea e não deve passar de uma estratégia de comercialização da nação asiática. Mussury acredita que o principal pilar de sustentação dos preços ainda é a demanda mundial muito agressiva e a necessidade indiscutível da China pela soja. "Em 10 anos, a China fez uma evolução de compras de perto de 200% e toda a vez que existe uma disponibilidade maior de soja, o país entra com mais agressividade nas compras e ela vai continuar comprando (...) O mercado para a soja, principalmente sobre a demanda, é muito confiante em termos de preços", diz. 

Com isso, Mussury afirma que não há cenários, em sua opinião, que permitam preços da soja abaixo dos US$ 13 na Bolsa de Chicago. Contribuindo para isso, há ainda as incertezas sobre a nova safra da América do Sul e também os produtores da oleaginosa, tanto norte quanto sulamericanos aguardando melhores momento para efetivar suas vendas, reduzindo, assim, a pressão de oferta no mercado. 

"Isso tem um peso muito importante na formação do preço (...) No momento em que ele está vivendo, que é muito bom, o produtor consegue hoje interferir no volume de soja ofertado no mercado, e isso também pode ser uma variável importante na formação do preço. Por isso, eu não acredito que o produtor venha a fazer fixações com um bushel abaixo de US$ 13", explica. 

Milho - Nesta sexta-feira (13), os futuros do milho acompanharam o recuo da soja e também fecharam em campo negativo. O mercado foi pressionado pelas especulações de que a China possa cancelar mais um carregamento do grão norte-americano. 

Além disso, outro fator negatvo foi a notícia de que os senadores dos EUA apresentaram um projeto de lei que visa eliminar o etanol de milho da gasolina. A justificativa é de que a Lei atual, que demanda milho, eleva os custos de alimentos e rações animais, além de causar danos para o meio ambiente.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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