Fala Produtor

  • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR 12/11/2008 23:00

    João Batista, se não bastasse os problemas financeiros e politicos da agricultura, ainda temos que lidar com o clima. Na última terça-feira, uma chuva de granizo levou embora uns 20.000 ha de lavoura num raio de 100 km de Campo Mourão. Não é fácil ver o ano perdido e as dívidas aumentando.

    E aí vem o problema da prorrogação, que não sai do papel. Bancos não prorrogam e ficam inventando desculpa, pedindo até aval de pai e mãe de agricultores com mais de 90 anos. Brincadeiras á parte, é uma sacanagem.

    Não gostei da eleição da Kátia Abreu para a CNA. Tinhamos que trazer alguém lá da Argentina, isso sim.

    A Kátia ainda anuncia sua primeira obra: vamos dar lépitópi pros agricultores. Tá bom. Aí vem junto uma interneti via satélite, porque o cidadão mora no sítio e nem celular pega. Também vai ter que fazer curso com áquelas atendentes do Banco do Brasil, que ajudam o pessoal no caixa eletrônico, já que o filho ou filha do lavrador, que poderia ajudar com o computador já teve que arrumar emprego de balconista na cidade já faz um tempão. Ficou só o véio e a véia cuidando do roçado, mas até um vizinho maior conseguir dinheiro para comprar o sitinho deles.

    Já deu para sentir a CNA.

    O problema se chama rabo preso. Se começarem a incomodar o governo, já aparecem podres, pois todos estes políticos tem muito a esconder, e o governo descobre isso.O mesmo acontece com federação. O presidente depende de financiamento para tocar suas indústrias e se não se comportar, o governo corta tudo e ainda manda a Receita Federal e o Ibama visitar ele.

    João, o problema não é a crise, mas o desânimo em ver uma saída.

    Temos que lutar para continuar no ramo e manter nossas terras, e rezar para sermos a última árvore da floresta a cair. Mas não se enganem, todos vão tombar. Veja o que aconteceu com a agricultura em países desenvolvidos. Veja a média de idade dos agricultores em Illinois. 50% tem mais de 60 anos, e destes 25% tem mais de 75 anos. Cadê os jovens? Foram obrigados a sair.

    Um amigo meu que é americano e agricultor disse que as moças não querem casar com filhos de agricultores. É mole??!!.

    Lá, o sistema de integração já chegou na soja e milho. A multi dá os insumos , e o agricultor fornece a mão de obra. Como dizemos aqui com o frango, é peão sem 13º salário.

    João, uma sugestão. Peça aos seus ouvintes, sugestões para sairmos desta crise. Os cafeicultores já deram uma. Vamos ouvir mais pessoas. Tem muita gente sabida por aí.

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 12/11/2008 23:00

    Srs. cafeicultores ontem mandei uma opinião sobre a crise da cafeicultura, espero que hoje ela esteja disponívem para todos aqui no noticias agricolas, o telefone para contato com o Sr. Nerso chihara é 0xx3499830700, para quem quiser apoiar e so ligar.

    Outro problema, Srs do noticias agricolas por favor poderiam nos ajudar em tentar descobrir como estão a questão das CPRs que venceram ou estão vencendo e foram contempladas com prorrogação, ninguem falou mais nada???

    Estamos no escuro , uma luz por favor!!!!!!!!!!!!

    obrigado

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  • Silvio Marcos Altrão Nisizaki Coromandel - MG 12/11/2008 23:00

    CAFEICULTORES DE TODO O BRASIL E AMIGOS DO NOTICIAS AGRICOLAS, DEPOIS DE TANTAS IDÉIAS E TENTATIVAS INÚTEIS COMO: ALONGAMENTO, PESA, SECURITIZAÇÃO, CPRs, RETENÇÃO, PEPRO, RENEGOCIAÇÃO , MORATÓRIA COLETIVA, SÓ FALTANDO NESTA LISTA MILAGRES, PAGELENÇA ETC..., NÓS AQUI DO CERRADO MINEIRO, EM COROMANDEL, ESTAMOS PROPONDO QUE SÓ EXISTE UMA SAÍDA PARA A CAFEICULTURA E CAFEICULTORES.

    NOSSO AMIGO NERSO CHIHARA, UM LIDER EM NOSSA REGIÃO LANÇOU A SEGUINTE PROPOSTA:

    Plano de Erradicação [ou renovação] da Lavoura de Cafe.

    Objetivo: Erradicar até 300.000 ha de cafe pouco produtivo [0 a 20 sc /ha] até 10 ha por produtor, com pagamento de R$ 1.000,00 /ha para cada hectare erradicado, que poderá ser utilizado pelo agricultor a se dedicar a outras culturas ou renovação de uma área menor de cafe , mas com alta tecnologia e produtividade e com renda.

    Consequencia: Isto deverá causar uma diminuição da nossa produção nacional em mais ou menos 5.000.000 sacas/ano, o que deve refletir num aumento de preço da saca de cafe em mais de 50%

    .

    Obs. no ano passado gastamos mais de R$ 400.000.000,00 com o PREPO e não tivemos nenhum reflexo na melhora dos preços do cafe. Este plano irá consumir no máximo R$ 300.000.000,00 ,e poderemos ter preços melhores por mais tempo. Estes agricultores com baixa produtividade não conseguem ganhar dinheiro com o cafe pois todo o cafe colhido só dá para pagar as despesas para produzir o cafe´, mas a sua produção impacta na oferta nacional de cafe, aí os preços não sobem.De nada adianta produzir sem ter lucro. É melhor ter 2 ha com alta produtividade e lucro do que 10 ha só empatando.

    Um abraço

    Nerso Chihara

    Coromandel -MG

    CONCLAMAMOS A TODOS OS CAFEICULTORES E LIDERANÇAS DA ATIVIDADE QUE ESTUDEM ESTA PROPOSTA, POIS ELA NOS LEVA A UMA VERDADE NUA E CRUA. O CAFÉ SÓ SERÁ VIAVEL COM PREÇOS QUE PAGUEM OS CUSTOS E NOS DE RENDIMENTO, SEM ISTO NÃO PAGAREMOS DIVIDAS ALONGADAS, NÃO PAGAREMOS DIVIDAS ATUAIS, E NÃO PAGAREMOS AS FUTURAS DIVIDAS QUE FAREMOS SE CONTINUARMOS A INVESTIR NA LAVOURA ESTE ANO. NÃO EXISTE MILAGRE, SE RETERMOS O CAFÉ O MERCADO SABE QUE EM ALGUM MOMENTO ELE ESTARA DISPONÍVEL, SE FIZERMOS O PEPRO BALIZAMOS O PREÇO MAXIMO QUE POR SINAL É O PREÇO DO CUSTO DE PRODUÇÃO, SE FIZERMOS CPRs ENTREGAMOS A GALINHA PARA A RASPOUSA, SE FIZERMOS CUSTEIO O MERCADO SABE QUE ESTES SERÃO PAGOS COM A VENDA DO CAFÉ E SEGURAM OS PREÇOS, OU SEJA NÃO TEMOS SAÍDA PARA ESTA SITUAÇÃO.

    A UNICA FORMA É RETIRARMOS DE REALMENTE O EXCESSO DE CAFÉ DO MERCADO, FAZENDO COM QUE ESTE NA FALTA DE PRODUTO, COMO DIZEM A LEI DA OFERTA E PROCURA.

    PRECISAMOS DA AJUDA DE TODOS PARA QUE ESTA IDÉIA SEJA DEBATIDA E COLOCADA EM PRATICA, E QUE NAO VENHAM AQUELES IDIÓTAS DIZEREM QUE ISTO É LOUCURA POIS IREMOS PERDER O MERCADO PELA FALTA DE PRODUTO, DAREMOS ESPAÇO PARA NOSSOS CONCORRENTES. CAFEICULTORES, QUEM ESTA PERDENDO ESPAÇO SOMOS NÓS, PERDENDO O ESPAÇO DE NOSSAS TERRAS, O ESPAÇO DE NOSSAS FAMILIAS, O ESPAÇO DE NOSSOS FUNCIONÁRIOS, O ESPAÇO DE NOSSA HOMBRIDADE, POIS TODOS OS DIAS TEMOS QUE NOS HUMILHAR EM BANCOS, CORRETORAS, COOPERATIVAS ETC.

    QUEM QUISER MANTER MERCADO DE CAFÉ COM ESTES PREÇOS , QUE SAIA DE SEUS ESCRITÓRIOS ACLIMATIZADOS, QUE ABANDONEM SEUS SALÁRIOS FIXOS E SUA PORCENTAGENS NAS CORRETAGENS E VENHAM TOMAR SOL NA CARA DURANTE O ANO TODO PARA PRODUZIR UM SACO DE CAFÉ À UM CUSTO DE R 300,00 E VENDER À R250,00, PREJUIZO DE 50,00 POR SACO. OBS: SITUAÇÃO QUE JA DURA ANOS.

    DANE-SE O MERCADO, NÃO PREOCUPEMOS COM COLOMBIA, VIETNA, CENTRAIS ETC, VAMOS NOS PREOCUPAR COM NOSSAS FAMILIAS E SALVAR NOSSOS BENS, E SE REALMENTE NÃO FORMOS COMPETITIVOS COM ESTES PAISES ACIMA, FAZER O QUE? AI SIM POSSO DIZER , É A LEI DO MERCADO, COLOCO MEU BONÉ DEBAIXO DO BRAÇO E PARTIMOS PARA OUTRA ATIVIDADE.

    MAS NÃO PODEMOS MAIS FICAR NESTA DE PRODUZIR SEMPRE MAIS CAFÉ POR HA, MESMO TOMANDO PREJUIZO NA ESPERANÇA QUE UM DIA O PREÇO MELHORE E POSSAMOS PAGAR NOSSAS DIVIDAS.

    AMIGOS DO NOTICIAS AGRICOLAS, EU SEI QUE A ATIVIDADE CAFÉ ESTA RUIM, MAS SERÁ QUE NAO MERECEMOS MAIS ATENÇÃO POR PARTE DE VCS??? NOS AJUDEM

    ABRIGADO

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  • Romano Rodrigo Markoski Seberi - RS 12/11/2008 23:00

    João Batista, o espaço que vc. abriu no Terraviva (às 8 da noite) para a classe mais desunida do País, o Fala Produtor, está dando o que falar... meus parabens!!! é uma pena que muitos falam e poucos agem de verdade!!!! vc. concorda ?? mas deixemos pra lá. Hoje vou te conta um causo: um guri de 21 anos herdou 21 ha do pai e 65 ha do avó. Aí o pai disse pro guri -- eu vo te deixa uma colheitadeira boa, um pulverisador caindo aos pedaço, e um tratorzinho sem pneu e com o motor aos fiapo !!! e sabe o que esse guri (que hoje é casado tem 31 anos e uma fiha linda de 6 anos) tem hoje João??? quase 3 milhões de capital, terras proprias e arrendadas e um rebanho leiteiro de 120 cabeças !!!! sabe de onde saiu isso??? dos braços dele!!! da sua humildade!!! do seu caráter!!!! quase quebrou umas duas vezes, mas sempre deu a volta por cima !!!! nunca desistiu. Agora me diga, por que essa imundicie de governo não olha para nós com outros olhos, ao invés de sempre renegando o homem do campo e o humilhando como fosse um marginal!!!! por que a presidente da CNA não gasta o dinheiro do caixa (que a gente paga) para fazer uma fazer uma campanha no horário nobre pra esclarecer pra esse país, de gente ignorante, que nós existimos!!!! pessoal, se ninguem tomar uma atitude vamos perder o que conquistamos com tanto sofrimento!!!! os preços estão derretendo, os insumos exorbitantes, os bancos virando cartel!!!! qual a saida ???? todo mundo sabe, mas poucos põe em pratica: ATITUDEEEEEE!!!! Vamos esperar pelos outros? Ipiranga dois; e dessa vez pra valer... fuiiii!!!!!

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  • ABRASGRÃOS - Assoc. Brasileira de Produtores de Grãos Formosa - GO 11/11/2008 23:00

    Lançando um Desafio: Mais uma vez venho a público lançar um desafio -- Para contrapor às manchetes fantasiosas e abobalhantes, de euforia e ufanismo, desafio a qualquer um vir a público para DIVULGAR o valor das nossas exportações e importações dos ultimos cinco (5) anos ou a média móvel dos ultimos 60 meses, em REAIS (R$). Minha tese é seguinte: se os números da Balança Comercial ou até da Balança de Pagamentos fossem expressos em REAIS (R$) ou até em EUROS, o teor das manchetes diárias, às quais nosso conhecimento é submetido, seria bem diferente!

    A tal crise do "subprime" (Papéis de 2ª categoria) era só uma questão de tempo... só não viu antes quem não quis. Agora ela será por muitos dias, até surgir um fato novo, o "Bode Expiatório" de uma série de males que já existiam e mesmo agora não serão resolvidos. Analise o panorama à sua volta. Nosso crescimento do PIB era ôco. Saimos de um endividamento de 21% do PIB em DEZ 2002 para quase 40% em NOV 2008. Compraram à prazo muito mais do que o crescimento econômico que houve... e é ôco porque o prazo dado é muito grande... tipo 84 meses e a primeira só em junho do ano que vem. Não podia dar outra.

    Por quê a ética jornalistica recomenda que as noticias contendo números de outros países sejam transformadas em nossa moeda, e as nossas exportações não?

    Outra pergunta (que nunca ninguém responde) é: "Se não houver crescimento econômico" o consumo não teria que permanecer igual ao do período anterior ? Então esta definição de RECESSÃO está falha...

    Att, Telmo Heinen - Formosa (GO)

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  • José Carlos F. Pinheiro Iacanga - SP 11/11/2008 23:00

    Concordo plenamente com o sr. Persio qto. à representatividade dos senhores que se dizem nossos lideres, tanto sindical como politico. Vou citar apenas um dos absurdos que aprovam em Brasilia: Nós somos obrigados fornecer os EPI aos trabalhadores rurais, e concordo plenamente com isso. Mas também temos que responder pela irresponsabilidade do funcionario que recebe os equipamentos e não os usam. Por isso podemos ser multados... Isso é um absurdo!!! Gostaria de saber como isso passou pelos politicos da bancada ruralista... e saber porque não moveram uma palha pra nos defender. Temos que reestruturar tanto o nosso sistema sindical e renovar nossa bancada de deputados. Um abraço, Carlos

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  • Persio Nicanor Basso Campinas - SP 10/11/2008 23:00

    Joao Batista,

    Vejo e ouço os orgãos de classe, Famato , Aprosoja, senhores deputados ruralistas, trombetearem sobre as dificuldades encontradas pelos produtores rurais, quanto a credito, preço de insumos, comercialização, problema com o dolar, mas nunca consigo ver neles alardearem uma mobilização da classe produtora, como fizeram os caminhoneiros a alguns anos atras, que pararam , praticamente este pais. Se, nos os produtores rurais somos responsaveis por praticamente toda a entrada de divisas que este pais tem, qual a razao de nao se partir para um tipo de mobilização que tenha ressonancia, veja o caso dos produtores argentinos, veja o caso dos produtores franceses quando se trata de cortar os subsidios, infelizmente a desuniao da classe e a politica de somente soar as trombetas das entidades de classe , deputados ruralistas e etc, tem dado no que vemos e sentimos. Agora com a crise e arrumar bilhoes e bilhoes para as Montadoras, Bancos, construçao civil, etc, mas tomar os 40% do Produtor Rural, que continua sem renda e sem credito, isto pode. De que adianta mesa redonda de soja, e outras, sem o respaldo dos produtores rurais, ou seja, que nao pode trabalhar por nao ter credito. E as tradings, onde estao, ganharam enormes somas de dinheiro em todos esses anos, bastou a crise financeira deste, para sumirem do mercado, provavelmente irao aparecer quando a poeira baixar e tomar o dinheiro do produtor rural.

    Persio

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  • Marcos da Rosa Canarana - MT 10/11/2008 23:00

    Meus senhores, concordo plenamente com o Telmo Heinen quando ele diz que os alimentos estão sobrando,e, como consequência, derrubando nossos preços. As catástrofes anunciadas somente servem para motivo de aumento dos preços dos insumos. As empresas das quais somos clientes aumentam seus insumos com o anúncio do "fim do mundo" e nossos produtos caem de valor, e a nossa renda dica danificada. Temos que cuidar do discurso, ou melhor, temos que planejar um discurso único, pois nossos fornecedores e compradores utilizam deste método para arrancar nosso suór. Obviamente que a oferta tem que ser no máximo do tamanho da demanda. Da maneira como os produtores agem (e nós não conseguimos influenciá-los do contrário), a oferta vai ser sempre maior que a demanda... Resultado: endividamento, pressões comerciais e ambientais, e nós correndo atrás da agenda e dos problemas criados pelos outros, sem podermos estar engajados pró-ativamente. Gastando toda nossa energia somente atrás do respeito ao produtor rural. Vamos refletir e agir. Abraços. Marcos.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 10/11/2008 23:00

    Para desfazer um tremendo equívoco brasileiro, pergunto: por que o etanol brasileiro ganharia com a eleição de Obama, (ou até mesmo se tivesse sido McCain)?

    Parte-se do principio de que haveria uma redução da produção de etanol de milho, substituindo-o por etanol da cana-de-açúcar! Balela, pura balela...

    Primeiro, a sobretaxa de US$ 0.54/galão (de 3,785 litros) imposta às nossas exportações de etanol, ao ser supostamente retirada, beneficiaria o consumidor americano? É falso, uma vez que o mesmo valor seria GASTO para transportar álcool de dentro do Mato Grosso do Sul para o Estado amerciano do Illinois.

    Mas o pior é o seguinte: uma redução de 20 milhões de t de milho nos EUA, geraria um excedente de 20 milhões de t de milho no mercado mundial. Por quê nenhum jornalista analisa a consequência disto? Haveria enorme prejuizo para os plantadores brasileiros, e duplamente: Primeiro, aviltamento dos preços e, em segundo lugar, uma produção maior de frangos e suinos fora do Brasil, prejudicando nossos criadores destes animais.

    Então, cadê a vantagem da retirada da sobretaxa americana ao álcool importado?

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    DIÁRIO DE MARINGÁ - PR

    Assunto:

    AGRONEGÓCIOS - Informação: EUA consomem cerca de 500 bilhões de litros de gasolina por ano. O MUNDO: 1,5 trilhão.

    Durante a disputa pela presidência dos Estados Unidos da América (EUA), tanto o democrata Barack Obama quanto o republicando John McCain mencionaram, nos discursos, o Brasil como parceiro estratégico no fornecimento de biocombustíveis.

    Os dois candidatos se referiam principalmente ao etanol brasileiro, extraído da cana-de-açúcar, que é até três vezes mais barato que o etanol produzido em solo norte-americano, à base de milho.

    No duelo entre os senadores, venceu aquele que mais agrada ao setor sucroalcooleiro brasileiro.

    De acordo com o presidente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena, com Obama na Casa Branca as barreiras alfandegárias e o protecionismo contra o álcool combustível do Brasil devem diminuir.

    Fato que tende a resultar no aumento gradativo das exportações para os EUA.

    Obama já anunciou que quer misturar álcool à gasolina utilizada pelos americanos, o que o Brasil já faz há mais de uma década. Para isso, diz Tormena, ele sabe que precisará do etanol brasileiro.

    Em 2007, o Paraná produziu 1,8 bilhão de litros de álcool e, para este ano, espera-se 2,2 bilhões de litros. Pelo interesse dos EUA, apostaTormena, o crescimento da produção deve ser mantido nos próximos anos.

    O Diário: A eleição de Barack Obama vem acompanhada de uma expectativa de mudanças na matriz energética dos Estados Unidos.

    Pode-se dizer que o momento aponta para o aumento gradativo dos biocombustíveis em detrimento do petróleo?

    Anísio Tormena: Acreditamos que sim, apoiados na premissa de que o petróleo tende a ficar mais escasso e cada vez mais caro. Como o mundo não pode parar, é preciso que haja um combustível alternativo que atenda aos interesses de ordem ambiental. Os Estados Unidos já são um dos maiores produtores de etanol do mundo, produzem hoje 34 bilhões de litros contra 27 bilhões de litros do Brasil. A previsão inicial, para 2022, era de uma produção de 136 bilhões de litros de etanol. Obama, em um dos discursos, sugeriu uma proposta de 225 bilhões de litros de etanol para até 2022.

    O Diário: Os EUA mantêm subsídios para o etanol produzido a partir do milho. Esse protecionismo contra o álcool brasileiro, com Obama na presidência, vai continuar?

    Anísio Tormena: O protecionismo deve diminuir porque os EUA já estão desacelerando a produção de etanol a partir do milho. Eles produziram, em 2007, algo em torno de 300 milhões de toneladas de milho, 30% disso foi destinado para o etanol. É óbvio que esse milho começou a fazer falta no mercado de lá, para o consumo humano e para a ração animal. Então, para atingir as metas de produção de etanol que Obama propõe, eles teriam de ampliar em muito essa produção de milho, logo teriam mais problemas. E agora, em função dessa crise, não sabemos se os EUA vão continuar subsidiando o produtor de milho para a produção de etanol, que custa três vezes mais que o álcool obtido da cana-de-açúcar.

    O Diário: O setor sucroalcooleiro ganha ou perde com a eleição de Barack Obama?

    Anísio Tormena: Não sou expert em matéria de política internacional, mas entendo que as propostas do Obama são mais condizentes com a realidade do mundo, em relação ao presidente George W. Bush. Acredito até na possibilidade de redução das tarifas alfandegárias, para que possamos colocar nosso produto lá com mais facilidade. Hoje, os EUA são o maior importador do etanol brasileiro.

    O Diário: Então o senhor prevê um aumento das exportações de etanol para os EUA...

    Anísio Tormena: Há uma possibilidade concreta de crescimento das exportações, já que haverá a desaceleração do uso do milho para a produção do etanol americano. E o Brasil, que tem o etanol mais barato do mundo, deve aumentar significativamente as exportações para lá.

    O Diário: Fala-se na adição do álcool brasileiro no combustível norte-americano. É uma proposta possível no curto prazo?

    Anísio Tormena: É possível e está acontecendo em alguns estados norte-americanos onde já é mandatória a adição de etanol na gasolina. Até 2022, por lei, todos os Estados Unidos terão a obrigatoriedade de adicionar um porcentual entre 5% e 6% de álcool na gasolina.

    O Diário: O aumento das exportações para os EUA não encareceria o preço do álcool combustível no mercado interno?

    Anísio Tormena: Penso que não, até porque não podemos entregar no mercado um produto sem competitividade. Hoje somos viáveis porque ofertamos ao mercado um produto que é ecologicamente correto, economicamente viável e tecnicamente melhor que a gasolina. Não abandonaremos o mercado interno, até porque a indústria do carro flex veio para ficar.

    O Diário: O senhor citou que nosso etanol, à base de cana-de-açúcar, leva vantagem em relação ao etanol dos EUA, extraído do milho. Por que há essa diferença?

