Preço do etanol na bomba deve permanecer estável nos próximos 12 meses
As considerações são do diretor técnico da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Antonio de Padua Rodrigues. “Com o mercado mais estável, dá para garantir preços mais estáveis”, afirma. “O consumidor não vai ter uma volatilidade como ocorreu no ano passado”.
Em 2009, os preços do etanol dispararam, por conta de fatores econômicos e climáticos. Esse cenário, para Rodrigues, não deve se repetir no médio prazo, o que garante bons preços na bomba. “O consumidor não vai encontrar o combustível nem tão caro nem tão barato”, diz.
De acordo com dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), somente neste mês, o preço do álcool caiu 7,59%, frente ao verificado em maio.
Oferta estável
As condições climáticas favoráveis e o cenário econômico estável devem garantir a oferta de etanol no mercado. Além desses fatores, a linha de financiamento para estocagem do etanol, aprovada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), influenciará na manutenção da oferta do combustível.
A nova linha destinará cerca de R$ 2,4 bilhões para financiamento da estocagem do combustível a uma taxa de juros de 9% ao ano, com preços de referência de R$ 0,75 por litro para etanol hidratado e R$ 0,83 para o anidro. Rodrigues espera que os recursos sejam disponibilizados a partir de julho.
A oferta estável será fator essencial para cobrir a demanda por etanol, que vem crescendo. Essa elevação, para o diretor da Unica, deve-se principalmente à entrada de 2,76 milhões de carros flex no mercado brasileiro.
De acordo com a Unica, as usinas voltaram a vender etanol em volumes próximos aos comercializados no mesmo período do ano passado, porém, a um preço maior. “O preço está maior agora, porque havia caído muito no ano passado”, ressalta Rodrigues.
O preço do combustível cobrado pelas usinas encerrou o mês de maio a R$ 0,71. No mesmo período do ano passado, as usinas cobravam R$ 0,58 por litro.
Carga tributária
Rodrigues ressalta que, para garantir a competitividade do combustível, é preciso diminuir a carga tributária do produto. “Em São Paulo, a carga tributária do etanol é de 12%, mas pode chegar a 27% em outras regiões”, afirma.
Para o diretor da Unica, se não houver uma redução de tributos, o etanol pode perder o atrativo para os consumidores. “O etanol tem que ficar competitivo tanto para os consumidores como para os produtores. O mercado tem que encontrar esse equilíbrio”, diz.
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