Milho fecha a semana subindo no mercado físico com dólar e vendedores cautelosos

Publicado em 08/05/2020 16:53 e atualizado em 09/05/2020 14:20
Chicago se valoriza com sinalização de compras chinesas

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A sexta-feira (08) chega ao final com movimentações positivas para os preços do milho no mercado interno. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas em Sorriso/MT disponível (6,25% e preço de R$ 30,00).

Já as valorizações apareceram nas praças de Assis/SP (2,22% e preço de R$ 46,00), Castro/PR (2,27% e preço de R$ 45,00), Palma Sola/SC (2,44% e preço de R$ 42,00), Cascavel/PR (2,60% e preço de R$ 39,50), Panambi/MS (2,70% e preço de R$ 38,00) e Rio Verde/GO (2,86% e preço de R$ 36,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira.

De acordo com o boletim diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho mostrou reação entre meados e o final desta semana. “O dólar, o vendedor mais cauteloso em boa parte das praças e as notícias de redução de produtividade no Paraná e no Mato Grosso são os fundamentos para isto. Em Campinas-SP, as referências giram ao redor de R$50,50-R$51,00/sc, CIF, 30d”.

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Já a bolsa brasileira registrava movimentações negativas para a maior parte das cotações dos preços futuros do milho nesta sexta-feira (08). Os principais contratos flutuavam entre 0,64% negativo e 0,19% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento maio/20 era cotado à R$ 49,95 com queda de 0,14%, o julho/20 valia R$ 46,99 com perda de 0,02%, o setembro/20 era negociado por R$ 45,25 com desvalorização de 0,64% e o novembro/20 tinha valor de R$ 47,85 com alta de 0,19%.

De acordo com a Agrifatto Consultoria, os olhos continuam no comportamento das chuvas para os próximos dias no Brasil, que apontam precipitações consideráveis até o dia 16, que seriam importantes para manter o potencial produtivo da segunda safra no país.

Segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, as lavouras estão se desenvolvendo muito bem em áreas como Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins e diversas regiões que não costumavam ter cultivo de milho apostaram na cultura em 2020, o que deve ajudar a compensar a queda de produtividade pontuais do sul.

O analista destaca que o cenário então segue sendo de queda nos preços, mas que apesar das cotações estarem menores do que as do início do ano, elas seguem sustentadas pela demanda interna aquecida e por um câmbio bastante favorável com o dólar valorizado ante ao real.

Mercado Externo

Para a Bolsa de Chicago (CBOT) a sexta-feira (08) foi de elevações para os preços internacionais do milho futuro.  As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,25 e 3,00 pontos ao final do dia.

O vencimento maio/20 foi cotado à US$ 3,19 com valorização de 3,00 pontos, o julho/20 valeu US$ 3,19 com alta de 1,25 pontos, o setembro/20 foi negociado por US$ 3,24 com ganho de 1,50 pontos e o dezembro/20 teve valor de US$ 3,35 com elevação de 1,75 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,95% para o maio/20, de 0,31% para o julho/20, de 0,31% para o setembro/20 e de 0,30% para o dezembro/20.

Com relação ao fechamento da última sexta-feira (01), os futuros do milho acumularam altas de 2,57% para o maio/20 e de 0,31% para o julho/20, além de perdas de 0,31% para o setembro/20 e de 0,30% para o dezembro/20.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi impulsionado pela palavra China de que poderia aumentar as compras agrícolas para cumprir os compromissos comerciais da Fase 1 estabelecidos em janeiro.

A publicação destaca ainda que, após uma semana de disputas tensas entre Washington e Pequim sobre as origens e o manejo da nova pandemia de Coronavírus, os principais representantes comerciais dos EUA e da China discutiram o acordo comercial da Fase 1 na noite de quinta-feira, com a China dizendo que trabalharia para cumprir as compras acordadas, incluindo agricultura bens como milho e soja.

“Se a China aumentar as compras na Fase 1 por causa da pressão de Trump, isso deve ser otimista”, disse Charlie Sernatinger, chefe global de futuros de grãos da ED&F MAN Capital Markets.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) confirmou vendas privadas de 686.000 toneladas de milho dos EUA para a China na quinta-feira, para remessa nos anos de comercialização atuais e futuros. Isso se seguiu a vários anúncios diários de vendas de soja nos últimos dias.

Agora os traders estão aguardando o Relatório Mundial de Oferta e Demanda Agrícola do USDA na próxima terça-feira, que deve mostrar que os estoques de trigo, milho e soja permanecem amplos.

Para a consultoria Capital Economics, os preços globais do milho provavelmente vão se recuperar nos próximos meses e compensar parte das perdas acumuladas recentemente. A consultoria explica que a possível alta nos preços do cereal deve ocorrer à medida que a demanda global por etanol volte a se fortalecer com a diminuição das restrições de circulação de pessoas e mercadorias para controle da pandemia do novo coronavírus.

Molinari, da Safras, reduz projeção para milho safrinha 2019/20 a 69,5 mi t por seca

SÃO PAULO (Reuters) - A consultoria Safras & Mercado reduziu nesta sexta-feira sua estimativa de produção para a segunda safra de milho 2019/20 do Brasil para 69,56 milhões de toneladas, ante 73,8 milhões de toneladas estimados em levantamento anterior, devido à falta de chuvas.

Em relação ao desempenho do ciclo de 2018/19, a nova projeção para a safrinha de milho representa queda de 6,5%.

Com a revisão, a perspectiva de produção total de milho do Brasil nesta temporada também baixou, para 101,5 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 105,7 milhões de toneladas.

A perspectiva atual para a produção total do grão também é 5,5% menor que as 107,375 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

"Houve um corte significativo em relação à estimativa divulgada em março...por conta da estiagem que trouxe quebras para a safrinha de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo", disse o consultor da Safras & Mercado Paulo Molinari, em nota.

Segundo ele, a produção do cereal no Paraná deve cair mais de 27% frente ao ano passado, a de Mato Grosso do Sul quase 28% e a de São Paulo acima de 19%. "A queda será compensada pela produção maior em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais", estimou.

Molinari destacou que houve uma alta de 1,7% na área a ser plantada na safrinha, para 12,460 milhões de hectares ante os 12,257 milhões de hectares da segunda safra 2018/19, mas o recuo na produtividade impediu o avanço da produção.

“A produtividade média tende a ser menor frente aos 6.072 quilos por hectare colhidos no ano passado, ficando em 5.582 quilos por hectare”, afirmou.

O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) Edmar Gervásio disse que a geada ocorrida no principal Estado produtor de milho safrinha no Brasil, o Paraná, ocorreu em pontos isolados, mais ao sul, onde não há cultivo do cereal de segunda safra.

Em função da falta de chuvas, a expectativa de produção para a safrinha do Paraná, calculada pelo Deral, passou de 12,86 milhões de toneladas para os atuais 12,24 milhões de toneladas, mas Gervásio alertou que serão feitas novas revisões para baixo.

"Já trabalhamos com viés negativo. Nesse ou no próximo mês virá mais um ajuste na produção de milho... pois ainda não contabilizamos as perdas de algumas regiões como o norte do Estado", afirmou o especialista.

SOJA

Na soja, por outro lado, a Safras & Mercado elevou as estimativas de produção para 124,6 milhões de toneladas, 400 mil toneladas a mais do que o estimado no levantamento divulgado em março.

Em relação à temporada anterior, quando foram colhidas 119,3 milhões de toneladas, a nova projeção representa alta de 4%.

Com a colheita praticamente encerrada, a consultoria indica aumento de 2,1% na área, que ficou em 37,15 milhões de hectares, ante 36,384 milhões de hectares de 2018/19.

Segundo o analista da consultoria Luiz Fernando Roque, foram feitos apenas pequenos ajustes em produtividades médias registradas em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, a média nacional deve passar de 3.296 quilos por hectare em 2018/19 para 3.371 quilos em 2019/20.

Relembre outras informações sobre o milho desta semana:

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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