LULA ESTÁ COM ÓDIO E ABRAÇADO A SEU RANCOR! ELE É HOJE O ÚNICO RISCO QUE ENFRENTA O GOVERNO DILMA.

Publicado em 07/05/2012 21:39 e atualizado em 15/08/2013 14:18
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

LULA ESTÁ COM ÓDIO E ABRAÇADO A SEU RANCOR! ELE É HOJE O ÚNICO RISCO QUE ENFRENTA O GOVERNO DILMA. OU: AINDA QUE A GRITARIA SUGIRA O CONTRÁRIO, OS TOTALITÁRIOS JÁ PERDERAM

Considero este texto um dos mais importantes já publicados neste blog. Se gostarem, ajudem a divulgá-lo.
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Eu não gosto da expressão “passar a história a limpo”. Tem apelo inequivocamente totalitário. Fica parecendo que vivemos produzindo rascunhos e que a história verdadeira nos aguarda em algum lugar. Para tanto, teríamos de nos submeter às vontades de um líder, de uma raça, de uma classe ou de partido para atingir, então, aquela verdade verdadeira. A gente sabe aonde isso já deu. Nos milhões de mortos dos vários fascismos e do comunismo. Assim, não existe história a ser “passada a limpo”. Os países que alcançaram a democracia política, como alcançamos, têm é de lutar para tirar da vida pública os corruptos, os aproveitadores e os oportunistas. Isso é “passar a limpo”? Não! isso é melhorar quem somos. Não por acaso, antes que prossiga, noto que Luiz Inácio Lula da Silva é um dos herdeiros dessa visão totalitária supostamente saneadora — daí o seu mentiroso “nunca antes na históriadestepaiz“, como se fosse o fundador do Brasil.

A CPI do Cachoeira poderia ser — pode ser ainda, a depender do andamento, vamos ver — mais uma dessas oportunidades em que práticas detestáveis dos subterrâneos da política vêm à luz, permitindo punir aqueles que abusaram dos cofres públicos, das instituições e da boa-fé dos brasileiros. Ocorre que há uma boa possibilidade de que isso não aconteça. E por quê? Porque Lula está com ódio. Um ódio injustificado. Um ódio de quem não sabe ser grato. Um ódio de quem não encontra a paz senão exercendo o mando. É ele quem centraliza hoje os esforços para que a CPI se transforme num tribunal de acusação da Procuradoria Geral da República, do Supremo Tribunal Federal e da imprensa independente. E já não esconde isso de seus interlocutores.

A presidente Dilma Rousseff, cujo governo não é do meu gosto — e há centenas de textos dizendo por que não — já deve ter percebido (e, se não o percebeu, então padece de uma grave déficit de atenção política): o risco maior de desestabilização de seu governo não vem da oposição ou do jornalismo que leva a sério o seu trabalho. O nome do risco é Lula.

Ele quer se vingar. Mas se vingar exatamente do quê? Não há explicação racional para o seu rancor, como vou demonstrar abaixo. Já foi, sim, um elemento que ajudou a construir a democracia brasileira — não mais do que isto, friso: uma personagem que participou de sua construção. Nem sempre de modo decoroso. Em momentos cruciais, para fortalecer seu partido, atuou como sabotador. Mas o sistema que se queria edificar era mais forte do que a sua sabotagem. Negou-se a homologar a Constituição; recusou-se a participar do Colégio Eleitoral; opôs-se ao Plano Real; disse “não” às reformas que estão hoje na base da estabilidade que aí está… A lista seria longa. Mesmo assim, ao participar do jogo institucional (ainda que sem ter a devida clareza de sua importância), deu a sua cota. Agora que o regime democrático está estabelecido, Lula se esforça para arrastar na sua pantomima e na do seu partido alguns dos pilares do estado democrático e de direito.

Por quê? Seria seu senso de justiça tão mais atilado do que o da maioria? É a sua intolerância com eventuais falcatruas que o leva hoje a armar setores do seu partido e da base aliada para tentar esmagar a Procuradoria, o Supremo e a imprensa? Não! Lamento ter de escrever que é justamente o contrário: o que move a ação de Lula, infelizmente, é o esforço para proteger os quadrilheiros do mensalão. Uma coisa é certa: outros líderes, antes dele, já deram guarida a bandidos. O PT não fundou a corrupção no Brasil. Mas só Lula e seu partido a transformaram num fundamento ético a depender de quem é o corrupto. Se aliado, é só um herói injustiçado.

Ódio imotivado
E Lula, por óbvio, deveria estar com o coração pacificado, lutando para fortalecer as instituições, não para enfraquecê-las. Um conjunto de circunstâncias — somadas a suas qualidades pessoais (e defeitos influentes) — fez dele o que é. Em poucas pessoas, o casamento da “virtù” com a “fortuna” foi tão bem-sucedido. O menino pobre, retirante, tornou-se presidente da República, eleito e reeleito, admirado país e mundo afora. Podemos divergir — e como divergimos! — dessa avaliação, mas nada disso muda o fato objetivo. Quantos andaram ou andarão trajetória tão longa do ponto de partida ao ponto de chegada?

Lula deveria ser grato aos aliados e também aos adversários. Qualquer um que tenha um entendimento mediano da história sabe como os oponentes ajudam a formar a têmpera do líder, oferecendo-lhe oportunidades. Não há, do ponto de vista do Apedeuta, o que corrigir no roteiro. O destino lhe foi extremamente generoso. Sua alma deveria estar em festa. E, no entanto, ele sai proclamando por aí que chegou a hora de ajustar as contas. Com quem? Com quê?

Não farei aqui a linha ingênuo-propositiva, sugerindo que o ex-presidente deixe a CPI trabalhar sem orientação partidária, investigando quem tem de ser investigado, ignorando que há forças políticas em ação e que é parte do jogo a sua articulação para se defender e atacar. Isso é normal no jogo democrático. O que não é aceitável é esse esforço para eliminar todas as outras — à falta de melhor designação, ficarei com esta — “instâncias de verdade” da sociedade. Instâncias que são, reitero, instituições basilares da democracia.

Lula e seus sectários chegaram ao ponto em que acreditam que o PT não pode conviver com uma Procuradoria-Geral da República que não seja um braço do partido; com um Supremo Tribunal Federal que não seja uma seção do partido; com uma imprensa que não seja uma das extensões do partido. Todos eles têm de ser desmoralizados para que, então, o PT surja no horizonte realizando a sua vocação: SER A ÚNICA INSTÂNCIA DE VERDADE. Na conversa que manteve anteontem com petistas, em que anunciou — POR CONTA PRÓPRIA — que o governo vai avançar sobre a mídia, Rui Falcão, presidente do PT, foi claríssimo:
“(a mídia) é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010).”

Ou por outra: o bando heavy metal do PT considera que as instituições da democracia ocupam o seu espaço vital, sufocam-no. Se o partido foi vitorioso e chegou ao poder segundo os instrumentos democráticos, uma vez no topo, é preciso começar a eliminá-los. Esses petistas entendem a política segundo uma linha supostamente evolutiva de que eles seriam os mais aptos. Qualquer outra possibilidade significa um retrocesso. É um mito da velha esquerda, herdado, sim, lá do marxismo — ainda que o partido não seja mais marxista nos fundamentos econômicos. Da velha teoria, herdou a paixão pelo totalitarismo.

Já vimos isso antes e alhures
Já vimos isso antes na história. Na América Latina, a Argentina assiste a um processo ainda mais agressivo, conforme revela matéria da VEJA na edição desta semana (falo a respeito em outro post). Os regimes autoritários ou a depredação da democracia não surgem sem justificativas verossímeis e sem o apoio de muitos inocentes úteis e inúteis. Procedimentos corriqueiros do jogo democrático e do confronto de ideias começam a ser ideologicamente demonizados para que venham a ser considerados crimes. Voltem à fala de Rui Falcão. A simples disputa eleitoral, para ele, é chamada de “manifestação de preconceito” das oposições. A vigilância que toda imprensa deve exercer numa democracia é tratada como ato de sabotagem do governo. E ninguém estranha, é evidente, que VEJA esteja entre os alvos preferenciais dos autoritários.

Aqui e ali alguns tontos se divertem um tatinho achando que a pinima de Lula e de seus extremistas é com a revista em particular. Não é, não! É com a imprensa livre. Se VEJA está entre seus alvos preferenciais, deve ser porque foi o veículo que mais o incomodou. Então se tira da algibeira a acusação obviamente falsa, comprovadamente falsa, de que a publicação participou de conspirações contra esse ou aquele. Ora, digam aí os nomes dos patriotas, com carreiras impolutas, que foram vítimas desse ente tão terrível (leiam post abaixo). VEJA não convidou os malandros do mensalão a fazer malandragens. Também não patrocinou as sem-vergonhices no Dnit. Também não responde pela montanha de dinheiro liberado que não se transformou nem em estradas nem em obras de reparo. A revista relatou essas safadezas. Com quem falou para obter informações que eram do interesse de quem me lê de outros milhões de brasileiros? Isso não é da conta de Lula! Ele, como sabemos, só dialoga com a fina flor do pensamento… Só que há uma diferença importante: um jornalista que se respeita não fala com vigaristas para ser ou manter o poder. Se o faz, é para denunciar o poder! E assim foi, o que rendeu a demissão de corruptos e a preservação do patrimônio público.

É claro que isso excita a fúria dos totalitários. Na Argentina, a tropa de Cristina Kirchner costuma ser ainda mais criativa — e, em certa medida, grosseira — do que seus pares brasileiros. Por lá, a agressão à imprensa chegou mais longe. Começou com uma rusga com o Clarín, que apoiava o casal Kirchner. Agora, trata-se de um confronto com o jornalismo livre. A exemplo do que ocorre no Brasil, uma verdadeira horda está mobilizada pelo oficialismo para destruir a democracia. Também lá, a subimprensa alugada pelo poder, conduzida por anões morais, ajuda a fazer o serviço sujo.

Voltando e caminhando para a conclusão
Lula e seus extremistas estão indo longe demais! Quando um secretário-geral da Presidência reúne deputados e senadores do seu partido, como fez Gilberto Carvalho, para determinar que o centro das preocupações da CPI deve ser o mensalão, esse ministro já não se ocupa mais do governo, mas de um projeto de esmagamento da boa ordem democrática; esse ministro não demonstra interesse em identificar e pedir que a Justiça puna os corruptos, mas em impedir que outros corruptos sejam punidos. E por quê?

Por que Lula está com ódio? De várias maneiras, o seu conhecido projeto continuísta se mostra, hoje, impossível. Não é surpresa para ninguém que mais apostavam no naufrágio de Dilma algumas alas do PT que nunca a consideraram petista o suficiente do que propriamente a oposição. Estaria eu flertando com o governo, como disseram alguns tontos? Ah, tenham paciência! Não mudei um milímetro a minha avaliação sobre a gestão Dilma Rousseff e sempre escrevi aqui — vejam lá! — que as denúncias de lambanças feitas pela imprensa livre, seguidas das demissões, fariam bem à sua imagem e à sua reputação. Está em arquivo. Sei o que escrevo e tenho, alguns podem lamentar, uma memória impecável. Assim, a presidente não me decepciona porque eu não esperava mais do que isso. Também não me surpreende porque eu não esperava menos do que isso. Contrariados estão alguns fanáticos do petismo que acreditam que há certos “trancos” na democracia que só podem ser dados por Lula. Sim, eles têm razão. Infeliz E felizmente, só Lula poderia fazer certas coisas. E não vai fazê-las. Não se enganem, não! A avaliação de Dilma lá nas alturas surpreende e decepciona os que apostavam no retorno de Lula. Eu não tenho nada com isso porque nunca fui dessa religião… Ou melhor: até fui, quando era menino e pensava como menino, como diria o apóstolo Paulo… Depois eu cresci.

Lula tenta instrumentalizar essa CPI para realizar a obra que não conseguiu realizar quando era presidente: destruir de vez a oposição, botar uma canga na imprensa e “passar a história a limpo”, segundo o padrão do revisionismo petista. Mas a democracia — e ele tantas vezes foi personagem minúscula de sua construção, quando poderia ter sido maiúscula — não vai deixar. Não conseguirá arrastar as instituições em seu delírio totalitário. Tenham a certeza, leitores: por mais que o cerco pareça sugerir o contrário, esse coro do ódio é expressão de uma luta perdida. E a luta foi perdida por eles, não pelos amantes da democracia.

Texto publicado originalmente às 4h49 deste domingo

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 6:05

Lula se mete nas eleições da Venezuela e manda para o país Dirceu e João Santana; sua aposta na desordem institucional atravessa fronteiras

Luiz Inácio Lula da Silva, definitivamente, não está sabendo ser ex-presidente, conforme prometeu que faria. Certa feita, referindo-se a FHC, sugeriu que ele ficasse em casa cuidando de livros e netos. Netos, ao menos, Lula os tem. Não contente em investir na desordem institucional no Brasil, conforme escrevi no texto que manterei no alto da home ainda nesta manhã, o ex-presidente brasileiro está se metendo nas eleições venezuelanas para tentar garantir sobrevida política ao tiranete Hugo Chávez. Parece que o outro tem aquilo que lhe faz falta aqui: o direito de ficar no poder até quando Deus quiser.  Chávez, sim, sabe odiar sem amarras institucionais!

Reportagem de Frank López Ballesteros publicada ontem no jornal venezuelano El Universal informa as investidas e interferências de Lula no processo sucessório venezuelano. Em março, o Apedeuta se reuniu com o marqueteiro do PT, João Santana — que está prestando assessoria ao candidato Chávez — para saber detalhes da campanha eleitoral do Beiçola de Caracas. Quis conhecer as propostas de trabalho que seriam apresentadas ao PSUV, o partido do ditador. Em meados de abril, segundo o jornal, Santana desembarcou na Venezuela para se encontrar com o tiranete, levando a tiracolo ninguém menos do que José Dirceu. Dirceu é aquele senhor acusado pela Procuradoria Geral da República de ser “chefe de quadrilha”. Que encontro!!!

Valter Pomar
Antes, em março, quem passou pela Venezuela foi Válter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT e secretário-geral do Fórum de São Paulo, que reúne partidos e grupos de extrema esquerda da América Latina. As Farc já fizeram parte da turma — hoje, oficialmente ao menos, está afastada do Fórum… Pomar desfilou ao lado dos chefões do PSUV e, acreditem, decidiu desqualificar Henrique Capriles Radonski, o candidato da oposição.

Lula está mesmo empenhado. No encontro que manteve no fim de março com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e com o prefeito da capital, Eduardo Paes, no Circo Libanês, o Apedeuta expressou ao governador o seu descontentamento pela suposta simpatia que Cabral teria pela candidatura de Capriles. Segundo a fonte do Universal, “a vinculação do governador com o oposicionista venezuelano é pessoal, não pública”. De todo modo, Renato Pereira, marqueteiro das campanhas de Cabral e Paes, teria se encontrado com a equipe de Capriles. O chefão petista não gostou. Segundo essa mesma fonte, Lula quer que seus aliados mantenham distância da oposição venezuelana.

É isto: se há regime autoritário na América Latina — e no mundo! —, Lula é a favor. Só exige, claro!, que seja de esquerda ou, ao menos, antiamericano. Eis o nosso Apedeuta. Justiça se lhe faça, não promove a destruição de instituições e de valores democráticos apenas em seu pais.

Texto publicado originalmente às 5h13 desta segunda

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 6:03

Aquecimento global - Ó, pessoal, as geleiras da Groenlândia também decidiram ser marrentas!

James Lovelock, o  pai espiritual da teoria do aquecimento global, já pulou fora, conforme mostrei aqui.  Aos 92 anos, admite seu erro e diz que os pesquisadores ligados às universidades não fazem o mesmo porque perderiam financiamento. Há muita gente babando verde por aí… De raiva! O fim do mundo lhes permitia impor a agenda que bem entendessem. É óbvio que o fato de a mudança climática — A PROVOCADA PELO HOMEM — ser uma fantasia não deve servir de pretexto para sair por aí emporcalhando o planeta. Mas é bom saber que a humanidade não precisa ficar refém das, como é mesmo?, “energias alternativas” e suas monopolistas. Adiante.

No fim da semana passada, mais uma boa notícia (não para os ecobobos) veio a público. Informou a AFP:
“Um estudo realizado ao longo de dez anos sobre as geleiras da Groenlândia sugere que elas podem estar derretendo mais lentamente do que se pensava, e, sendo assim, a elevação do nível do mar seria menos pronunciada do que o previsto nos piores cenários, segundo estudo divulgado na última quinta-feira (3).
A rapidez no derretimento das geleiras depende, em grande medida, da rapidez com que estes se movem, demonstrou a pesquisa publicada na revista Science, que mostra que este fenômeno levaria a um aumento de 0,8 metro do nível do mar em 2100, e não de dois metros, como alguns cientistas afirmaram anteriormente.

(…)

Voltei
Ufa! Os climatologistas aquecimentistas haviam previsto, em seus computadores, uma elevação de 200 centímetros no nível do mar. Houve uma pequeno erro:  eles estão fazendo por menos, deixando por 40% do preço original… Ainda farão novos abatimentos. Comecem a contar as horas para uma nova hipótese escatológica ligada ao clima ser lançada. A da mudança climática está sendo desmoralizada a cada dia. A indústria bilionária que essa fantasia criou, com adesão quase unânime da imprensa das sociedades democráticas, terá de reagir de algum jeito.

Gente esquisita…  Eu fico feliz ao saber que o mundo não vai acabar nem em 2012, segundo o Calendário Maia, nem em 2100, segundo o calendário da vigarice científica. Há quem fique triste. Mas entendo: não é de hoje que o fim do mundo é usado para enganar trouxas.

Como disse Locelock, o clima sempre aprontando as suas pequenas trapaças! Pois é… Não adianta ficar me chamando de “reacionário”, tá? Agora que o velhinho recobrou a razão, sou seu discípulo! Também acho que a Terra é um “organismo”, tá? E descobri que unha encravada não faz mal ao fígado…

Já há climatologista que decidiu mudar de ramo e aderir ao Tarô, aos búzios e a outras “ciências adivinhatórias”. Os mais desesperados prometem trazer a pessoa amada em três dias… Os mais ousados pensam mesmo em fundar uma igreja.

Um dia um economista sério ainda vai se lembrar de pôr preço em toda essa fantasia.

Texto publicado originalmente às 5h48 desta segunda

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 6:01

Crise elegeu socialista na França, assim como elegeu conservadores em Portugal e na Espanha

Leitores pedem que eu comente o resultado da eleição francesa — e há até os bobinhos que acham que estou tristíssimo com a derrota de Nicolas Sarkozy. Se o meu objetivo fosse caçar motivos para insatisfações políticas, não precisaria buscá-los na França… Que tolice! Já admirei Sarkozy mais do que hoje — e já escrevi aqui sobre o desencanto. Divido seu tempo no poder em dois momentos: antes e depois de se tornar uma celebridade, o marido de Carla Bruni. Mostrou-se um tanto deslumbrado e andou desrespeitando certos rituais do homem público, ao tentar, por exemplo, fazer do filho um misto de gênio político e de negócios. É evidente que acho que ainda era o melhor para o seu país no que diz respeito às ideias — nem eu nem os franceses sabemos direito quais são as de François Hollande. Algum tempo na oposição fará bem aos conservadores franceses. Os socialistas estão longe da Presidência há 24 anos. A democracia consolidada, como é a francesa, convive bem com a alternância no poder. Os totalitários daqui é que se dedicam à criminalização do dissenso. Na França, é o sal da política.

O resultado era esperado. Foi mais um governo europeu colhido pela crise. Por enquanto, só Angela Merkel se segura bem no cargo porque a economia da Alemanha tem sobrevivido bem a terremoto. Os governos de turno no momento em que o tsunami colheu o continente arcaram com o peso da crise: os socialistas cederam lugar aos conservadores na Espanha e em Portugal, por exemplo; na França, deu-se o contrário. Eis o lado bom da democracia.

Há turbulências no horizonte. Hollande já estreou afirmando que vai cortar 30% do próprio salário. Huummm… Vamos ver. O que isso muda? Nada! Ah, mas é um gesto demonstrando que pretende ser austero nos hábitos políticos”… Sei. Mostra-se um adversário do corte de gastos porque acha que isso aprofunda a crise. Está na contramão do pensamento influente na área econômica da União Europeia, liderada pela Alemanha. A convivência certamente será menos pacífica do que com Sarkozy… Vai dar certo?

Hollande também chega com um dos velhos truques das esquerdas, as contemporâneas, que consiste em esconder a falta de um programa econômico com uma agenda liberalizante nos costumes: casamento gay, adoção de crianças por gays etc. e tal. Conquistar as franjas dessa militância politicamente correta, muito influente na imprensa e nas redes sociais, ajuda a compor o perfil do governante moderno… Também deve acenar com alguma concessão a imigrantes. Ocupará espaço no noticiário se fazendo suposto representante das luzes, em contraste, como gostavam de considerar alguns, com o dito “reacionarismo” de Sarkozy.

Eu, na verdade, duvido que ele vá tentar emplacar uma agenda muito distinta da do seu adversário. Os acordos da União Europeia não dão espaço para muita criatividade. Se a economia do continente se recuperar no curso de seu mandato, virão alguns bons anos de Partido Socialista pela frente. E isso, por óbvio, se decide mais na Alemanha do que na França.

Vamos ver. Qualquer racionalista diria que a União Européia foi feita para não funcionar. Povos locais decidem que governo querem ter e com qual inclinação, mas um único organismo — onde a Alemanha dá as cartas porque a economia lhe faculta essa licença — decide que política econômica esses povos terão.

Texto originalmente publicado às 3h47 desta segunda

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 6:00

Oposição tentará convocar novo presidente da Delta

No Globo:
A oposição quer ampliar as investigações da CPI do Cachoeira sobre a construtora Delta. O PPS informou ontem que vai propor a convocação do novo presidente da empreiteira, Carlos Alberto Verdini, que assumiu depois do afastamento de Fernando Cavendish do cargo. Na quinta-feira passada, a CPI marcou para o fim de maio o depoimento de Claudio Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste que tinha relacionamento direto com o bicheiro Carlos Cachoeira, preso em Brasília. O PPS quer que Verdini explique a situação financeira da empresa e as negociações sobre sua venda. Nesta semana, O GLOBO revelou que a Delta está sendo vendida para a J&F Holding, que controla o frigorífico JBS.

Além disso, como integrante da CPI, o líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR), pretende que Verdini esclareça suas ligações com o sargento da reserva da Aeronáutica Idalberto Araújo, o Dadá, apontado pela Polícia Federal como integrante do esquema de Cachoeira. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, diálogo gravado pela PF, em 12 de abril de 2011, sugere proximidade entre Dadá e Verdini.

No diálogo, Dadá diz ao policial Marcello de Oliveira Lopes, o Marcelão, que estava “ligando para o Verdini e não estava conseguindo falar com o Verdini”. Em nota, segundo a reportagem, a Delta negou qualquer relação entre Verdini e Dadá e ressaltou que o diálogo mostra justamente isso, já que o ex-sargento da Aeronáutica não consegue sequer falar ao telefone com o executivo da empresa.

“À medida que as investigações vão avançando, percebemos que a ligação de Cachoeira com a Delta atingia todos os níveis da direção da empresa. Essa situação requer o depoimento de todos os envolvidos”, destacou Rubens Bueno, na nota divulgada pelo PPS. O parlamentar lembrou ainda que o BNDES investiu recursos no frigorífico JBS e que, por isso, eventual negociação envolveria o governo federal e mereceria análise maior dos parlamentares.

A Delta - que tem o maior número de contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - já deixou algumas obras, como a reforma do estádio do Maracanã. “Temos que mensurar o reflexo disso, os possíveis prejuízos para os cofres públicos, além de apontar os responsáveis por essa situação. No mínimo, há aí uma gestão temerária por parte da empresa, que assumiu mais compromissos do que poderia, e do governo federal, que permitiu que a Delta se tornasse a maior prestadora de serviços do PAC”, disse o líder do PPS.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 5:53

Cabral tenta evitar depoimento na CPI

Na Folha Online:
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), procurou a cúpula do seu partido em busca de apoio para evitar que seja convocado a prestar esclarecimento à CPI do Cachoeira sobre suas relações com a construtora Delta, um dos alvos da comissão. Dois requerimentos foram apresentados à CPI pedindo a convocação de Cabral depois da divulgação de fotos e vídeos em que ele aparece ao lado do dono da empresa, Fernando Cavendish, em Paris e Monte Carlo. A Delta entrou na mira da CPI porque investigações da Polícia Federal mostraram ligações entre ela e o empresário Carlinhos Cachoeira, preso sob a acusação de explorar jogos ilegais e comandar um esquema de corrupção. Os requerimentos que pedem a convocação de Cabral devem ser votados no dia 17 e podem ganhar força se a Procuradoria-Geral da República abrir investigação sobre o governador e a Delta.
(…)
A Folha apurou que o governador do Rio procurou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), além de membros do PSDB, partido ao qual foi filiado anteriormente. A assessoria de imprensa de Cabral afirmou à Folha que o governador “mantém diálogo com lideranças nacionais e regionais do PMDB”, mas não quis fazer comentários sobre o teor de suas conversas mais recentes.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 5:51

Presidente do TRE deu aval para verba extra de servidores

Por Fausto Macedo, no Estadão:
O desembargador Alceu Penteado Navarro, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo, concordou com pagamento “sem motivo” de verbas excepcionais a cinco servidores que trabalharam em seu gabinete na época em que presidiu a Comissão de Orçamento e Finanças do Tribunal de Justiça - de janeiro de 2008 a janeiro de 2010. Os funcionários de Navarro receberam R$ 131.207,63.

 O pagamento antecipado a servidores está sob investigação do TJ - é desdobramento do escândalo dos vultosos contracheques concedidos a um grupo de desembargadores, entre eles o próprio Navarro, que recebeu R$ 640,3 mil. A concessão de créditos extraordinários na corte também é alvo de investigação do procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, por suspeita de afronta à Lei da Improbidade.

A apuração revela que foram pagos R$ 1.098.008,32 a um grupo de 25 funcionários - escreventes, agentes de segurança, motoristas e assessores - que davam expediente nos gabinetes dos cinco desembargadores que integraram a cúpula do TJ naquele período.

Navarro nega, em defesa ao Órgão Especial do TJ, que tenha autorizado os pagamentos. “Não encaminhei tais pedidos, não os deferi e muito menos ordenei seus pagamentos”, afirmou.

“Não há dúvida de que os membros da Comissão de Orçamento eram ordenadores de despesa, tinham plenos poderes para determinar ou não sua realização e de fato exerceram esses plenos poderes”, sustenta o presidente do TJ, Ivan Sartori, em voto de 121 páginas. Ele alerta que a verba era devida, porque tem natureza trabalhista e alimentar. O enigma está na forma como foram realizados os desembolsos sem justificativa.

Planilha confidencial do TJ mostra que os valores repassados aos servidores de Navarro receberam autorização formal do desembargador Fábio Gouvêa, seu colega na Comissão de Orçamento. Entre os contemplados da equipe de Navarro está um motorista (R$ 32.886,31) e quatro assessoras.

Sem comprovação. Cinco servidores do gabinete de Gouvêa receberam R$ 185.634 - a título de antecipações por férias e licença-prêmio não tiradas a seu tempo. Quatro funcionários do desembargador Vianna Cotrim, terceiro componente da Comissão, ganharam R$ 79.618,30.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

PGR quer informações sobre contratos da Delta no Rio

Por Roberto Maltchik, noGlobo:
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitou informações aos órgãos de fiscalização e controle para identificar se houve irregularidades nos contratos firmados entre a Delta Construções e o governo do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada para avaliar se cabe ou não a abertura de pedido de investigação contra o governador Sérgio Cabral (PMDB). Cabral é amigo do ex-presidente da Delta e principal acionista da empresa, Fernando Cavendish.

Segundo Gurgel, os pedidos de informação sobre os contratos no Rio de Janeiro foram direcionados para o Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e Controladoria Geral da União (CGU). O procurador espera receber dados de ações de improbidade que tramitariam na primeira instância do Judiciário fluminense, envolvendo contratos firmados com a empreiteira.

A Delta, de acordo com informações recolhidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, sustentava as operações do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira no Centro-Oeste. O ex-diretor da empresa na região, Cláudio Abreu, foi preso em abril pela Policia Civil do Distrito Federal em um desdobramento da Monte Carlo.

A Procuradoria Geral da República (PGR) ressalta que o pedido de informações é um procedimento preliminar, que não significa pedido de abertura de inquérito ou início de investigação. Gurgel já pediu a abertura de inquérito para investigar o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), com base nas informações recolhidas durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, que resultou na prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Já o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), solicitou, por meio de advogados, que a PGR peça ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de investigação para apurar sua relação com Carlinhos Cachoeira.

Por Reinaldo Azevedo

 

Partidos indicam integrantes da CPI da Arapongagem no DF

Por Lúcio Vaz, na Folha Online. Volto depois:
A CPI da Arapongagem, que vai investigar a suposta utilização de grampos ilegais pelo governo do Distrito Federal, definiu seus integrantes. Os partidos indicaram hoje ao presidente da Câmara Legislativa do DF, Cabo Patrício (PT), os cinco representantes das bancadas. Apenas um, Celina Leão (PSD), é da oposição.

O PT indicou o líder da bancada, Chico Vigilante, como titular e o líder do governo, Wasny de Roure, como suplente. Eles deverão liderar a tropa de choque do governo Agnelo Queiroz (PT) na comissão parlamentar de inquérito. O objetivo da oposição é provar que o governador investigou adversários de forma ilegal. Outro integrante da tropa será Cristiano Araújo (PTB), que deixou a Secretaria de Ciência e Tecnologia, há duas semanas, para atuar na CPI.

A deputada Luzia de Paula (PPS) foi indicada para representar o bloco PDT, PSB e PPS. Ela atuará pressionada, porque é suplente do deputado Alírio Neto (PPS), atual secretário de Justiça e Cidadania. Se Luzia não seguir a orientação governista, será substituída pelo titular da vaga na Câmara.

O bloco liderado pelo PMDB indicou como titular o deputado Siqueira Campos (PMDB), que é o corregedor da Câmara. Foram indicados ainda mais quatro suplentes: Eliana Pedrosa (PSD), Joe Vale (PSB), Dr. Michel (PSL) e Benedito de Lira (PP).

A maioria das indicações foi feita nos últimos minutos. O presidente da Câmara havia avisado que, se os partidos não apresentassem seus representantes, ele mesmo faria as indicações.

A CPI deverá ser instalada na sessão plenário de amanhã. Serão escolhidos o presidente e o relator entre amanhã e quarta-feira. Mas será dado um prazo de 10 dias para o início dos trabalhos. É provável que o governo utilize esse prazo, para esfriar as investigações.

Chico Vigilante já avisou que o governo vai impedir a convocação do governador e de seus secretários e o acesso a dados sigilosos. “Esta CPI não tem instrumentos para fazer investigação”, afirma o líder petista. Celina Leão aposta que, uma vez instalada, nada impedirá os trabalhos da comissão. “A pressão da opinião pública será importante”, diz a deputada.

Voltei
Eis uma CPI bem ao gosto do petismo quando o investigado é um petista. Seus comandantes já decidiram, de saída, que ela nada vei investigar.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 19:57

Os canalhas e os idiotas não se convenceram? Que pena!

A rede petralha na Internet — uma quadrilha organizada para tentar fraudar os fatos — já veio em peso “comentar” o primeiro post sobre a Record (escrevi dois) para dizer: “Ah, você não me convenceu”, junto com um monte de ofensas!

E eu lá quero convencer vagabundo de alguma coisa?

Gente que acredita na Record e que lê Paulo Henrique Amorim — apenas para citar o mais circense deles — e outros amestrados não quer ser convencida de nada. Eu não sei é o que faz neste blog. Por que não fica lá se lambendo entre os seus, como é próprio da espécie?

Esta página é complicada demais para cavalgados. Recorro a muitas orações subordinadas, frases intercaladas, objetos diretos preposicionados, predicativos do objeto… Não há nem mesmo a hipótese de que entendam o que escrevo — mudar de opinião, então…

De resto, nunca penso: “Ah, agora vou mudar a opinião de alguém…” Escrevo o que acho que tem de escrito com base nos fatos. Só!

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 19:38

Os petistas começaram citando Karl Marx e terminaram no colo de um exorcista amador

Abaixo, escrevo um post sobre o rigor jornalístico da TV do “bispo Macedo”. Cumpre não esquecer que ele também se considera um teólogo. Nada como rever três momentos, então der seu apuro teológico. No primeiro vídeo, ficamos sabendo que foi o capeta que derrubou aqueles dois prédios no Rio só para se vingar de “obreiros” da Igreja Universal; no segundo, ele defende a expulsão dos fetos do útero materno; no terceiro, com um chicote, expulsa o demônio do corpo de um homossexual. Peguem um crucifixo e assistam. Volto depois.

Demônio confessa na igreja de Macedo que derrubou prédios no Rio

Macedo defende a expulsão do feto do útero da mãe, como se fosse um demônio…

Macedo, de chicote na mão, expulsa o demônio do corpo de um homossexual

Voltei
O que isso tudo tem a ver com a reportagem levado ao ar ontem? Tudo! A emissora de Macedo emprega no jornalismo o mesmo rigor que ele emprega na teologia. Ele é hoje a principal referência de jornalismo de uma banda do PT. Em seu blog, José Dirceu, o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR), orienta seus fiéis a se informar pela Record.

Que coisa! Os petistas começaram citando Karl Marx e terminaram no colo de um exorcista amador. Faz sentido! É essa gente que aparece com ar sério na TV para dar exemplo de ética.

Ora, sempre digo tudo. Macedo poderia ter feito coisas ainda asqurosas do quea as que se vêem acima, e nada disso impediria que o jornalista da VEJA tivesse cometido algum crime. Mas, como resta evidente, não cometeu. A acusação, reitero, não passa de satanização politicamente orientada.

 E, de satanização, Macedo entende.

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 19:17

Edir Macedo, que frauda o sentido da Bíblia ela-mesma, não será o autor de uma bíblia do jornalismo ético

Vamos lá. Não deixo de achar certa graça, embora haja no mundo milhares de coisas mais interessantes e engraçadas, do que a tentativa de invasão do blog pela súcia organizada para defender mensaleiros e atacar a VEJA. Não! Aqui a canalha não vai botar as suas patas sujas. Já faço blog há algum tempo. Sei como manter o espaço higienizado. O “instrumento de luta” da hora é uma peça de ficção levada ao ar pela TV Record, aquela do autointitulado “bispo Macedo”, com base em outra peça de ficção da Carta Capital, a revista que oferecia, até outro dia, assinatura com desconto para pessoas filiadas ao PT. Isso é que é prova de independência! Faz sentido? No universo moral deles, todo sentido! Se a publicação só existe porque conta com a generosidade dos anúncios públicos e de estatais, é preciso oferecer a contrapartida. É dando que se recebe. A profissão é antiga, vem dos tempos bíblicos.

“Ah, tá falando isso porque seu blog está hospedado na VEJA”. Pois é… Não haveria nada de errado se assim fosse, mas não é. Muito antes de meu blog estar aqui, estive em outros lugares e fiz outras revistas. Todos sabem o que penso dessa gente há muito tempo. Antes de Mino Carta servir ao petismo, serviu a Orestes Quércia, por exemplo. Quando este começou a viver o seu ocaso, decidiu se virar nos 30… Nos primórdios de 2002, namorou com Ciro Gomes. Mas pertence à espécie dos que têm bom faro. Percebeu que o petismo lhe oferecia melhores condições de trabalho e se tornou um entusiasta da causa, sempre com aquele arzinho de desdém que devota aos brasileiros, por ele tratados como “os nativos”. Mino se considera membro de uma certa aristocracia do espírito, que, eventualmente, precisa do aporte de gente menos espiritualizada para se manter. O ódio que tem da VEJA é proverbial e conhecido.

A “reportagem” da Carta Capital que serve de base para a “reportagem” da Record não passa de um apanhado de ilações ridículos e sem amparo nos fatos. As gravações exibidas como “provas” provam apenas que um jornalista da VEJA tinha, entre suas fontes, Cachoeira e seus serviçais. E daí? Tentar transformar isso em crime é uma tentativa de criminalizar o próprio jornalismo investigativo. Pergunto: o jornalista da revista usou aquelas informações para ganhar dinheiro? Usou aquelas informações para fazer negócios em seu nome ou da revista? Usou aquelas informações para obter algum benefício? Não! Com elas — e recorrendo sempre a outras fontes que ajudaram a desvendar a infiltração de criminosos no governo —, colaborou para desbaratar quadrilhas que estavam infiltradas no Estado. Dilma não se livrou de seis ministros-problema para ficar de bem com a VEJA. Ela se livrou de seis ministros-problema — e mais a camarilha que estava no Dnit — porque constatou, quando menos, evidências de lambança.

 Na reportagem da Carta Capital e da Record, não por acaso, ignoram-se os dados levantados pela Corregedoria Geral da União. Eles demonstravam a lisura de procedimentos? Não! Eles demonstravam a roubalheira.

Aquilo que a “reportagem” da Record apresenta como evidências contra a VEJA é uma fraude montada a partir de fragmentos de conversas que mal esconde o intento — é uma exigência! — de transformar, sempre ele, José Dirceu, o “chefe de quadrilha” (segundo a Procuradoria Geral da República), em uma pobre vítima das armações de Cachoeira. Vítima? Dirceu organizava um governo paralelo num quarto de hotel, no momento em que o chefe da Casa Civil era defenestrado, o que foi denunciado por VEJA, e essa gente fala em investigar a revista? Ora…

Quem frauda a Bíblia frauda os fatos
O papel da Carta Capital e assemelhados e da Rede Record nesse imbróglio não é novo. Edir Macedo é dono de uma igreja — e deixo claro que os fiéis não têm nada a ver com suas lambanças; estão lá de boa-fé — e de um partido político, o PRB, que ganhou há dias o Ministério da Pesca. Seu titular, Marcelo Crivella, é sobrinho do chefão da organização. Sua primeira declaração ao ser nomeado exibia a sua intimidade com a pasta: “Vou aprender a pôr minhoca no anzol”.

Caso se reconstitua a trajetória de Macedo e se tente entender como amealhou recursos para se tornar empresário de comunicação, vai-se concluir o óbvio: o dinheiro, originalmente, saiu da igreja, da doção feita pelos fiéis. Problema: trata-se de uma atividade não-tributada constituindo fundos para organizar uma empresa privada. Ainda hoje, boa parte da receita da emissora sai dos cofres da Universal. Como a simples transferência de recursos é proibida, usa-se um artifício: a Igreja “compra” tempo na Record e paga por ele um preço que ninguém mais pagaria.

Macedo impõe ao jornalismo o mesmo padrão e rigor teórico com que leva adiante em sua teologia. Este é aquele senhor que recorre a uma passagem do Eclesiastes para justificar o aborto, por exemplo. Também é aquele líder religioso que aparece num vídeo, com um chicote na mão, para expulsar o demônio do corpo de um homossexual. Se faz isso com a religião, por que faria diferente no jornalismo? “Ah, o Reinaldo está recorrendo a coisas que não têm nada a ver com o caso…” Ah, tem, sim! Quando se evoca o Eclesiastes para justificar o aborto, estamos diante de uma fraude teológica! Quando se recorre ao chicote contra um homossexual para que ele mude sua orientação, estamos diante de uma fraude em qualquer sentido que se queira: psicológica, religiosa, ética. Quando se leva ao ar aquela montagem asquerosa tentando incriminar o jornalista da VEJA — que só fazia o seu trabalho —, estamos diante de uma fraude jornalística. Porque a tudo isso preside o mesmo padrão moral.

Nada de errado
Qualquer jornalista responsável, de posse das mesmas informações que tinha o jornalista da VEJA, faria o que ele fez: reportagens! Se Cachoeira e outros tantos gostavam ou não dela, isso é irrelevante. ESSA PATACOADA SÓ ESTÁ NO AR AGORA PORQUE ALGUMAS DAS REPORTAGENS QUE TENTAM DEMONIZAR CONTRARIARAM O INTERESSE DE QUADRILHAS INFLUENTES.

Alguém se interessou em saber a origem das fitas que resultaram no “escândalo das privatizações” — “escândalo” que, sabe-se agora, depois de muitas investigações, nunca existiu? Alguma vez os petistas se lembraram de pôr a bola no chão para ponderar: “Pô, gente, vamos com calma! Esses que querem derrubar a cúpula do BNDES e do Ministério das Comunicações são todos bandidos…” Não! Não se disse uma vírgula a respeito. Ao contrário: defendia-se o uso aberto de fitas gravadas sem qualquer autorização judicial porque se sustentava: “O que importa é o crime que está sendo denunciado”. Crime que, reitero, nunca existiu. Mas, vocês sabem, como era coisa contra tucanos, tudo bem! Caso semelhante a este de que trato? Não! As reportagens da VEJA trouxeram à luz corrupção comprovada, escancarada. A “privataria” era uma farsa.

Alguém se interessou — antes que a própria polícia o fizesse — em saber qual era a fonte que alimentava a imprensa com o tal Dossiê Cayman? Por mais que os tucanos negassem qualquer envolvimento com o caso e afirmasseM que tudo não passava de loucura e de armação, jamais se levantou a questão das “fontes”. Os jornalistas que deram curso àquela mentirada desfilam por aí, lépidos, como se nada tivesse acontecido. Caso semelhante a este de que trato? Não! As reportagens da VEJA trouxeram à luz corrupção comprovada, escancarada. O Dossiê Cayman era uma farsa.

No caso da suposta compra de votos da reeleição — em que se armou uma escuta —, alguém se preocupou em saber qual era a fonte e quem estava por trás da tramoia? Também nesse caso, os alvos eram tucanos — e, se é assim, então nada se pergunta. Por que essa gritaria agora?

A resposta é simples
Porque uma das especialidades de uma banda do PT e outros a ela associados é inverter a lógica dos fatos e o sentido moral dos eventos históricos. Tentam transformar a ação virtuosa da reportagem de VEJA, QUE DENUNCIOU A AÇÃO DE LARÁPIOS NO GOVERNO — E FOI DILMA QUEM OS BOTOU PRA FORA, NÃO A REVISTA — em crime. E, POR ÓBVIO, TENTAM TRANSFORMAR CRIMINOSOS EM VÍTIMAS. Na peça de ficção da Record, fica parecendo que José Dirceu brincava de amarelinha em reunião clandestina com o presidente da Petrobras, o ministro do Desenvolvimento Industrial, o líder do governo na Câmara, entre outros.

Os repórteres investigativos — e existe até uma associação no Brasil que os junta — devem se reunir, a partir de agora, e estabelecer um código de ética próprio: “Só falaremos, daqui para a frente, com pessoas de reputação ilibada. Descobriremos as safadezas da República conversando com acadêmicos, teólogos, filósofos etc. Antes de saber se alguém pode ser uma fonte, vamos pedir atestado de bons antecedentes…”

Imaginem se a Polícia Federal vazar todas as conversas que certamente tem lá guardadas de repórteres com suas fontes — claro,claro, os grampeados não eram os jornalistas, mas as fontes… A propósito: quem organiza os vazamentos das gravações? Notaram que todos os que as tornam públicas fazem questão de frisar: “Conversas gravadas com autorização judicial..” Verdade! E o vazamento? Também tem autorização judicial ou, na origem, é um crime? Respondo: na origem, é um crime. Repórteres estão ou não utilizando um material decorrente de um crime, já que ele estaria resguardado por sigilo de Justiça? Estão! Mas não estou aqui a defender restrições para o jornalismo, não! Se vazou, vazou! Papel de jornalista não é assegurar sigilo de coisa nenhuma. Mas não vale fazer de conta que foi um grande professor de ética que passou o troço adiante.

Concluindo
E que fique claro a essa gente que atua como ordem unida, que obedece a um comando, que escreve o que interessa a seus financiadores. Este texto é meu, publicado no meu blog, que está hospedado na VEJA Online. Não é um texto “da VEJA”. Os princípios que norteiam a revista já foram tornados públicos por Eurípedes Alcântara, diretor de Redação da revista. Não falo pela publicação. Falo o que penso.

Sei que alguns chegam a ficar constrangidos que assim seja, porque contrastam a minha independência com a sua sujeição, mas o fato é que escrevo o que quero, com a opinião que tenho — e nem sempre coincidente com escolhas editoriais da VEJA. Pluralidade não é alegoria de mão de desfile carnavalesco. É um fundamento da democracia.

No próximo post, apresento três evidências do rigor teológico de Edir Macedo. O mesmo rigor que ele levou para o jornalismo. O PT começou citando Karl Marx e terminou no colo do “bispo”. E, no entanto, asseguro: o jornalismo independente vai sobreviver ao ódio de uns e à vigarice de outros. 

Por Reinaldo Azevedo

 

Juiz desertor do chavismo confessa que fez parte da rede do narcotráfico, atuando a serviço do ditador da Venezuela. É o governo que Lula quer ver reeleito e ao qual, hoje, na prática, presta assessoria

Luiz Inácio Lula da Silva, o molestador de instituições no Brasil, decidiu se enfronhar no processo eleitoral da Venezuela para garantir sobrevida política ao tirano Hugo Chávez. Notícia que está no Globo Online, publicado originalmente em “O Globo a Mais”, a versão vespertina para tablet, traz mais algumas informações sobre o que é o governo Chávez, que conta com a assessoria de João Santana, o marqueteiro do PT, e, obviamente, o amparo de José Dirceu.

Mais uma vez, surgem evidências de elos entre o governo Chávez e o narcotráfico. Leiam trechos da reportagem. Volto depois.

Venezuela, um juiz que se transformou em delator

Por José Casado:
Desde a última quarta-feira, o nome do venezuelano Eladio Ramón Aponte Aponte reluz na lista “vermelha” da Interpol, a pedido do governo de seu país.
(…)
A vida de Aponte Aponte, de 63 anos, mudou seis semanas atrás. Era um homem da lei. Virou foragido da Justiça. Era um dos pilares do governo Hugo Chávez. Tornou-se o “inimigo número um” caçado pelos chavistas. Era presidente do Tribunal Superior de Justiça - a Suprema Corte venezuelana. Agora é um delator da DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos.

