Milho fecha semana de quedas consecutivas no mercado físico brasileiro

Publicado em 12/06/2020 16:49 e atualizado em 13/06/2020 18:24
B3 operou em alta na sexta-feira

LOGO nalogo

A sexta-feira (12) chega ao final com os preços do milho no mercado físico brasileiro pouco movimentados. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas em Sorriso/MT balcão (8,70% e preço de R$ 25,00).

Já as desvalorizações apareceram nas praças de Campinas/SP (1,03% e preço de R$ 48,00), Porto de Santos/SP (2,13% e preço de R$ 46,00), Maracaju/MS e Campo Grande/MS (2,63% e preço de R$ 37,00) e Sorriso/MT disponível (3,57% e preço de R$ 27,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira.

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a semana foi de quedas consecutivas das cotações do milho no mercado físico. “Gradativamente, a oferta do cereal dá sinais de melhora, enquanto o comprador evita negociar grandes volumes. As referências em Campinas-SP estão entre R$47-R$48/sc, CIF, 30d”.

Nos últimos 30 dias as cotações do milho nos portos brasileiros caíram cerca de R$ 9,00 saindo do patamar de R$ 53,00 para os atuais R$ 44,00. Segundo análise da Brandalizze Consulting, o grande fator que ocasionou este movimento foi a desvalorização do dólar ante ao real, que saiu de aproximadamente R$ 6,00 para algo próximo dos R$ 4,85.

Mesmo com essas baixas, as cotações seguem elevadas ante a média histórica para o cereal e devem garantir boa rentabilidade aos produtores brasileiros, que já negociaram cerca de 50% desta próxima produção aproveitando os momentos de altas nos preços.

B3

A Bolsa Brasileira (B3) registrou ganhos para os preços futuros do milho neste último dia da semana. As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,83% e 2,34% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento julho/20 era cotado à R$ 43,80 com alta de 0,83%, o setembro/20 valia R$ 43,00 com elevação de 1,18%, o novembro/20 era negociado por R$ 45,56 com ganho de 0,98% e o janeiro/21 tinha valor de R$ 47,67 com valorização de 2,34%.

O analista de mercado Vlamir Brandalizze destaca que, apesar dos momentos mais altos de preços já terem passado, ainda existe espaço para novas valorizações no mês de agosto, com o mercado de olho nas movimentações cambiais e em possíveis valorizações do cereal na Bolsa de Chicago.

O segundo semestre inclusive deve representar uma retomada para as exportações brasileiras de milho, que são estimadas em mais de 30 milhões de toneladas neste ano. Brandalizze acredita que os volumes voltem a te força entre agosto e outubro, já que a soja vai abrir espaço para o milho nos portos para o escoamento das quantidades que já foram negociadas antecipadamente.

A retomada da demanda interna de milho também deve ser aquecida no segundo semestre. O mercado interno de carnes deve retomar espaço se aliando as exportações do setor que estão em alta. Além disso, o etanol de milho, que verificou queda de até 40% no consumo neste momento de pandemia, deve voltar a crescer rapidamente na visão da consultoria.

Mercado Externo

Já para os preços internacionais do milho futuro a semana termina com pouca movimentação e resultados em campo misto na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram flutuações entre 0,75 pontos negativos e 0,25 pontos positivos ao final do dia.

O vencimento julho/20 foi cotado à US$ 3,30 com alta de 0,25 pontos, o setembro/20 valeu US$ 3,34 com queda de 0,50 pontos, o dezembro/20 foi negociado por US$ 3,43 com perda de 0,75 pontos e o março/21 teve valor de US$ 3,54 com baixa de 0,75 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 0,30% para o julho/20, desvalorizações de 0,30% para o setembro/20 e de 0,28% para o março/21, além de estabilidade para o dezembro/20.

Com relação ao fechamento da última sexta-feira (05), os futuros do milho acumularam perdas de 0,30% para o julho/20, de 0,30% para o setembro/20, de 0,58% para o dezembro/20 e de 0,84% para o março/21.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho foi pouco alterado, pois os traders avaliaram o relatório de demanda e oferta do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que aumentou os estoques projetados de milho nos EUA, mas reduziu a demanda por milho para produzir etanol por menos do que os analistas previam.

Além disso, os comerciantes estão observando as previsões do tempo para um possível estresse nos hectares plantados. “Há muito milho atrasado por aí que precisa de bom tempo, e acho que o mercado está sensível a isso no momento”, disse Mike Zuzolo, presidente da Global Commodity Analytics.

Relembre outras informações sobre o milho nesta semana:

>> Milho: com colheita no início, cotações registram pequenas quedas

>> AgRural reduz estimativa de produção de milho safrinha em 2020, de 70,7 mi. de t para 69,4 mi

>> Falta de chuvas em maio não afeta 2ª safra de milho em Minas

>> 1ª semana de junho já exportou 54% mais milho do que todo o mês de maio; comparação com mesmo período de 2019 ainda é 87% menor

>> Milho caiu R$ 9,00 nos portos nos últimos 30 dias seguindo baixa do dólar, mas há espaço para novas altas em agosto

>> Em meio a procedimentos de segurança contra a Covid-19, colheita do milho começa em  Sinop/MT com alta expectativa

>> Imea aponta que 85,11% da safra de milho já foi vendida no Mato Grosso

>> Chuvas ajudam lavouras de milho e preço do cereal em Goiás recua 3,11% na semana

>> Conab reduz estimativa da 2ªsafra de milho para 74,2 milhões de t; volume ainda é maior do que safra passada e recorde

>> Colheita do milho no Paraná chega a 3% do total, diz Deral

>> Mato Grosso do Sul já vendeu 41% da segunda safra de milho e preços no estado estão pressionados

>> Aprosoja Tocantins se manifesta contra três novas taxações sobre o agronegócio do estado

>> Quebra do milho em Assis Chateaubriand/PR já é de até 50% na média, mas geadas no próximo mês podem prejudicar ainda mais

>> Emater/RS aponta que 98% do milho gaúcho já foi colhido; já foram realizadas 6.549 vistorias de Proagro

>> Campo Novo do Parecis/MT já colheu 20% do milho e espera queda na produtividade e na rentabilidade

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário