Soja: Mercado foca os fundamentos e fecha com alta de dois dígitos

Publicado em 19/05/2014 17:22 e atualizado em 19/05/2014 17:52

Nesta segunda-feira (19), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão do positivo da tabela. Durante as negociações, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e encerram com altas expressivas entre 18 e 20,25 pontos. O vencimento julho/14 terminou o dia cotado a US$ 14,85 por bushel, alta de 1,38% em relação à última sessão.

A oferta restrita nos Estados Unidos, frente à demanda firme segue sendo o principal fator de suporte aos preços em Chicago no curto prazo. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que os embarques da oleaginosa totalizaram 167,95 mil toneladas na semana encerrada no dia 15 de maio.

Apesar do recuo em relação à última semana, na qual, foram embarcadas 239,95 mil toneladas, o número está acima do embarcado no mesmo período do ano passado, de 102,38 mil toneladas. E a expectativa é que a demanda permaneça firme, e a China poderá comprar 7,4 milhões de toneladas durante esse mês, número maior do que o adquirido em abril, de 6,5 milhões de toneladas, conforme projeção da Oil World.

De acordo com o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, a soja criou um intervalo de preços entre US$ 14,50 por bushel, patamar de suporte, e US$ 15,10 por bushel nível de resistência. “Toda que a cotação se aproxima de nível de suporte, os preços voltam a subir e quando chega próximo ao patamar de resistência, as cotações recuam. E até que haja uma certeza da safra norte-americana, vamos ver o mercado oscilar nesse intervalo, a não ser que tenhamos problemas com o clima nos EUA”, acredita o consultor.  

Para o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, o mercado busca uma correção após as perdas registradas na semana anterior. "Na semana anterior, com as condições normais de clima e o ritmo de plantio, os preços caíram. Porém, apesar das preocupações iniciais a semeadura da safra 2014/15 transcorre sem maiores problemas, o que deixa o mercado apreensivo em relação à sustentabilidade das altas no médio e longo prazo", explica.

Além disso, os investidores do mercado esperam pelo novo boletim de acompanhamento e safras do USDA, que irá indicar a área plantada no país. Na última semana, o número reportado foi de 20% da área plantada até o dia 11 de maio. De acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, as temperaturas deverão ficar amenas, o que deve favorecer grandes áreas de produção de milho e soja no Centro-Oeste dos EUA. 

Na última semana, estudo divulgado pela agência apontou que as plantações da oleaginosa são beneficiadas pelo evento climático El Niño. O relatório ainda indicou que há um impacto positivo em 36% da área cultivada com o grão, especialmente no Brasil e nos EUA. E um efeito negativo em aproximadamente em 9% da área semeada, especialmente na Índia e em partes da China.

Na safra 2014/15, a expectativa é que a produção norte-americana totalize 98,93 milhões de toneladas e, consequentemente, haja um aumento nos estoques. Ainda assim, analistas afirmam que é preciso acompanhar o desenvolvimento da safra e, principalmente, as condições climáticas nos EUA. 

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento nesta segunda-feira:

>> SOJA

>> MILHO

>> TRIGO

Confira como fechou o mercado do milho:

Milho: Preços recuam ao menor patamar em 7 semanas frente ao avanço no plantio dos EUA

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta segunda-feira (19) do lado negativo da tabela. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e finalizaram a sessão com perdas entre 5,00 e 6,25 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 4,77 por bushel.

De acordo com informações divulgadas pela agência internacional Bloomberg, o contrato julho/14 caiu 1,3%, o menor nível desde 31 de março. A evolução na semeadura do milho da safra 2014/15 tem sido a principal variável de pressão negativa sobre os preços do cereal em Chicago.

Segundo analistas, o mercado ainda observa as previsões climáticas para o país, já que, se as condições forem desfavoráveis poderão prejudicar o término da semeadura do milho. Inclusive, em alguns estados do país, os produtores norte-americanos têm dificuldades em finalizar o plantio devido às baixas temperaturas. Em contrapartida, em outras regiões, a semeadura está quase finalizada.

Até o último dia 11 de maio, o cultivo do cereal alcançou 59% da área projetada para essa safra, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Nesta segunda-feira, o órgão deve reportar novo boletim de acompanhamento de safras, que irá apontar o percentual da área cultivada e o volume de milho emergido.

Por outro lado, os embarques do produto norte-americano seguem firmes. Nesta segunda-feira, o USDA reportou os embarques do grão em 1.060,14 milhão de toneladas até o dia 15 de maio. Na última semana, o número ficou em 1.212,65 milhão de toneladas. Ainda de acordo com o departamento, o volume total embarcado de milho norte-americano no acumulado no ano safra é de 31.509,14 milhões de toneladas. A estimativa do USDA é de 48.260,00 milhões de toneladas.

Mercado interno

Segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, as cotações do cereal estão mais baixas tanto na BMF&Bovespa como no Porto devido à entrada da segunda safra. “É natural que o mercado começa a se antecipar e não houve problemas significativos com a safrinha. E o pico de oferta deve acontecer entre junho e meados de agosto, é normal que as cotações recuem”, explica.

 Além disso, o analista ressalta que as exportações brasileiras devem se aproximar ao embarcado no ano passado e chegar a 27 milhões de toneladas. “Em agosto, a nossa prioridade é o milho, então, a infraestrutura logística se volta para o embarque do cereal. E a expectativa é que esse ano, a China passe a ter alguma relevância nas compras brasileiras de milho”, acredita Galvão. 

Em relação aos estoques de milho do Brasil, o analista ressalta que existem bolsões de escassez do produto no país, como a região Nordeste. “Quem puder segurar o milho, a perspectiva é que o câmbio se aproxime de R$ 2,45 no final do ano, situação que deve favorecer a comercialização. Outro fator que também é importante é a demanda internacional firme e por último no mercado interno em alguns lugares os estoques de milho são menores”, ratifica Galvão. 

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário