Lula em quadrinhos: é hora de criar uma nova categoria do Prêmio Jabuti que Dá em árvore

Publicado em 13/11/2010 02:54


lula-hqA Câmara Brasileira do Livro tem de correr. A próxima edição do Prêmio Jabuti Que Dá em Árvore tem de incluir a categoria “Gibi”. Por quê? A Editora Sarandi, cujo principal cliente é o Ministério da Educação, do qual o chefe é Lula, acaba de lançar a vida do companheiro em quadrinhos. O texto, informa o Estadão Online, é de Toni Rodrigues, autor dos livros infantis, e os desenhos, do argentino Rodolfo Zalla.

A Sarandi arranjou um bom pretexto para transformar Lula em personagem de gibi: o lançamento da coleção “História do Brasil em Quadrinhos”. Faz sentido. Quando estepaiz começou? No dia 1º janeiro de 2003. Quem realmente o descobriu como nação? O Babalorixá de Banânia! Quem é o maior brasileiro de todos os tempos? O Demiurgo de Garanhuns! Depois, a editora certamente falará de uma ou de outra personagens de nossa pré-história.

Não há qualquer interesse em disfarçar o caráter, digamos, oficialista do negócio. A saga termina afirmando que o futuro de Lula ainda é uma página em branco, sugerindo, quem sabe?, a sua volta. No arremate, uma mensagem do próprio “hagiografado”, tratando a si mesmo como um símbolo do povo brasileiro. Recorre-se aos quadrinhos, uma linguagem supostamente mais próxima dos jovens, para tudo terminar na cascata política autopromocional de sempre.

Foram impressos 37 mil exemplares, a R$ 4,50 cada. Talvez os petistas se encarreguem de esgotar algumas edições. Na última vez em que se decidiu transformar Lula em “produto cultural”, o resultado foi um fiasco: o filme “Lula, O Filho do Brasil”. O título do gibi segue a pegada da megalomania nacionalista: “Luiz Inácio Brasileiro da Silva”. Um destaque na capa avisa ou adverte: “Com uma mensagem do presidente Lula para você”.

Por Reinaldo Azevedo

12/11/2010

 às 17:57

A carta do Grupo Record que denuncia que os jabutis estão em cima das árvores

Sérgio Machado,  presidente do Grupo Editorial Record — que compreende as editoras Record, Betrand, Civilização Brasileira, José Olympio, Best Seller e Verus —, enviou uma carta à Câmara Brasileira do Livro e à Comissão do Prêmio Jabuti informando que o grupo não participa mais da premiação enquanto não houver uma mudança de critério. A informação já circula por aí. No pé do post, reproduzo a íntegra da carta.

Machado faz muito bem. O Jabuti se transformou numa patuscada político-ideológico destinada a premiar Chico Buarque sempre que ele resolver derramar seu leite. Quem não acompanhou o imbróglio todo pode se inteirar no assunto nos links abaixo:

O PRÊMIO JABUTI E OS ASQUEROSOS 1 - O jornalismo na fase “Alemanha Oriental” no dia em que o Prêmio Jabuti se transforma num espetáculo de vigarice política

O PRÊMIO JABUTI E OS ASQUEROSOS 2 - Os detalhes de uma fraude. Ou: “Dil-má/ Dil-má”

“A Bolsa Jabuti” para a ficcionista Maria Rita Kehl, a heroína de Itararé da esquerda descolada

Neste ano, o romance “Leite Derramado” (Companhia das Letras), de Chico, ficou em segundo lugar na categoria “romance”; “Se Eu Fechar Os Olhos Agora”, de Edney Silvestre (Record), obteve o primeiro. Não obstante, o grande prêmio de ficção foi conferido àquele que já o tinha vencido antes mesmo de escrever a obra: Chico! Estamos diante de um primor da lógica: o segundo de uma subcategoria (romance) é o primeiro da categoria geral (ficção). A carta de Machado expõe a pantomima.

O sambista, aliás, venceu também o Prêmio Portugal Telecom. O resultado só foi divulgado na terça. Na edição fechada na sexta, a VEJA já trazia na seção “Sobe Desce” um irônico “sobe” para o com compositor: todos sabiam o veredito desde sempre. Premiação literária de que ele participa é como licitação no Brasil: primeiro se combina o resultado e depois se faz a concorrência.

Segue a íntegra da carta de Sérgio Machado.
*
Rio de Janeiro, 9 de Novembro de 2010

Exma. Sra.
Rosely Boschini
Presidente da Câmara Brasileira do Livro

Exmo. Sr.
José Luis Goldfarb
Presidente da Comissão do Prêmio Jabuti

Prezados Senhores,
O Grupo Editorial Record - composto pelas editoras Record, Bertrand, Civilização Brasileira, José Olympio, Best Seller e Verus - decidiu que não participará da próxima edição do Prêmio Jabuti para claramente manifestar sua discordância com os critérios de atribuição do Livro do Ano de ficção e não-ficção. Tais critérios não só permitem como têm sistematicamente conduzido à premiação de obras que não foram agraciadas em seleções prévias do próprio prêmio como as melhores em suas categorias.

Como editores preocupados com a Cultura e a ampliação da leitura no Brasil, nós entendemos que um prêmio literário visa a estimular a criação literária reconhecendo-a pelo critério exclusivo da qualidade. Não aceitamos - principalmente em um país como o nosso, onde quase sempre o mérito é posto em segundo plano - que o principal prêmio literário atribuído pelo setor editorial possa ser conferido a um livro que não esteja entre aqueles considerados os melhores em seus respectivos gêneros.

Infelizmente, a edição de 2010 do Jabuti não foi a primeira em que essa situação esdrúxula ocorreu. Em outra oportunidade, o mesmo agraciado deste ano preferiu não comparecer à entrega do prêmio, talvez por não se considerar merecedor da distinção. Grande constrangimento na cerimônia. Em 2008, a situação se repetiu, com o agravante de o então vencedor da categoria Melhor Romance do Jabuti ter conquistado também todos os outros prêmios literários conferidos no Brasil. O episódio causou tal estranheza e mal-estar que foi grande a repercussão na imprensa. Na época, passamos a acreditar que seriam feitos os necessários ajustes na premiação para que esses equívocos parassem de ocorrer.

Vimos, porém, que os critérios equivocados continuaram em vigor em 2010, com a diferença somente de o autor agraciado desta vez aceitar a láurea. Tomamos então a decisão de não mais compactuar com a comédia de erros. As normas do Jabuti desvirtuam o objetivo de qualquer prêmio, pondo em desigualdade os escritores que não sejam personagens mediáticos. Para não mencionar fato ainda mais grave: quando é evidente que a premiação foi pautada por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial.

Como a inscrição das obras concorrentes ao Jabuti é um ato voluntário de cada Editora participante, e feito de forma onerosa, optamos por não mais participar da premiação, até que as medidas necessárias para a correção de seu rumo sejam adotadas.

Atenciosamente
Sergio Machado
Presidente
Grupo Editorial Record

Por Reinaldo Azevedo

Narcoterroristas da Colômbia saúdam eleição de Dilma

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo narcoterrorista cujos métodos são conhecidos, saudou a eleição de Dilma Rousseff no Brasil. O texto foi divulgado pela Agência de Notícias Nova Colômbia (ANNCOL), porta-voz da bandidagem. Leiam a íntegra.

As Farc saúdam a eleição de Dilma para a Presidência do Brasil

Compatriota Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil,

Daqui, das montanhas da Colômbia, nossa cordial saudação, bolivariana, com o anseio de Pátria Grande.

Permita-nos aderir à justificada alegria do grande povo de Luís Carlos Prestes pelo feito relevante de ter, pela primeira vez na história do Brasil, uma presidenta, uma mulher ligada desde sempre à luta por justiça.

Presidenta Dilma, para você, nosso aplauso e reconhecimento.

Sua ascensão à Presidência da República Federativa, somada à sua pública convicção da necessidade de uma saída política para o conflito interno da Colômbia, centuplicou nossa esperança na possibilidade de alcançar a paz pela via do diálogo e da justiça social.

Estamos certos de que a nova Presidência do Brasil terá papel determinante na construção da paz regional e na fraternidade dos povos do continente.

Atenciosamente,
Secretariado do Estado Maior das Farc

Entenda a saudação das Farc a Dilma Rousseff

No post abaixo, vocês lêem a íntegra da saudação das Farc à eleição de Dilma Rousseff no Brasil. O texto diz um pouco mais do que parece. Notem que a narcobandidagem alude à “convicção pública” de Dilma de que é preciso haver uma “saída política para o conflito interno da Colômbia”. O que isso quer dizer?

O governo Lula não chega a ser um Hugo Chávez, que reconhece as Farc como “força beligerante”, isto é, como um movimento que luta por uma causa legítima. Mas também se nega a admitir o caráter terrorista do grupo, ainda que seus métodos falem por si mesmos. As Farc praticam atentados contra alvos civis e militares, seqüestros, extorsões, assassinatos e mantêm campos de concentração na floresta, onde estão centenas de “prisioneiros”, submetidos a condições subumanas. Sua principal fonte de financiamento é o tráfico internacional de drogas.

A despeito disso, mais de uma vez, Lula exortou os “companheiros” a aderir à luta política, a se converter em “força democrática”. E, vejam só!, usou o PT como exemplo a ser seguido, como se as Farc tivessem hoje outra pretensão que não a de ser um elo na cadeia do narcotráfico. Movimento originalmente marxista, que aderiu à luta armada, a ideologia é só a fachada que lava a real atividade do grupo — vale dizer: uma droga lava a outra.

N dia 1º de março de 2008, forças colombianas atravessaram a fronteira do Equador e atacaram um acampamento das Farc instalado naquele país, com a concordância do governo do filoterrorista Rafael Correa. Na operação, morreu Raul Reyes, um dos principais líderes do grupo. O Brasil, por intermédio do megalonanico Celso Amorim, liderou os esforços para condenar o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, como se o continente não estivesse diante de um escândalo: um país dava apoio logístico a um grupamento terrorista.

À época, Marco Aurélio Top Top Garcia, que chegou a participar de uma daquelas expedições organizadas por Chávez para “resgatar reféns” — tratava-se de uma pantomima!— concedeu uma entrevista ao jornal francês Le Figaro em que afirmava que o Brasil era “neutro” sobre o caráter terrorista ou não das Farc. Escrevi, então, o texto GOVERNO LULA É “NEUTRO” SOBRE UM MOVIMENTO QUE SEQÜESTRA E DEGOLA.

Naquela operação de 2008, a Colômbia apreendeu dois laptops que eram usados por Reyes. Neles, havia troca de e-mails com seus comandados dentro e fora da Colômbia. Um deles era — é!!! — o tal “Padre Olivério Medina”, que mora no Brasil na condição de refugiado político (!?). Numa das conversas, Medina diz ao interlocutor que sua mulher, a brasileira Angela Maria Slongo seria contratada pelo governo federal, numa operação destinada a “protegê-la”. De fato, ela foi para a Secretaria de Pesca. Quem assinou a contratação foi Dilma Rousseff, esta cuja eleição é agora saudada, conforme evidencia imagem abaixo.

dilma-mulher-de-medina

Medina é tratado, às vezes, como um “ex-membro” das Farc. Reportagem do jornal El Tiempo (Aqui), da Côlômbia, prova que não é “ex” coisa nenhuma! Ao contrário: é um homem importante na hierarquia do terror. Entre os e-mails, havia um outro em que se listavam aqueles que eram considerados os “amigos” das Farc no Brasil, a saber: José Dirceu, Roberto Amaral, Gilberto Carvalho, Erika Kokay, Celso Amorim, Marco Aurélio Garcia, Perly Cipriano (da Secretaria de Direitos Humanos), Paulo Vannuchi e Selvino Heck, assessor de Lula. A revistaCambio tem uma longa reportagem a respeito (Aqui).

Com esses dados e com tudo o que temos em arquivo a respeito, a saudação dos “companheiros” das Farc fica, creio, mais clara. Esclarecer é um dos deveres do jornalismo.

Por Reinaldo Azevedo

Circo - TSE libera candidatura de deputado do PP, e petista “eleito” por Tiririca perde vaga na Câmara…

Por Flávio Ferreira e Paulo Gama, na Folha Online. O título é meu. Comento rapidamente depois.

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liberou a candidatura à reeleição do deputado federal Beto Mansur (PP-SP), que havia sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa. A decisão dá a Mansur uma cadeira na Câmara dos Deputados e tira uma vaga do petista Vanderlei Siraque. A medida faz com que os 65 mil votos recebidos por Mansur em 3 de outubro sejam considerados válidos. A bancada paulista do PP na Câmara passa a ter três deputados, e a do PT cai para 23. Siraque havia obtido a cadeira por conta da expressiva votação recebida pelo humorista Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca. Ao obter 1,3 milhão de votos para a coligação que reuniu o PR e PT em outubro, Tiririca permitiu a eleição de Siraque, que atualmente é deputado estadual.

Em setembro, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo considerou Mansur como “ficha-suja” pois em 2004 o deputado foi condenado pelo TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo sob a acusação de abuso de poder político nas eleições de 2000. Segundo a decisão de 2004, Mansur usou dinheiro público para imprimir e distribuir panfletos para promover sua reeleição à Prefeitura de Santos em 2000.

O TRE-SP declarou que essa condenação tornava o deputado inelegível até 2012 e indeferiu a candidatura dele. Mansur recorreu ao TSE. No TSE, o ministro Arnaldo Versiani, relator do processo, fez uma interpretação da Lei da Ficha Limpa diferente daquela do TRE-SP. Para Versiani, pelo texto da lei a condenação do TJ paulista tornou o deputado inelegível até 2008, e assim liberou a candidatura dele.

O Ministério Público e Nobel Soares (PSOL-SP), autor da impugnação contra Mansur, ainda podem recorrer contra a decisão ao plenário do TSE. Ainda há no TSE casos de considerados “fichas-sujas”, como Paulo Maluf (PP-SP) e Pedro Henry (PP-MT), que poderão alterar as bancadas na Câmara dos Deputados.

Comento
Pode parar, leitor! Essa é uma história sem mocinhos. Não adianta procurar.

Por Reinaldo Azevedo

Tiririca além da piada

O caso Tiririca, por mais que sirva à galhofa, à minha também, expõe algumas das mazelas do sistema político. Pior: existem leis para coibir a malandragem, mas, provavelmente, serão ignoradas. Analfabetos podem votar, mas não podem ser votados. É claro que a lei faz sentido — na verdade, trata-se de uma exigência essencial. Um parlamentar, em qualquer das três esferas, está sujeito a muitas pressões, a lobbies os mais variados, a interesses de toda ordem. É evidente que a alfabetização, como estamos cansados de ver, não é garantia de moralidade. Mas imaginem o que pode acontecer com um auto-intitulado “abestado”, incapaz de entender o que lê.

Se, como tudo indica, o índice de “acerto” de Tiririca ficou abaixo dos 30%, nem mesmo se pode dizer dele ser um analfabeto funcional. Se empossado, não será dono de seu mandato. O próprio processo eleitoral revela uma forma de inocente útil, embora não se deva descartar, como ele próprio revelou na campanha, que esteja em busca de benefícios para si e sua família. Mas um mandato parlamentar envolve bem mais do que isso. Tiririca ajudou a eleger gente que ele nem sabe quem é e que apito toca.

A demagogia, somada a todas as procrastinações permitidas por lei, tenderá a prevalecer, e ele ainda acabará diplomado, embora já esteja claro, a esta altura, que aquela declaração inicial em que se disse alfabetizado fora forjada. Mandatos de governadores e prefeitos já foram cassados porque se considerou que, num dado momento da campanha, feririam a Lei Eleitoral. Agora, tudo caminha para se dar posse a um deputado federal — o mais votado do país! — que não cumpre uma condição básica da elegibilidade. E tudo porque, afinal, essa seria a vontade do povo. Como se “o povo”, ainda que existisse como ente, tivesse licença para transgredir a lei que ele próprio aprovou por meio do Parlamento. Nem ele tem.

A desmoralização da lei vai se tornando, aos poucos, a norma.

Por Reinaldo Azevedo


Tanto o Ministério Público como a Polícia Federal decidiram investigar as lambanças no Banco Panamericano. O MP instaurou um inquérito criminal, que ficará sob a responsabilidade dos procuradores Rodrigo Fraga Leandro de Figueiredo e Anamara Osório Silva. Na PF, o inquérito será tocado pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, da Superintendência Regional de São Paulo, que vai apurar se houve  gestão fraudulenta, prestação falsa de informações aos órgãos competentes e inserção de elementos falsos em demonstrativos contábeis.

Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem. Tanto o MP como a PF investigam práticas relacionadas a crimes financeiros — o que, convenham, é bem provável que tenha ocorrido. Ou haja distração para provocar um rombo que comeu todo o patrimônio do banco! Trata-se de uma investigação necessária, e os responsáveis têm de ser exemplarmente punidos. Mas há um busílis aí.

E a investigação de eventual crime político? Este, só mesmo uma Comissão Parlamentar de Inquérito poderia apurar. Mas esqueçam! Por muito tempo não se falará de CPI nestepaiz — a menos que seja contra algum membro da oposição. O que ninguém ligado à área entende até hoje é por que a Caixa Econômica Federal foi se meter num banco como o Panamericano, ainda que suas contas não estivessem maquiadas. Mais: evidenciada a lambança, o controlador do grupo Silvio Santos — o próprio — foi ter com o presidente da República.

O resto já é história.

Por Reinaldo Azevedo


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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (veja.com

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