Milho se desvaloriza no Brasil com avanço dos trabalhos de colheita

Publicado em 05/06/2020 17:01 e atualizado em 08/06/2020 08:00
Chicago sobe nesta sexta e acumula altas na semana

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A sexta-feira (05) chega ao fim com os preços do milho no mercado físico brasileiro caindo. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas valorizações em nenhuma praça.

Já as desvalorizações apareceram em Porto Paranaguá/PR (1,10% e preço de R$ 45,00), Pato Branco/PR (1,24% e preço de R$ 39,70), Ubiratã/PR, Cascavel/PR e Cafelândia (1,28% e preço de R$ 38,50), Maracaju/MS e Campo Grande/MS (2,50% e preço de R$ 39,00), Jataí/GO e Rio Verde/GO (2,94% e preço de R$ 33,00), Campinas/SP (2,94% e preço de R$ 49,50) e Amambai/MS (7,69% e preço de R$ 36,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira.

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a semana foi de pressão baixista no mercado físico do milho. “Com o dólar em trajetória de queda, a baixa da soja e a expectativa de uma super safra nos EUA, mais ofertas do cereal surgiram nas praças paulistas. Em São Paulo, as referências giram ao redor de R$48-49/sc, CIF, 30d”.

A Agrifatto Consultoria ainda destaca que “O mercado físico do milho brasileiro segue pressionado pela chegada de cereal no mercado interno, desde o início da semana o cereal já se desvalorizou mais de 3% e deve caminhar em queda nas próximas semanas”.

B3

A Bolsa Brasileira (B3) operou durante todo o dia em baixa para os preços futuros do milho. As principais cotações registravam movimentações negativas de até 0,63% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento julho/20 era cotado à R$ 43,78 com queda de 0,27%, o setembro/20 valia R$ 42,95 com perda de 0,42%, o novembro/20 era negociado por R$ 45,51 com desvalorização de 0,63% e o janeiro/21 tinha valor de R$ 47,02 com alta de 0,04%.

Os trabalhos de colheita da segunda safra de milho já começaram nas principais regiões produtoras e isso já atua para pressionar as cotações do cereal no mercado brasileiro. Apesar de algumas adversidades climáticas em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, a produção nacional nesta safrinha deve ser de 71,4 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria INTL FCStone.

A analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, comenta que, apesar dessa não ser uma produção recorde, ainda é um volume considerado alto e tem força para pressionar as cotações, que mesmo caindo neste momento, seguem em patamares mais elevados do que os dos últimos anos.

Segundo a analista, o que pode atuar na contra mão sustentando as cotações são as exportações, que foram fracas até aqui em 2020, mas devem retomar a força neste segundo semestre. A expectativa da INTL FCStone é que o Brasil exporte algo entre 30 e 35 milhões de toneladas e o alto volume já negociado desta safra ajuda nesta previsão.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro subiram nesta sexta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,00 e 2,50 pontos ao final do dia.

O vencimento julho/20 era cotado à US$ 3,31 com elevação de 2,25 pontos, o setembro/20 valeu US$ 3,35 com alta de 2,25 pontos, o dezembro/20 foi negociado por US$ 3,45 com valorização de 2,50 pontos e o março/21 teve valor de US$ 3,57 com ganho de 2,00 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,61% para o julho/20, de 0,60% para o setembro/20, de 0,88% para o dezembro/20 e de 0,56% para o março/21.

Com relação ao fechamento da última sexta-feira (29), os futuros do milho acumularam ganhos de 1,85% para o julho/20, de 1,52% para o setembro/20, de 2,07% para o dezembro/20 e de 2,29% para o março/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros de milho atingiram seu nível mais alto desde meados de abril.

A publicação destaca que uma recuperação do dólar pesou sobre os grãos. “O dólar subiu em dados de folha de pagamento norte-americanos melhores que o esperado, interrompendo uma queda de duas semanas que ajudou a elevar o futuro dos grãos, tornando os produtos americanos mais atraentes para os detentores de outras moedas”, diz Julie Ingwersen da Reuters Chicago.

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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