Com chuvas regulares, perspectiva é de boa safra de cana-de-açúcar na região de Jaú (SP)

Publicado em 17/02/2017 10:22
Safra 2017/18 deve ficar próxima de 15,8 milhões de toneladas na localidade. No ciclo passado, clima seco comprometeu a produção que ficou ao redor de 14 milhões de toneladas. Preços estão abaixo dos custos operacionais e deixam prejuízo de R$ 5,00 por tonelada aos produtores. Cenário inviabiliza novos investimentos nos canaviais.

Após uma quebra de mais de 18% na produção de cana-de-açúcar devido à falta de chuvas na temporada passada, os produtores de Jaú (SP) esperam uma recuperação na safra 2017/18. Com as chuvas mais regulares, a perspectiva é que a colheita fique próxima de 15,8 milhões de toneladas. Em janeiro, as chuvas ficaram acima da média histórica na região, de 400 mm, superando 500 mm acumulados.

O engenheiro agrônomo do sindicato rural do município, Tito Auler, destaca que a preocupação dos produtores é decorrente dos preços. “Temos dois valores, o do Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo), com valor de R$ 53,90 a tonelada e o do mercado spot, com cotação de R$ 70,00 a tonelada”, destaca.

Porém, os custos operacionais por tonelada estão próximos de R$ 58,00. Consequentemente, os agricultores estão com uma defasagem de R$ 5,00 por tonelada e trabalham no vermelho, conforme ressalta Auler. Todo esse cenário acaba refletindo também nos investimentos realizados nos canaviais.

“A quebra na produtividade registrada no ciclo anterior também tem relação com a falta de investimentos nos canaviais. Mas ainda temos cerca de 70% dos contratos realizados na região via Consecana e, apenas 30% no mercado spot”, reforça o engenheiro agrônomo.

Paralelamente, o mercado externo também reflete no comportamento dos preços domésticos. Isso porque, quando as cotações estão mais baixas, os usineiros preferem negociar o produto internamente. “E quando temos uma grande oferta de açúcar aqui os valores do ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) também recuam”, diz o especialista.

Em meio a esse quadro, os produtores rurais da região ainda têm deixado a cana-de-açúcar e investido em outras culturas. “Temos muitos produtores investindo na soja, que cresceu muito”, finaliza Auler. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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