Na defensiva, soja fecha semana com pequeno avanço em Chicago
A última sessão desta semana foi marcada por um mercado caminhando sem direção nesta sexta-feira (6) na Bolsa de Chicago. Assim, os negócios terminaram com os principais contratos em campo positivo, com exceção do vencimento julho/14, que terminou o dia recuando 3,50 pontos e cotado a US$ 14,57 por bushel. Analistas afirmam que o mercado registrou uma movimentação técnica e de oscilações bem pouco expressivas.
Os investidores se mostraram mais na defensiva nos últimos dias à espera dos diversos relatórios que serão divulgados na próxima semana. Ainda de acordo com analistas, os participantes do mercado buscam um melhor posicionamento e realizar seus lucros antes da divulgação desses novos dados.
Na próxima semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz quatro novos boletins e o mercado espera esses números com ansiedade. Na segunda-feira (9), saem os embarques semanais e o acompanhamento de safras; na quarta-feira (11), o relatório mensal de oferta e demanda e, na quinta-feira (12), as exportações semanais norte-americanas. Além disso, no dia 10 a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) traz seu novo levantamento da safra de grãos do Brasil.
Também na segunda-feira (9), a China divulga o saldo de sua balança comercial de maio. O Ministério do Comércio da China informou uma projeção de que as importações de soja da China, em junho, possam chegar a 4,06 milhões de toneladas. Em maio, as compras devem ser contabilizadas em 5,94 milhões de toneladas e as de abril foram de 6,5 milhões.
Além dos números de oferta e demanda mexendo com o andamento do mercado, há também movimentos técnicos que influenciam os preços. Nesta semana, muitos fundos de investimento venderam suas posições mais curtas - principalmente o contrato julho - para comprar as mais distantes, como o vencimento novembro, que é referência para a nova safra norte-americana.
De acordo com Bryce Knorr, analista de mercado do site norte-americano Farm Futures, as posições mais curtas mantém seu foco na situação dos estoques da safra velha dos Estados Unidos extremamente apertados frente à atual força da demanda mundial. Entretanto, explica ainda que apesar disso, o mercado ontem foi pressionado pelos baixos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para as exportações semanais da safra 2013/14.
Enquanto o mercado apostava em um volume entre 100 e 125 mil tonelas, as vendas somaram apenas 41,3 mil toneladas. Ainda assim, esse número, considerado não tão alto, elevou o acumulado no ano para quase 45 milhões de toneladas, enquanto a estimativa para todo a temporada comercial é de 43,5 milhões de toneladas.
Assim, o mercado observa também como caminha a demanda de importação de soja dos Estados Unidos, ainda de acordo com Knorr, que salienta a atenção dos investidores para a movimentação dos navios que chegam aos portos do país. Alguns locais, onde há forte produção de suínos e frango, já contam com essas compras para o esmagamento e produção de farelo de soja para ração animal.
Dessa forma, a tendência de suporte e necessidade de novas altas continua. Como explicam analistas, somente preços mais elevados poderiam racionar a demanda pela oleaginosa nesse momento, e as cotações nos atuais níveis não cumprem esse papel.
Análises gráficas indicam que o vencimento julho conta com um suporte de preços na casa dos US$ 14,45 por bushel e, caso perca esse patamar, pode iniciar um novo processo de quedas.
EUA: Boas perspectivas para a safra 2014/2015
O quadro para as cotações no longo prazo, porém, é diferente. As expectativas para a temporada 2014/15 dos Estados Unidos são muito boas nesse momento e se intensificam a medida que o clima nas principais regiões produtoras do país se mantém favorável aos trabalhos de campo.
Da área estimada para a nova safra - de 32,98 milhões de hectares - 78% já foram plantados até o último domingo, segundo informações do USDA. O número está bem acima dos níveis registrados no ano anterior e acim ainda da média dos últimos cinco anos. Assim, a estimativa do departamento é de que sejam produzidas 98,93 milhões de toneladas.
De acordo com previsões do instituto climático dos EUA MDA Weather Services, a próxima semana deverá ser boas chuvas no Meio-Oeste norte-americano, o que deve manter a umidade do solo em níveis adequados. Já no norte do Missouri e Iowa o clima seco dá uma trégua e reduz a preocupação com a estiagem que vinha castigando as regiões.
As condições de clima dentro da normalidade e essas boas expectativas para a produção têm acentuado a pressão sazonal pela qual passa o mercado nesse período do ano.
Ainda sobre a safra nova, o USDA informou as vendas semanais, nesta quinta-feira (5), em 230,5 mil toneladas, contra 821,1 mil da semana anterior e bem abaixo das expectativas do mercado, que variavam de 500 mil a 1,050 milhão de toneladas.
Mercado Interno
No mercado interno, a semana foi de bom volume de negócios. Apesar de as cotações terem tido um desempenho mais fraco em Chicago, o avanço do dólar em alguns dias da semana acabou incentivando a comercialização. De acordo com um levantamento da agência Safras & Mercado, até o último dia 30 de maio, já foram vendidos 72% da safra brasileira, o que corresponde a cerca de 62,03 milhões de toneladas de uma produção estimada em 86,62 milhões.
