Soja se recupera e fecha com alta de quase 20 pts na CBOT; milho recua
Segundo analistas, o mercado voltou a encontrar sustentação nos fundamentos positivos para a oleaginosa - demanda aquecida e estoques mundiais bastante ajustados. Há aqueles que apostem ainda em um possível aumento da demanda japonesa após o tumulto causado pelo terremoto da sexta-feira.
Paralelamente, outro fator que impulsionou os preços foi a ausências de notícias frescas sobre a tragédia nuclear no Japão, consequência do terremoto e tsunami que atingiram o país e que pressionaram os preços nos últimos dias.
O atraso da colheita brasileira causado pelo excesso de chuvas também reflete positivamente no mercado. Além disso, as chuvas têm causado ainda problemas no transporte da oleaginosa no Brasil.
Milho - Por outro lado, o milho não conseguiu sustentar as leves altas vistas no pregão noturno e encerrou a quarta-feira recuando quase 20 pontos. Os compradores no Japão estão retardando suas aquisições do grão depois do terremoto e tsunami que devastaram o país no último dia 11 de março. A tragédia danificou os portos do nordeste japonês, suspendendo as operações de desembarques, de acordo com o presidente da Unipac Grain Ltd, Nobuyuki Chino.
Frente a este cenário de incertezas sobre a demanda do país que é o maior importador mundial de milho, os futuros do cereal negociados na Bolsa de Chicago voltaram para o lado negativo.
Essa redução nas compras do Japão podem ser repercutidas no próximo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Segundo Paulo Molinari, analista da agência Safras & Mercado, o departamento pode aumentar os estoques finais naquele país em função de uma diminuição do ritmo das exportações para o Japão.
Além disso, uma troca do milho para o trigo para a fabricação de ração pelos produtores norte-americanos pode elevar ainda mais as reservas, aumentando a oferta e pressionando os preços.