Ele confessou cumplicidade com uma rede sul-americana de narcotráfico. E admitiu ter manipulado processos judiciais para favorecer traficantes cujos negócios - contou - eram partilhados com alguns dos mais graduados funcionários civis e militares do governo Chávez.

Citou especificamente: o ministro da Defesa, general de brigada Henry de Jesus Rangel Silva; o presidente da Assembleia Nacional, deputado Diosdado Cabello; o vice-ministro de Segurança Interna e diretor do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Luis Reverol; o comandante da IVa Divisão Blindada do Exército, Clíver Alcalá; e o ex-diretor da seção de Inteligência Militar, Hugo Carvajal.

O juiz Aponte Aponte conheceu a desgraça em março, quando seu nome foi descoberto na folha de pagamentos de um narcotraficante civil, Walid Makled. Convocado para uma audiência na Assembleia Nacional, desconfiou. Na tarde de 2 de abril, ajeitou papéis em uma caixa, deixou o tribunal e entrou em um táxi. Rodou 500 quilômetros até um aeroporto do interior, alugou um avião e aterrissou na Costa Rica. Ali, pediu para entrar no sistema de proteção que a agência antidrogas dos EUA oferece aos delatores considerados importantes.

Três semanas atrás, o juiz-delator reapareceu em uma entrevista ao canal Soi TV, da Costa Rica, contando em detalhes como é feita a manipulação de processos judiciais para livrar da prisão traficantes vinculados a personalidades do governo.

Deu como exemplo um caso no qual está envolvido um ex-adido militar venezuelano no Brasil, o tenente-coronel Pedro José Maggino Belicchi. Segundo o juiz-delator, Maggino Belicchi integra a rede militar que há anos utiliza quartéis da IVª Divisão Blindada do Exército da Venezuela como bases logísticas para transporte de pasta-base e de cocaína exportadas por facções da Farc, a narcoguerrilha colombiana. O tenente-coronel foi preso em flagrante no dia 16 de novembro de 2005, com outros militares, transportando 2,2 toneladas de cocaína em um caminhão do Exército (placa EJ-746).

Na presidência da Suprema Corte, Aponte Aponte diz ter recebido e atendido aos apelos da Presidência da República, do Ministério da Defesa e do organismo venezuelano de repressão a drogas para liberar Magino Belicchi e os demais militares envolvidos. Faz parte da rotina judicial venezuelana, ele contou na entrevista à televisão da Costa Rica.

O general Henry de Jesus Rangel Silva, citado pelo juiz-delator, comandou a Quarta Divisão Blindada, uma das unidades mais importantes do Exército venezuelano. Desde 2008, ele figura na lista oficial de narcotraficantes vinculados às Farc colombianas e cujos bens e contas bancárias estão interditados pelo governo dos Estados Unidos. Em janeiro, o presidente Hugo Chávez decidiu condecorá-lo em público e promovê-lo ao cargo de ministro da Defesa. “Rangel Silva é atacado”, justificou Chávez em discurso.
(…)

Voltei
Essa é apenas mais uma evidência das ligações da cúpula do governo Chávez com os narcotraficantes disfarçados de guerrilheiros. Não se esqueçam de que o Exército da Colômbia encontrou armamento pesado das Forças Armadas da Venezuela em poder das Farc. Celso Amorim, o megalonanico, à época ministro das Relações Exteriores e conduzindo uma política hostil à Colômbia, pôs a informação em dúvida. O próprio Chávez a confirmou, mas disse que o material bélico tinha sido roubado…

Por Reinaldo Azevedo

 

07/05/2012 às 15:27

Procurador-geral de Justiça do Rio não vê razão para investigar relação entre Cabral e Cavendish

Por Leslie Leitão, na VEJA Online:
“O que essas fotos evidenciaram, na verdade, todos já sabiam, que era a relação de amizade entre o Cabral e o Cavendish. Mas neste momento é uma coisa política, e muito mais uma questão de natureza moral, que o povo pode considerar eticamente questionável, mas não vejo improbidade”

Duas semanas depois de arquivar a investigação aberta no Ministério Público para apurar as relações entre Sérgio Cabral e empresários - Fernando Cavendish, da Delta Construções, e Eike Batista, do Grupo EBX -, o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Cláudio Lopes, falou pela primeira vez sobre as suspeitas que vieram à tona na semana passada, após a publicação de fotos de uma viagem do governador à Europa, no blog do deputado Anthony Garotinho (PR), ex-governador e inimigo político de Cabral. Lopes se disse convicto de sua decisão e alegou critérios técnicos para não levar adiante a questão. Na opinião dele, o que foi revelado em jantares e passeios de luxo pelos mais caros restaurantes e hotéis da Europa é uma questão moral.

“Qual era o objeto da investigação? Saber se o governador, em razão da amizade que tinha com os empresários, havia favorecido um ou outro em contratos públicos. Não existe qualquer prova disso. As empresas do Eike receberam incentivos fiscais como diversas outras. E especificamente com a Delta, os contratos foram ganhos por terem apresentado o menor preço e os aditivos foram todos feitos dentro da lei”, afirmou o procurador. “O que essas fotos evidenciaram, na verdade, todos já sabiam, que era a relação de amizade entre o Cabral e o Cavendish. Mas neste momento é uma coisa política, e muito mais uma questão de natureza moral, que o povo pode considerar eticamente questionável, mas não vejo improbidade”.

Claudio Lopes explicou que sua decisão pelo arquivamento vai ser levada ao Conselho Superior do Ministério Público, que no próximo mês deverá se reunir para definir a questão. O arquivamento pode ser revisto, mas o procurador-geral voltou a frisar que, tecnicamente, não havia o que ser feito. “Ele (Cabral) pode ter sido convidado para o jantar, bebido um vinho caríssimo, comido num restaurante de luxo, mas isso não se insere na lei da improbidade. Se o jantar foi pago por alguém que o convidou, pode ser eticamente questionável, mas juridicamente, não. É a mesma coisa que alguém convidá-lo para uma festa com caviar e champanhe e, claro, ele não vai pagar nada. Mas não quer dizer que você está retribuindo aquele favor, ou que está sendo sustentado por isso”, justificou.

A Delta Construções já recebeu mais de 2 bilhões de reais em contratos públicos no Rio de Janeiro. Deste montante, 1,5 bilhão de reais foram em contratos celebrados desde 2007 (quando Sérgio Cabral tomou posse para seu primeiro mandato), sendo 230 milhões com dispensa de licitação.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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