    Anísio Tormena: Temos aqui todos os requisitos para a produção da cana-de-açúcar, que me parece a matéria-prima que nasceu para a produção de biocombustível. Isso a Europa e os EUA, por questões climáticas, não têm. Na produção de etanol somos campeões mundiais em regime de chuvas, tecnologia, mão-de-obra e logística. Temos todos os atributos para o desenvolvimento dessa cultura.

    O Diário: A União Européia já afirmou que nosso álcool é fruto de desmatamento. Como o senhor avalia essa crítica?

    Anísio Tormena: Vejo com muita maldade por parte dos membros da UE, porque eles não têm o devido conhecimento sobre o Brasil. Para ampliarmos nossa produção de etanol não é preciso derrubar nem uma árvore, até porque na Amazônia não há clima favorável para produzir cana-de-açúcar. Queremos aproveitar as áreas degradadas do Brasil, mais notadamente no Centro-Oeste. Só em Goiás há disponível, para a plantação de cana, 15 milhões de hectares. E isso se daria na área da pecuária, porque de uns anos para cá começamos a fazer o uso racional da terra (confinando o gado). Com o avanço tecnológico, estamos produzindo, em uma mesma área, quantidades mais expressivas de açúcar e álcool.

    O Diário: O Paraná se destaca como o maior produtor de grãos no País. Qual a situação do Estado quando se trata do setor sucroalcooleiro?

    Anísio Tormena: Não vamos impedir o crescimento da área de grãos, mas a produção de etanol, apesar da crise, tem ainda muitas áreas no noroeste e no norte pioneiro do Paraná para se expandir. Na produção de cana, fala-se muito em zoneamento, definindo quais áreas são propícias para essa cultura. Aqui, o zoneamento é perfeito. Jamais teremos cana-de-açúcar no litoral, nos campos gerais, no sudoeste, onde o clima não permite, e no oeste, que é a região destinada à produção de grãos.

    O Diário: De que forma esse crescimento vai contribuir com a economia maringaense?

    Anísio Tormena: No Paraná, o setor sucroalcooleiro gera 80 mil empregos diretos e 500 mil indiretos. E nesse contexto, Maringá pode se considerar privilegiada porque, assim como Ribeirão Preto e Araçatuba, em São Paulo, pode ser considerada um pólo na produção de açúcar e álcool. Maringá é a capital do etanol no Paraná porque tem uma logística excelente e, futuramente, teremos o "alcoolduto", que vai reduzir os custos para levar nossa produção até o porto.

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  • Lucas Borges Pizarro São João D'Aliança - GO 09/11/2008 23:00

    João, gostaria de informações sobre especuladores do mercado do boi gordo, os profissionais que atuam neste negocio e se existe treinamento para este tipo de profissional no mercado da carne.

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  • José Walter de Oliveira Sacramento - MG 09/11/2008 23:00

    CARO AMIGO JOÃO BATISTA

    Faço-lhe uma sugestão para entrevistar um diretor da área agricola do Banco do Brasil e perguntar ao vivo e a cores porque esta instituição do Governo Federal, então do povo está "exigindo" o pagamento de um pedágio aos seus clientes que são contemplados com financiamentos rurais, os quais são obrigados a deixarem até 10% do valor liberado a título de seguros, previdencia e aplicações em fundos, com a justificativas que precisam colaborar com aquela agência que tem metas a cumprir junto a sua Regional.

    João, literalmente, é de goela abaixo, porque se o produtor não comprar os produtos algum motivo será apresentado para postergar o emprestimo ou até mesmo não concede-lo.

    Isto está na lei - é proibido operação casada, mas ninguém reclama oficialmente porque sabe que será banido do Banco como cliente e ninguém de nós tem o plano B, ou seja, outro banco ou empresa para atende-lo. Aos usuarios deste site faço-lhe uma sugestão para guardar todos os documentos que envolvem estas operações, pois pode lhe serem uteis no futuro.

