Grãos ainda caminham de lado em Chicago à espera do USDA
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registram mais uma sessão de movimentos pouco expressivos na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (26). Por volta das 8h15 (horário de Brasília), os vencimentos mais próximos perdiam pouco mais de 3 pontos, com o contrato maio/14 valendo US$ 14,25 por bushel. Os mercados do milho e do trigo também exibiam ligeiras perdas.
O mercado segue caminhando de lado à espera dos novos números a serem divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 31, próxima segunda-feira. A expectativa, no entanto, é de que os números indiquem estoques bastante ajustados de soja em 1º de março nos EUA, podendo ser o menor número em 10 anos para esse período.
Segundo explicou João Schaffer, analista de mercado da Agrinvest, nessa semana pré-relatório, os fundos estão se reposicionando ao aguardar pelos números, e agindo com mais cautela até que cheguem essas novas informações. "Esse é um relatório que vai dar o tom de curto prazo para a soja, com os números dos estoques no dia 1º de março nos EUA, e também o relatório da área de plantio, o primeiro do USDA com pesquisa com produtor, que deve dar o tom para o segundo semestre", diz.
No ano passado, nesse mesmo relatório, o departamento reportou os estoques em 27,19 milhões de toneladas (999 milhões de bushels) e para esse ano as estimativas variam de 25,99 milhões a 29,58 milhões de toneladas (de 955 milhões a 1087 bilhão de bushels).
"Se o número vier na média de 26,94 milhões de toneladas (990 milhões de bushels), podemos ter um dia típico de realização de lucros, mas com o passar dos dias, os fundamentos voltam, a disponibilidade de soja interna será uma das mais baixas dos últimos anos e o mercado volta a trabalhar com um tom mais positivo".
Safra Nova - Para a área de plantio de soja na nova safra norte-americana, a expectativa do mercado é de 32,78 milhões de hectares. O número divulgado no Agricultural Outlook Forum que aconteceu em fevereiro nos EUA apontava, no entanto, para uma área de 32,17 milhões de hectares, enquanto algumas consultorias privadas já apontam para 33,59 milhões.
Ainda de acordo com Schaffer, caso esse número venha acima da média dos 32,78 milhões de hectares, os vencimentos mais longos da oleaginosa poderiam também sentir a pressão de um movimento de realização de lucros. No entanto, há ainda a necessidade de estabelecimento dessa safra e também as condições climáticas pelas quais passarão a nova temporada dos EUA.
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