A melhora do ritmo das vendas foi retomada em maio, quando os preços da oleaginosa no mercado brasileiro atingiram os melhores níveis da temporada, com a soja sendo negociada, em seu pico, a R$ 74,00 por saca.
Veja também como fechou o mercado do milho nesta sexta-feira:
Milho: Demanda dá suporte e mercado fecha sessão com alta de dois dígitos em Chicago
Por Fernanda Custódio
Na sessão desta sexta-feira (6), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia com altas de dois dígitos. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e encerraram o pregão com altas entre 10 até 12 pontos. O contrato julho/14 era cotado a US$ 4,59 por bushel, valorização de 2,2%.
O mercado buscou uma recuperação após acumular perdas expressivas durante a semana, na qual, as cotações atingiram o menor patamar das últimas 13 semanas. A demanda aquecida pelo produto norte-americano impulsionou os preços do cereal em Chicago.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas para exportação de milho referente à safra 2013/14 em 550.700 mil toneladas até o dia 29 de maio. O número representa uma queda de 5% em relação à semana anterior, porém uma alta de 39% sobre a média das últimas semanas. Para a safra 2014/15, as vendas totalizaram 19.600 toneladas.
Além disso, com as cotações em patamares mais baixos, há o maior interesse de compra por parte dos investidores, conforme destaca a analista em agronegócio da Céleres Consultoria, Aline Ferro. Nas últimas semanas, as condições favoráveis ao desenvolvimento das lavouras dos EUA têm pressionado as cotações futuras.
De acordo com informações da agência internacional de notícias, Bloomberg, com as previsões de chuvas no país, a perspectiva é que a safra norte-americana seja recorde nesta safra. Segundo pesquisa realizada pela Bloomberg News, a produção de milho norte-americana deverá totalizar 354,07 milhões de toneladas na safra 2014/15.
No último relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), a safra foi projetada em 353,97 milhões de toneladas. O órgão irá divulgar novas estimativas no dia 11 de junho. Já os estoques mundiais deverão somar 182,2 milhões de toneladas, ainda segundo pesquisa da agência. A projeção do USDA para os estoques globais é de 181,73 milhões de toneladas.
BMF&Bovespa
As cotações do cereal acompanham o movimento na Bolsa de Chicago e operam em campo positivo na BMF&Bovespa. O contrato julho/14 era cotado a R$ 26,69, valorização de 0,19%. Ao longo desta semana, os preços acumularam perdas refletindo a queda no mercado internacional, mas também a proximidade da colheita da segunda safra de milho.
Do mesmo modo, no mercado interno, as cotações estão mais baixas e, segundo analistas, ainda tem espaço para recuar com o avanço da colheita da safrinha. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, somente no mês de maio, as cotações do milho recuaram até 13,04% em algumas praças.
Por outro lado, depois das preocupações iniciais, as lavouras brasileiras apresentam boas condições, com alguns problemas pontuais. Segundo projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil deverá colher, entre primeira e segunda safra, 75 milhões de toneladas, e o consumo estimado em 54 milhões de toneladas, analistas afirmam que o mercado dependerá das exportações. A perspectiva é que os embarques do produto brasileiro ganhem ritmo a partir do segundo semestre.
Acompanhamento de safras
No Mato Grosso, o retorno das chuvas favoreceram as plantas cultivadas fora da janela ideal. As plantas estão de regulares a boas no estado e a expectativa é que a produtividade fique próxima de 80 até 100 sacas do grão por hectare.
No Paraná, a colheita da safrinha já atinge 1% da área semeada nesta safra, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural). Cerca de 89% das lavouras apresentam boas condições e 11% têm condições medianas. Em relação à comercialização, até o momento, 6% da safra foi negociada.
Já no Mato Grosso do Sul, segundo informações da Aprosoja/MS, a produção deverá totalizar 7,4 milhões de toneladas, número próximo ao obtido na safra anterior, de 7,8 milhões de toneladas. Os municípios de Ponta Porã e São Gabriel do Oeste vão liderar o ranking de produtividade de milho e colher aproximadamente 100 sacas de 60 kg.
Em São Gabriel do Oeste, as precipitações se alongaram, tanto que no mês de maio, o índice pluviométrico foi próximo dos registrados em março e abril. Inicialmente, a expectativa de colheita era de até 65 sacas de milho por hectare, mas, com as chuvas a estimativa cresceu para 80 sacas do grão por hectare, conforme explica o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio César Bortolini.
Durante essa semana, a INTL FCStone, consultoria de gerenciamento de risco com foco em commodities, aumentou para 73 milhões de toneladas a produção de milho safrinha da temporada 2013/14, diante das perspectivas favoráveis para a segunda safra. O número é maior do que reportado anteriormente, de 71,72 milhões de toneladas. Diante desse cenário, as cotações do milho no mercado interno estão baixas.
Veja como ficaram as cotações no fechamento desta sexta:
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