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  • Waldir Sversutti Maringá - PR 09/11/2008 23:00

    Para demonstrar aos produtores rurais "deste paiz" que o caminho não é outro, senão o de trabalhar, trabalhar e trabalhar, como já recomendava o autor do texto antigo, que reproduzo abaixo:

    (que vale até mesmo para aqueles que já estão com os burros na sombra)

    O Trabalho

    Se você é pobre, trabalhe. Se é rico, trabalhe.

    Se está sob o peso de responsabilidades aparentemente injustas, trabalhe.

    Se você está feliz, continue a trabalhar; a preguiça dá lugar a dúvidas e receios.

    Se a tristeza o esmaga, e as pessoas amadas não parecem sinceras, trabalhe.

    Se tiver decepções, trabalhe.

    Se a fé titubeia e a razão falha, trabalhe.

    Quando os sonhos estão desfeitos e as esperanças parecem mortas;

    trabalhe como se a sua vida estivesse em perigo; ela está mesmo.

    Seja qual fôr o seu problema, trabalhe.

    Trabalhe fielmente e trabalhe com fé.

    O trabalho é o maior remédio material que existe.

    O trabalho cura tanto os padecimentos mentais como físicos.

    William Walace Rose

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  • Adriano da Silva Ramos Uberlândia - MG 09/11/2008 23:00

    Enquanto o produtor brasileiro não entender que só ganhamos dinheiro em épocas de escassez de produtos nada vai mudar. Portanto para ganharmos mais temos que plantar menos ou ficar torcendo para que alguém ou alguma região tenha frustrações. Isso é muito ruim pois num mundo aonde ainda existe gente morrendo de fome, temos que pensar em produzir menos para não quebrarmos. Portanto se queremos resolver os problemas do mundo devemos plantar muito e oferecer produtos a preços baratos, mas se quizermos resolver os nossos problemas devemos plantar menos.

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  • Telmo Heinen Formosa - GO 09/11/2008 23:00

    Encalhamento:

    Como disse o Cristiano, estaremos com cerca de 16 milhões de t de milho encalhadas no dia 01/02/2009 data oficial do nosso Estoque. Isto nos criou um problema de preço. Imagina se os agricultores americanos vão permitir ao Presidente, qualquer que seja, fazer alguma coisa para não usar as 100 milhões de t de milho que usam para fazer álcool? Além disto fica este besteirol de que é benéfico para nós, a retirada da sobretaxa de US$ 0.54 por galão de 3,785 litros do álcool de cana brasileiro. Para o consumidor americano não mudaria quase nada uma vez que estes 54 centavos seriam gastos para levar o álcool do interior de Goiás para o interior do Illinois, capital Chicago. Isto dá aproximadamente R$ 0,30/Litro ou você duvida que não se gastaria isto?

    Informo também ao Carlos William Nascimento de que se todos os cereais (345 kg/ano/hab) fossem usados para criar frangos e suinos, resultaria erm uma produção de 115 kg de carne por ano por pessoa, ou seja, cada um teria que comer 300 g destas carnes por dia... além do resto que já tem. Portanto, não adianta duvidar dos meus cálculos, todas as dúvidas posso contestar. No último ano esta falsa propaganda de falta de comida foi feita pelos fabricantes de adubos e os agricultores cairam quem nem patinhos nesta conversa. Att, Telmo.

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  • Cristiano Zavaschi Cristalina - GO 09/11/2008 23:00

    Infelizmente os produtores rurais brasileiros em sua grande maioria sempre aumentam a área plantada quando podem (e quando näo podem também), achando que se plantarem muito seus lucros crescerão linearmente. Alguns (incluindo grandes) não conhecem nem ao menos o seu custo real de produçäo, näo consolidam seu negócio e se as coisas väo mal aí coitada da mäe do presidente. Será que os preços de insumos teriam subido tanto se näo houvesse demanda? Será que teríamos 16 milhöes de toneladas de milho encalhadas se näo fossem os iludidos e famigerados que acharam que os preços näo tinham mais teto e recusaram preços remuneradores? Como o Telmo disse tem muita comida no mundo e temos que estar atentos a estas notícias de falta de comida, pois o mundo näo caminha nesta direçäo.

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